Esta é a minha casa virtual onde poderás encontrar muitas letras unidas na construção das palavras, de poesia ou prosa, erguidas pelos sentidos… / Escrevo… para libertar as personagens que não consigo Ser! / Esta casa-blogue nasceu em 28 de Junho de 2006 - Obrigado por visitarem! - Paulo Afonso Ramos
quarta-feira, junho 28, 2006
Um Manto de...
De coisas fartas
Rompem a minha memória
Estéril
Esgotada e abandonada.
Quem sois? Pergunto-vos
Trazeis loucuras
Embrulhadas em contos
Trazeis daí brochuras.
Um manto
De coisas varias
Estou aqui parado
Vendo séculos partirem
Sentindo a brisa
Do progresso.
Um manto
De histórias esquecidas
Rodeadas de arbustos enormes
Tapadas.
Alucinantes
As vidas que passam
Correm para a morte
Com toda a inocência.
Abandonada,
Um manto de farsas
Contos e histórias
Verdades cruas
Nas noites nuas
Ocorrem
Por aqui, por ali
Um manto
Um santo
Um qualquer, qualquer um
Ocorrem aqui
Por ali
Um manto de coisas varias.
Orquestra da Vida
Indica-nos o caminho
A flauta,
Guia-nos devagarinho
O trombone,
Protege-nos claramente
O piano,
Adormece-nos lentamente
O tambor,
Desperta-nos novamente
O violoncelo,
Lembra-nos que somos gente
O harmónio,
Equilibra a nossa vida
E a bateria,
Separa-nos entre o sonho e a realidade
Mas,
O conjunto de todos eles
Trazem-nos a magia…
A felicidade…
A alegria…
A esperança…
E a verdade!
TIMOR LIVRE, NÃO CHORA!
Com a sua família
A criança que corre
Sem vigia
Foge e finge que brinca
Brinca com o trauma
E não finge
Até que cai!
E não brinca e não finge
É a mágoa
A dor
O trauma, que sente
E chora.
Não chora!
Não chora!
É o que ouve da sua mãe
A criança
Que já não brinca
Que já não finge
Mas, que se magoa
Que sente a dor
O trauma
Não chora, Não chora
E é apenas uma criança
Que de lágrimas no rosto
Prossegue o seu caminho
Lutando e sofrendo
Vivendo com a dor
E o respeito
Não chora! Não chora!
Porque aquela criança
Já sentiu,
Que no silêncio
Está a sua vida.
Reflexos em Texto
Começamos de uma pequena forma que ao longo de um percurso do que somos se preenche a medida que cada um tem ou consegue.
Aperfeiçoamos as nossas limitações sem conseguirmos atingir o “objectivo” – A Perfeição.
Todos somos compostos da mesma matéria, sem no entanto deixarmos de ser tão diferentes uns dos outros num fenómeno quase natural.
A essência da nossa razão de ser passa por caminhos aos quais não conseguimos fugir.
Ao morrer, saberemos que pela estrada da vida fomos pequenos, medianos ou enormes, no entanto acabaremos da mesma inquestionável dimensão, pequeninos e vazios como nascemos, apagando assim de uma forma inconsciente tudo o que aprendemos – o vazio que gradualmente fomos preenchendo.
O segredo da nossa vida estará sempre no (nosso) intermédio do que fomos vivendo.
26 de Julho de 2002
terça-feira, junho 27, 2006
Dom Sem Tom
De dizer
De Ser
Em que abro o meu peito.
Tanta coisa que tenho feito
Neste sublime sofrer
Ébrio poder…
Que nem sei se é defeito.
Porque nunca minto?
Porque digo sempre o que sinto?
Sem malícia.
Vou tocar-te
Vou magoar-te
Com esta minha carícia.
26 de Junho de 2006
segunda-feira, junho 26, 2006
REALIDADES
25 de Junho de 2006
domingo, junho 25, 2006
O Outro Eu!
Ali sim, sou Eu!
25 de Junho de 2006
ESCRITA
06 de Janeiro de 2003
Poetas de Sempre
Fernando Pessoa – Autopsicografia
José Régio – Cântico Negro
António Gedeão – Pedra Filosofal
Eugénio de Andrade – Adeus
Miguel Torga – Um Poema
Recomendo a sua leitura, diria mesmo de leitura indispensável.
terça-feira, junho 20, 2006
Contabilidade
Que encontro além de números?
Quem sou, se apenas sou mais
Um
Neste marasmo que a sociedade
Nos tornou!
Contabiliza-te
Conta os números que formam o teu corpo
Oito!
Estás perdido.
Nove!
Estás em queda.
Ou seis!
Estás em ascensão.
Cinco!
As voltas que a tua vida já deu.
Três!
És uma pessoa equilibrada.
Ou um!
É o que todos somos
É como nascemos
E é assim que vamos morrer
Afinal,
Toda a nossa vida
Não passa de “um” constante
Exercício de matemática
Ou de uma contabilidade
Apurada e natural
Uns entendem-na
E vencem
Outros, outros não existem.
sexta-feira, junho 16, 2006
Receita da Vida
Fatias de erros
Misturam-se com pensamentos
Acrescenta-se muita compreensão
E mexe-se devagarinho.
Começa a crescer a consciência
Junta-se um pouco de coragem
E uma grama de ambição
Mexe-se mais um pouquinho
E têm-se a noção preparada.
Salpica-se com laivos de responsabilidade
Acrescenta-se umas gotas de lágrimas
Força de vontade, quanto baste
Toda a verdade do nosso espírito
E temos a realidade.
Em lume brando, aquece o amor
E derrete-se alguma dor
Junta-se meia dose de emoção
Abre-se o coração,
Recheia-se com simplicidade
E muita alegria
Reúne-se tudo no forno da vida
Deixando por algum tempo
Quando pronto, o corpo sente
Depois, prova-se o sabor
Saberá a felicidade
Come-se uma fatia por dia
E o bolo acabará,
Quando a vida acabar.
(28/06/2002)
Dedico-te este poema como prova
da Amizade: Obrigado Leonor
Fotógrafo
Deixem-me olhar
Deixem-me, deixem-me fazer
Imagens dos animais a sorrirem
Dos corpos de prazer
Dos gritos do mar.
Quero que compreendam
As sensações que possam sentir.
Imagens... Contínuos actos
Serão sempre imagens, e contínuos actos
Que os vossos olhos querem medir.
Silêncio.... Vossa sabedoria
O mesmo silêncio da mensagem
De qualquer fotografia.
O Homem terá de partir
Talvez, num anonimato esperado
Mas, deixará o seu olhar gravado.
22/08/2002
Tempos de Guerra
Num brilho tão intenso
Império de Roma
Tão pequeno e tão imenso!
O brilho da alma, tão evidente
Foge da dor,
Como quem a lamente
Na face do horror!
Queria descobrir,
O sabor desse aroma...fútil
As lágrimas dos teus olhos… a fugirem
Num brilho, á alma útil.
Quem trouxe a guerra
Espalhou a fome, a miséria
Misturou as essências da terra
Fogo! É coisa séria.
Queria acordar!
Cheio de amor e segredos
Por entre ventos e arvoredos
E a ganância do homem, ignorar!
(08/04/2003)
quinta-feira, junho 15, 2006
Novo Livro
REFLEXO DO SER... N.º3
Para todos que comigo lidaram
O meu muito obrigado
Pela paciência que tiveram
Comigo agitado.
Fui-vos fiel e amigo
Por vezes inocente
Fui-vos querido
Por vós, a minha alma efervescente.
REFLEXO DO SER... N.º 2
A mágoa não encontra lugar
Na minha alma
De tudo o vulgar
O meu corpo acalma.
Preenchido de amor
Por todos e a todos dei
A chama ateia a dor.
Não procurem por mim que vos deixei.
REFLEXO DO SER... N.º 1
Seleccionei a pureza da minha alma
Procurei iludir o mal
Na base da compreensão, da calma
Refugiei-me num pedestal.
Oculto, procurando o amor
Para o distribuir
Fugindo da dor.
Dividi-me, para o conseguir.
NOITES ETERNAS
Face a face
Acordávamos
Noites escaldantes
Em que ambos inventávamos
Alongando o tempo.
Sempre juntos
Ninguém mais existia
Ninguém mais vivia
Embarcávamos no amor
Amávamos
Corpo a corpo
Alma a alma
Encharcávamo-nos
De suor
De prazer.
Combatíamos o tempo
Deixando para trás
O resto do mundo.
Eram sóbrios momentos.
NA CASA DE FADOS
Noite...
Expulsa a tensão
Na ânsia de viver
Coberto na escuridão
Sou Pessoa, sou um Ser
Açoite,
Que qualquer solidão
Empurra o meu corpo
Na curva do momento em vão
Não sei,
Quantos pensamentos
Me ocorrem
Se são lamentos
Que aqui morrem...
Deixo aqui, a minha paga
Num escrito sem fundamentos
Da minha vida vaga
Que as palavras não mentem.
Desculpem,
Ao ouvir o Fado
Estou ciente
Aqui ao meu lado
Há em cada cliente
Um culpado.
EMOÇÃO II
No acto
Do momento reflectido
Existe o facto
Escondido,
Que cobre qualquer expressão.
Existe!...
No momento irreflectido
O facto do acto
Perdido,
Que se descobre naturalmente
Na parceria da razão.
No silêncio cúmplice
Que as palavras, por vezes, combatem
Ergue-se um misto da solidão/razão
Então,
As palavras não têm voz
A voz não tem corpo
Porque o sentimento
Apodera-se de nós
E o acto,
Fica livre
E o facto,
Fica exposto
E a expressão,
Fica patente
E todos estamos perdidos
Porque não dominamos...
Tanta emoção.
Eduardo Montepuez
Lisboa, 16 de Abril de 2002
(Publicado em Maio de 2002)
Procurei Para Encontrar
Pela noite fria...
Como se fosse a primeira vez
Na desoberta de cada espaço
Numa escuridão camuflada
Cercada de um silêncio cúmplice
Caminhava,
Deixando para trás
Ruas, travessas e pracetas
Como quem deixa um passado
Sem noção do tempo.
Caminhava...
Reflectindo
Numa retrospectiva da vida
Analisando os diferentes momentos
Que compõem o destino
Pela noite fria...
Fumando um belo charuto
Exercia o direito de ser feliz
De sentir-me a mim próprio
Longe de tudo, longe de nada
Só!
Caminhava pela noite
Que de fria
Tinha apenas a tua ausência
Era essa descoberta...
Só! Caminhava pela noite fria...
Eduardo Montepuez
Lisboa, 20 de Abril de 2002
(Publicado em Maio de 2002)
QUERO!...
O fumo branco da chaminé
Desenhado no espaço circunscrito
Eliminando os que quero
Os
As
Todos.
Eduardo Montepuez
(Publicado em Maio de 2002)
Há Coisas!
Há coisas
Que o vento não consegue levar
Há coisas,
Que a escuridão não consegue esconder
Há... sem explicação
Que (quase) ninguém pode prever
Coisas, talvez sem razão
Que aparecem no ar
Sem ninguém as ver
Há coisas,
Que estão a acontecer
Em que é preciso meditar
Responder...
Há e são coisas
Que o mundo não consegue acabar.
E nós,
Nós vivemos nesse mundo
Do lado bom dessas coisas!!!
______
Peniche, 23 de Setembro de 1999
(Publicado em Novembro de 2001)
Sociedade Feminina
Podes voar, livremente
Se queres ser ave.
O mar é só teu
Podes nadar, apaixonadamente
Se queres ser peixe.
A vida é toda tua, porque existes
Mas tens que ser inteligente
Se queres ser pessoa.
Mas, se voares não podes
Nadar não queres
E inteligente não és
Então...
Bem então,
Serás sempre e apenas
Mais uma... mulher.
(Publicado em Maio de 2001)
Errado É Não Entender
Tudo mas, o mesmo é em vão
Se desaproveitado... apreendemos
Com os erros que cometemos e então...
Poderemos apreender com os erros que os outros
Cometem. Errado é não entender,
Fugir das verdades, escondendo realidades
Construir castelos moribundos como forma
De protecção do medo e do nada, ter que
Sem saber o porquê, sem necessidade de ser assim.
Duvidar é normal se não temos confiança,
Na nossa pessoa, se precisarmos de esclarecimentos.
Errado é não entender, como chegamos a onde estamos
E não encontrarmos uma saída dum labirinto gigante
Feito pelas nossas próprias mãos.
Na vida tudo é fútil
Se não tivermos tenuidade
Com o que nos rodeia.
Errado é não entender
Um passado sofrido, de conquista
De lágrimas e alegrias.
Errado é não entender
O que "não" se quer entender.
Eduardo Montepuez
(Publicado em Maio de 2002)
O Partido do Sonho
O mundo inteiro
Observa sereno
Sou do partido do sonho
Que transforma o nevoeiro
Na visão do pleno.
Sou do mundo emergente
Onde todos decidem o destino
Sou do partido do sonho
Onde há boa gente
Gente com um hino
A construir o futuro
Gente de trabalho duro.
Sou do partido do sonho
Mas, se querem vencer-me
Têm que comprar-me
Não vos pertenço acordado,
Não transformo-me nem desfaço-me
A procura de vencer,
Dentro de ideais egrégios
E dentro da sociedade coibida
Sou do partido do sonho
Até acordar.
(Publicado em Maio de 2001)
(Dedico-o ao meu Pai)
CIDADE
O que sinto por Lisboa
É tão somente gratidão
Por todos tipos de vida, é vida boa
Envolver-me, poder ser, na multidão.
O contentamento que os meus olhos querem
São alimento...
Para todos verem
Para todos terem
São alento...
Espíritos vagueando
A sofrerem
Esta Lisboa, os vai aguentando.
(Publicado em Maio de 2001)