Desci do autocarro na paragem das avenidas perdidas e perdido estava eu, ali, envolto nos trapézios das personagens esquecidas, também elas perdidas das histórias por escrever ou já escritas e ainda por contar, tal como aquele lugar que desconhecia.
Esquecido do motivo que justificava a minha presença naquele espaço interminável, foi o discernimento a empurrar-me para um passeio de estudo dos movimentos enraizados…
Sem cansaço aparente…parei para pensar no caminho de regresso e nem sequer consegui recordar como ali tinha chegado… olhei para o relógio do tempo e percebi que tinham passado anos, anos de luz, sem o brilho que tanto esperava!
Sentei-me num banco feito de mármore, creio que de um banco se tratava, para perceber o que acontecia… primeiro, o pensamento desconfiou de quem era eu!
Depois, a conclusão foi lúcida e fugaz, como a passagem pela vida o tinha sido, o astro que nunca o foi, neste mar de pretendentes efémeros…
Ainda hoje, ninguém sabe se algum dia dali o corpo sairá ou se por lá continuará, á espera do momento de glória que tanto seduziu a vida daquele pretenso astro do mundo ilusório e momentâneo…
4 comentários:
Um belíssimo texto Paulo!
Quantos de nós somos assim, como o astro do mundo ilusório, e não percebemos quanto tempo já passou, porque estivemos sentados ao invés de aproveitar o... tempo!
Beijo grande
olá Paulinho
Apetece-me dizer só... a tua prosa poética cada dia é mais bela!
jinhosssssss amigo
Rosamaria
Mas o astro brilha!
Talvez não tanto como esperava... mas brilha!!
Pergunta às estrelas, elas saberão o quanto ele as ofusca e as encanta,lá do alto do seu trono.
Belíssima esta tua forma de escrever!!
Beijo
Continua a escrever!
Há-de sempre existir quem se sinta no teu sentir da tua alma. Voar nas leves e tempestuosas palavras do teu ser. Caminhar nelas até não poder mais e morrer feliz de tanto sentir.
Obrigado!
Ricardo Silva
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