segunda-feira, dezembro 31, 2007

Carta de Ninguém

Sou eu que vos escrevo, Ninguém. Não me conhecem pois já não estou entre vós. Aos que comigo conviveram e a quem ainda amo, perdão, mas não me reconhecerão.

O que me faz sentir não acabou! Percorri a vida de humano em paralelo com as falhas e os erros e nas virtudes que almejei conquistar muitas não as consegui. Subi as noites na escalada dos frios solitários que intimidavam o meu querer.

Enquanto existi, soube amar e reconheço que fui amado, embora por vezes não o demonstrasse.

Agora que estou deste lado, o lado que desconhecem e que sobre o qual não me posso alongar, vejo, com outra percepção, as coisas infundadas da vida, como as materiais que tanta importância lhes dão, um pouco como lhes dei enquanto aí estive.

De nada adianta. Quando o fim da estrada chega ficam todos perdidos. Só nos restam os amores imperfeitos que, de abandonados nos desagregam dos seus corpos e da sua própria alma. Resta-nos os poucos amores-perfeitos, que, de tão poucos serem, são fáceis de reencontra-los.

É então que a mudança acontece. Física. Voltamos ao mundo transformados de uma qualquer espécie na esperança de um acesso. Mas é como uma cilícia, não nos reconhecem e nada podemos dizer porque não temos voz. Os nossos gestos são ignorados ou até interpretados de forma austera. Matam-nos de medo!
Voltamos (somos muitos por aqui, mas nem todos querem ou podem voltar) repetidas vezes, sob disfarce, vestindo outras peles e o melhor que recebemos é um desprezo monumental. Estamos tão próximos, mas tão distantes no Universo em que nada acontece.

Vemos alguma saudade partir, vemos o quanto as pessoas mudaram sem se aperceberem. Damos uma mão de ajuda sem que a sintam e nunca conseguimos dizer, ou fazer, o que em vida ficou por acontecer…

Seja Gato ou Cão, Pássaro ou outro animal qualquer nunca o saberão, mas estarei sempre por aqui para vos acompanhar até ao dia em que vos tenha que receber!

Aproveitem a vida, a vossa vida, ao máximo, enquanto puderem, entendam essa regra porque depois de nada valerá…

Não voltarei a dar um sinal, portanto, não voltarei a escrever…


Ninguém
31/12/07

domingo, dezembro 30, 2007

Mundo Inquieto

O mundo está inquieto. A informação abunda e isso preocupa-nos mais, porque as noticias que constantemente chegam são terríveis. O erro, a guerra, o vírus, e a loucura são apenas alguns exemplos que nos levam ao medo porque todos os exemplos estão implicitamente ligados ao subconsciente que nos encaminha para o perigo que se chama morte…
Afinal não é disso que todos fugimos e que ninguém conseguirá escapar?
Fizemos a viragem de século com festa e muita alegria, entramos numa nova era num novo século que se dizia muito melhor e o que vamos encontrando?
Guerras, armadilhas e outros dissabores.
O mundo está inquieto. E nós deixamo-nos levar pela onda fácil que nos leva de arrasto, num mundo onde tudo acontece numa velocidade tresloucada.
No fim, tarde demais percebemos os erros que cometemos no impulso da vida e descobrimos que há valores aos quais nunca demos qualquer relevo embora nos façam tanta falta… Saúde e Paz!
E neste ano que se aproxima, posso desejar-vos isso, Saúde e Paz, certo de que será uma boa meta a atingir e na esperança que todos a possamos valorizar…

quarta-feira, dezembro 26, 2007

Para Ti Rosa Maria

É Natal!

É a hora da ceia. Os teus familiares estão na mesa, na tua mesa preenchida de comidas tradicionais que a época exige.

Tu! Com o teu rosto feliz, sentes a magia de cada momento como ninguém, sentes o amor de cada Ser que se entrega com a sua presença.

E ainda assim… tens espaço e tempo para pensares nos amigos, para desejares que venham até ali, nem que seja em pensamento num pequeno momento…

E como que por magia, é esse o convite que recebo trazido pelas ondas da amizade e do pensamento num caminho feito de barreiras sempre ultrapassadas.

E eu não resisto. Vou em voo sereno e aproveito para parar por tantas casas em que também desejei estar sem que alguém me visse…

E os sorrisos felizes das crianças deixaram-me enlaçado no sublime mundo da alegria e da inocência. Cheguei a parar no tempo…

Cheguei atrasado... pois perdi-me por esses caminhos, mas nunca desisti de chegar.
Agora que cá estou deixo-te a minha singela prenda:

Uma caixinha pequena que quando aberta, liberta a mais envolvente alegria e enorme amizade!

Toma!
Segura-a... é tua por direito.

E antes de partir deixarei um beijo de saudade.

Voltarei ano após ano ou sempre que precisares... sempre que quiseres!

Beijo afectuoso de Feliz Natal

Boas festas! Para ti amiga e para todos os teus!

terça-feira, dezembro 25, 2007

Pai Natal

Neste Natal queria ser o Pai Natal. Queria assim poder deambular por entre os desejos e pelas preocupações dos seres terrestres para poder oferecer réstias de magia que vos pudesse encaminhar para o pleno sentido alongando-o pelos restantes dias de cada vida.

Seria a minha singela prenda de Natal. Não teria preço nem seria preciso agradecer, simplesmente aconteceria sem que soubessem de quem ou porquê…

Saberiam apenas que tinha sido quando o Pai Natal passou por as vossas vidas e sem haver um porquê… entenderiam que seria melhor aceitar tão generoso presente sem questionar o quer que fosse.

Podíamos dividir o ano em diferentes fases para podermos usufruir de tamanha dádiva, sendo que a maior parte seria atribuída as crianças e nós… seríamos também.

E o mundo seria tão bonito! Porque as pessoas viveriam de sorrisos, de carinhos e de boa vontade numa entreajuda natural… seríamos uno!

Queria ser… Pai Natal!

(… e se isso nunca acontecer, deixem-me apenas ser vosso amigo, será sempre a vossa prenda que trago comigo!)


24/12/2007
PauloAfonso

segunda-feira, dezembro 24, 2007

Boas Festas!

Boas Festas!

Para todos que visitam este espaço, vai o meu sincero agradecimento, pela ajuda que tem dado durante o ano todo.
Vocês são preciosos!

Feliz Natal

E que o ano de 2008 vos traga muita:

Saúde
Alegria
Paz
Amizade
Amor

São os sinceros desejos deste vosso amigo

Paulo Afonso

domingo, dezembro 23, 2007

Noite

O sol raiou
a brisa apareceu
o espírito amainou
e o milagre aconteceu…

A escuridão
cobriu a cidade
uma luz de verdade
iluminou a razão!

Descobri quem sou
no espaço teu…
meu corpo
cheio de estrelas
vestiu-se de solidão.
Sou a alegria
que te embala
e adormece…

É no teu sonho
que estou
calma e serena!
Sou!
A tua noite
que te aquece…

sexta-feira, dezembro 21, 2007

Renovei-me para voltar…

Fechei-me no quarto! Sentia-me impróprio para estar junto de alguém. De outros planetas surgiam íntimos sinais sonoros na minha cabeça como um chamamento…
Apaguei a luz para poder sentir-me, para sentir que era o Eu que ali estava destroçado e sem identidade, pois não acreditava no corpo que vestia a presença.

Andei horas perdido. Cometi algumas loucuras em prol do desejo escondido e assim contido. Libertei-me de preconceitos e de protocolos sociais e o meu Eu rebelde espalhou-se por aquele quarto.
Se a luz nascesse naquele momento, encontraria um quarto dizimado e algo que pairava em círculos ondulantes…

Perdi a noção do tempo e das viagens que fiz aos subúrbios do meu Ser. Perdi a reminiscência desses passos…
Lentamente senti-me regressar. Lembro-me de os meus olhos procurarem o interruptor para a minha intenção dar luz ao novo ou renovado Eu.

Acendi a luz! Senti-me leve. Os sinais sonoros que por muito intimistas soaram-me a aplausos…
Abri a porta do quarto. Abri a porta do mundo. Senti-me voltar, num regresso aprovado.

Ainda sussurrei… quem és tu afinal?

quinta-feira, dezembro 20, 2007

Desejo... (Continuação)

Mão salvadora da mensagem, sem que escreva a dor do meu sentir… consegue criar na panóplia das cores o quadro mais expressivo que o olhar, distraído, absorve na correnteza da cor e que assim transforma a ideia.

Este quadro da noite, expresso na galeria da neblina não é mais que o desafio de algum personagem criado entre rótulos de imaginação, na liberdade da expressão.

Outrora, poemas deitados na penumbra do sonho. Hoje pinturas guerreiras do misticismo exacto são realidades absorvidas.

Sublime exposição do pintor que no quadro abstracto consegue captar as mentes que passam e enquadra-las em movimentos estereotipados…

…esse quadro chamado Desejo é hoje uma verdade chamada… realização!

terça-feira, dezembro 18, 2007

Por Ti!

Canto a verdade e ninguém quer ouvir a letra, dizem apenas que a música é boa. Declamo o sentimento e ninguém o sente, dizem apenas que o poema é forte.
Sorrio… e não respondem!
Não sou cantor nem declamar sei, nem sei se essas conjunções importam, queria apenas acordar em cada manhã ciente da vontade e da razão da vida, queria somente comunicar contigo para afastar os meus defeitos escondidos na perpétua solidão… afastando assim, os teus e na gincana da lamurias da vida, levar-te a ancorar a um bom porto.
Se o meu sorriso, conseguisse ser o elo de ligação, a ponte, entre a nossa sentença e a nossa distância…talvez nem preciso fosse a minha voz distorcida nessa música improvisada, talvez o poema acontecesse naturalmente sem ser declamado…
Tudo. Tudo faria para tentar desenhar-te um sorriso nesse rosto de chuva, trazendo-o lentamente para uma primavera apetecida em coligações colegiais traçando planos de um verão desejado e nunca conseguido.
Canto… declamo… por esse momento que tanto precisas e que tanto desejo, pois já antes o sonho se comprometera enfeitando as minhas noites com esboços de natural felicidade e assim aprendi a sorrir, pela noite, na esperança de poder ensinar-te em pleno dia de sol, num acto apreciado e desejado em comunhão…

Se esse dia acontecer… o sorriso será a nossa bandeira, não te preocupes, porque existirão amigos que cantem o hino da alegria e declamem a mensagem da esperança!

E … a vida acontecerá!

segunda-feira, dezembro 17, 2007

Mar

Mistério amor recôndito. Mar… essa pequena palavra expressa com leviandade, quase sem noção da sua força, da sua potência exposta na nossa vida.

Casa da natura, com ondas de viagens oceânicas onde a vida acontece nos silêncios da cumplicidade dos seus habitantes diversos…

Magia… das dispersas fontes de inspiração dos azuis sobrepostos. Cores desenhadas.

Areias… que sustentam um mundo escondido em segredos protegidos e proibidos.

Respeito…que as alternâncias impõem. Que as intempéries provocam…

Deste lado, em terra firme, sempre que posso vou visitar-te para acalentar a minha saudade, para sentir a tua mensagem…

Depois, depois volto as aventuras do quotidiano mais preparado e com maior capacidade para entender a vida, sempre pronto para voltar para perto de ti!

Difícil de entender… difícil de explicar esta nossa relação desconhecida…

domingo, dezembro 16, 2007

O Desejo...

Não encontro as palavras! Não sei porque se escondem, de mim ou dos que as procuram. Porque fogem entre os intervalos do sonho ou da pureza da ilusão, não sei porque se trocam, se promovem entre jogos de mistério e sedução…

Não encontro as ideias! Não as tenho comigo, nem as vejo sentadas numa primeira fila em aplauso constante. Não as sinto! Nem as minto com pequenas fórmulas de vento que empurre o pensamento…

Perdoem-me! Perdoem-nos!

Por esta capa de visionário suportada pelo desejo íntimo que suporta o misticismo de um pequeno leque de essências e perpétuas aguarelas pintadas numa noite de valquírias sedentas…

Perdão!

Pelo desejo… meu, deixado na vossa mão!

quinta-feira, dezembro 13, 2007

É Tarde. Tarde Demais!

Acordei. Num estrondo que a minha vida deu. Aconteceu. Acordei e aconteceu! Não! Aconteceu e acordei… e nada posso fazer.

Deitei-me. Deitaram-me. Numa cama estranha. Estranho era o sentido do que via e nada sentia. Estranho deitado. Bolas! O estranho era Eu!

Olhei. Olharam-me. Eram poucos, muito poucos. Procurei os olhos e o olhar perdeu-se. Procurei os sorrisos. Encontrei lágrimas… muitas lágrimas!

Gritei! Eh! Eh! Mas o silêncio foi superior. Quis sentir a dor… mas não a encontrei. Quis. Mas não consegui… Quis! É tarde. Tarde demais!

quarta-feira, dezembro 12, 2007

Solidão II

Anoitece. O Sol… fugiu-me com uma despedida tímida. Ainda contemplei as cores que vestia nessa viagem do adeus. Essa relação cor de fogo que partilhamos como nossa, extinguiu-se no silêncio dos sentimentos. Amanhã voltarás! Vou deixar-me ficar, nesta praia deserta, à espera que uma onda qualquer me traga noticias tuas. Talvez um dia… voltes numa canoa de alegria e assim afastes a solidão de mim…

terça-feira, dezembro 11, 2007

Amizade

A vida desenha-nos caminhos para andarmos de bem com ela, a razão ensina-nos os actos que devemos ter e a emoção leva-nos ao sonho…
E tudo isso é viver! Tudo isso… é a vida feita com razão nos actos vestidos de emoção em que se constrói, fundamenta, a ilustração da melhor amizade.

sábado, dezembro 08, 2007

Errar é Humano…

Hoje mascarrei-me no embuste do disfarce de uma personagem emprestada. Passei um carvão perdido pela face inocente e deixei-a abandonada á sua sorte. Abandonada e triste, com a alma destruída de jeitos repentinos e impróprios…

Esta cara, sujeita de personalidade própria não pediu nada e não lhe foi questionado o seu querer. Ninguém gosta destas coisas imprevisíveis e instáveis…

Se ao menos, tivesse avisado a minha cara para a guerra, sempre sairia um sorriso espontâneo de recusa e de alerta para o engano que se poderia evitar…

Hoje errei, ao pensar que mandava no meu corpo. Ao agir sem perguntar a sua opinião!

São tantas as vezes que erro e tão poucas as que percebo…

(Valeu-me hoje ter reconhecido o erro, assim aumentei a esperança de amanhã poder errar menos, ser melhor…)

terça-feira, dezembro 04, 2007

Lua Nua…


Noite escura
na terra de ninguém
onde os caminhos se escondem…
Noite de outrem
que sempre dura
na viagem de alguém…

Um rio calmo
em silêncio infatigável
visto do alto
pela lua grande
é terno
e acariciado
num caminho feito
para que possas passar…

Vejo o teu desenho
estampado no rosto desse rio
iluminado,
vejo esse corpo
que chega devagar…

Vejo o preto da noite
e o branco do teu amor!

Resta-nos a cor
rosa…
roubada no canteiro
da nossa dor!

domingo, dezembro 02, 2007

Domingo

Tocam os sinos na igreja
é domingo…
As pessoas passam
cobertas das suas melhores vestes
caminham no espaço comum
em silêncio…
Todas vão á missa
que mais parece uma procissão
é domingo…
E o momento,
é de limpar as almas
carpir as mágoas
e lavar as essências…
da semana que passou
ou da que virá?

É domingo…
tocam os sinos
como um chamariz
não perguntam
e ninguém diz…

Na igreja todos se vêem
todos se conhecem
e tudo isso basta!

É domingo na igreja…
… da minha aldeia!

sábado, dezembro 01, 2007

A Vida!

Essa mescla de sentidos
nobres
de ilusões e sonhos
feita das ondas
que acabam num praia
deserta…
A vida!
Essa alegria arco-íris
fugidia
esse saltimbanco
inquieto
que nos dá a emoção.
Grita-nos,
os caminhos
mostra-nos
as etapas
e nós…
ordeiros
seguimo-la!

A vida…
Somos nós!

quinta-feira, novembro 29, 2007

A Arte da Polémica...

Se queres ser lido… não concebas a arte mas antes a polémica!
Se queres ser compreendido… não alimentes a polémica mas antes a arte!

Paulo Afonso 29/11/2007

quinta-feira, novembro 22, 2007

Descobre-te…

Cruzo as palavras… em sequências apetecidas para que o efeito seja mais perceptível, amontoo-as em forma de pirâmide como se fossem uma arma com a qual defendo o meu castelo de ilusões, concebo o projecto da ideias para que possa vestir cada palavra e para que cada frase possa ser adornada por múltiplos efeitos com o desejo comum de faze-las felizes, para que brinquem umas com as outras, estejam onde tiverem… letra após letra, como velhas amigas de sempre!
Mas existem vezes em que a vontade é de esconder as palavras ou expô-las mascaradas para que confundam os olhos que as espreitem…como se de um jogo se tratasse!
A vida é mesmo assim, uma mensagem que sai de um jogo… e a vantagem é ganha por quem consegue perceber o jogo e os predestinados são aqueles que depressa entendem a mensagem de cada jogo… de cada vida.
Devemos aproveitar os momentos, com a mesma energia e o mesmo rigor, saborear cada instante com uma vontade indubitável, quem sabe se os poderemos repetir?
Devemos escrever sempre que o desejo pedir, quem sabe se poderemos enviar cada mensagem?
Com a magia das palavras e a simplicidade de cada partilha podemos jogar, brincar com cada letra, na construção de cada momento que não se repete, com a consciência do que somos… (11918818121322189128 – 2312 – 722141112). Descobre-te nos números! Descobre-nos… com as palavras faz o jogo contigo através dos números… para que possas dizer cada letra, construindo cada palavra para que consigas a frase!
Como na vida… é uma questão de oportunidade e de rapidez de resposta…

Depois pinta as letras, cada letra de uma cor mais luzidia… acrescenta flores em cada palavra circundando-a como de jardins se tratassem e na frase feita deixa suspensa no trapézio do circo da vida, á espera que os aplausos recomecem… dia após dia!

sábado, novembro 17, 2007

…O Meu Mundo das Palavras!

Quando me sento á secretária para escrever, entro no meu mundo secreto, local por construir e por definir os caminhos do desejo.

É nesse mundo, por realizar, que dou asas á imaginação para satisfazer os sonhos das personagens que habitam dentro de mim…

Sendo o meu mundo, tenho o poder de decidir o que quero que aconteça ou que esteja bem presente, porque é um mundo feito das palavras escolhidas, ditas ou por dizer sejam pensadas ou apenas sejam simples palavras sentidas!

É nesse marasmo das palavras que escolho a capa da revista com a trágica notícia da morte da personagem, da situação ou da emoção.

Ou invento o mágico que pode ser bailarino consagrado, que pode nem ser nada mas que tem a acção certa no momento oportuno e que com o seu acto singelo oferece a felicidade a alguém que ame e assim proporciona uma viagem conjunta ao outro mundo também imaginável para a grande maioria das pessoas reais…

Posso trazer os amigos, posso criar novas amizades ou namorar, posso amar-te e deixar que me ames da forma que quiseres, onde quer que estejamos… não há barreiras nem distâncias que impeçam os desejos!

Entro e saio desse meu mundo as vezes que quero, sem pedir ou sem aviso prévio… e ao expor esse mundo abro a minha porta aos que me visitam num tempo sem limites para que possam ficar ou para que possam voltar sempre que quiserem.

Deixo-me nas palavras…
Entrego-me ao sabor de quem as lê, num segredo cúmplice entre ambos que guarda o nosso tempo já consumido desta vida que acontece a cada instante.

Mundo fantasia sustentado por pequenas facções da realidade de ninguém é uma simples herança, propriedade do culto ou um simples jogo de vida… é o meu mundo, o das palavras, dos sentimentos e das ilusões, sendo meu quero que seja teu também…

terça-feira, novembro 13, 2007

O Astro

Desci do autocarro na paragem das avenidas perdidas e perdido estava eu, ali, envolto nos trapézios das personagens esquecidas, também elas perdidas das histórias por escrever ou já escritas e ainda por contar, tal como aquele lugar que desconhecia.
Esquecido do motivo que justificava a minha presença naquele espaço interminável, foi o discernimento a empurrar-me para um passeio de estudo dos movimentos enraizados…
Sem cansaço aparente…parei para pensar no caminho de regresso e nem sequer consegui recordar como ali tinha chegado… olhei para o relógio do tempo e percebi que tinham passado anos, anos de luz, sem o brilho que tanto esperava!
Sentei-me num banco feito de mármore, creio que de um banco se tratava, para perceber o que acontecia… primeiro, o pensamento desconfiou de quem era eu!
Depois, a conclusão foi lúcida e fugaz, como a passagem pela vida o tinha sido, o astro que nunca o foi, neste mar de pretendentes efémeros…
Ainda hoje, ninguém sabe se algum dia dali o corpo sairá ou se por lá continuará, á espera do momento de glória que tanto seduziu a vida daquele pretenso astro do mundo ilusório e momentâneo…

sexta-feira, novembro 09, 2007

Quero-te...

Estejas onde estiveres, nesse mundo fantasia, quero-te nas profundezas do amor e nas intimidades do acto consumado, para que saibas que a paixão é um mero caminho para a consolidação dos corpos extasiados pela magna noção da épica condição do Ser.
Quero-te… despida de preconceitos na magia do luar que abrilhanta a nossa condição de dois amantes da vertente lunática do mundo que gira em movimentos iguais, e nós, em gestos ritmados fugimos a esse mundo em viagens lunares como dois… elementos da terra prometida. Procuramos, em segredo, construir o nosso próprio…paraíso.
Quero-te… sedenta de palavras, as que embalo para oferecer-te como uma flor ou como um castelo para que possas viver nesse mundo principesco das maratonas da fantasia.
Ainda que o tempo, esse marasmo que se apodera das nossas horas perdidas nos afaste dos nossos desejos, nos invada com barreiras reais que a vida nos faz nascer, ainda que os atropelos possam protelar a nossa conquista feita de persistência, ainda assim, quero-te… enquanto souber que poderás existir escondida num corpo qualquer, enquanto sentir que também me queres, Musa vestida de amor, despida pela carícia cor do sol, serás o meu luar das minhas noites de solidão, enquanto o nosso caminho não se cruzar na utopia do segredo em sequencias mágicas que adornam o nosso querer.
Quero-te … Musa vestida de poetisa nesse corpo de mulher!

quarta-feira, novembro 07, 2007

O Amanhã



Navego no rio cor de fogo
sinto-te…
nessa árdua ausência
e o pôr-do-sol
foge-me… das mãos
como este dia enigmático.
Navego só…
com a solidão das águas moribundas

por ora,
sinto-me assim

preso nos desejos
no seio das inépcias

o que tiver que acontecer…
só o amanhã dirá!

segunda-feira, novembro 05, 2007

O Convite!

Sussurraste-me ao ouvido… um convite tímido!
- Querias que escrevesse sobre a poesia! …pode ser?

Senti-me constrangido e quis dar-te algo perceptível…

Abri as escarpas da nossa vida para proporcionar ao momento, sustentado por um amplo desejo, a possibilidade de que ambos palmilhássemos o mesmo caminho em direcção ao reino da poesia.
Fomos em alegre cavaqueira que nem nos apercebemos da distância que caminhamos, tão longínqua, em que cada vez mais nos afastávamos da nossa realidade, que assim nos enquadrava noutro mundo sem medo e por isso, sem a consciência do acontecimento.
Subimos aos píncaros na calada das horas e nem sentimos a emoção de cada minuto na passagem pelo anseio em que as ideias se cruzavam com os subtis segundos do tempo, devasso, na conquista da aventura das palavras e na sapiência dos sentidos.
Tu e Eu! Dois aventureiros em melancolia, provocada pela solidão de quem atravessa dois mundos paralelos e díspares…
Porque quiseste passear entre dois fogos factuais e de espaços permeáveis á reticência humana?
Nem tão-pouco poderíamos mudar o curso das águas, caudais ou marés, para que nos transportassem para o outro nosso lado, o do mundo real.
Chegamos ao reino da poesia, uma tribo de pessoas diferentes e iguais (como os dois mundos) receberam-nos de braços abertos. Em primeiro lugar estava o pai da poesia, membro mais velho do clã, rodeado por inúmeros aprendizes de poesia.
Sussurrei-lhe ao ouvido… um pedido acanhado!
- Queria que escrevesses sobre a poesia! …pode ser?

De olhos fitados na minha companheira, ele entendeu a minha missão, e num gesto inesperado no levantar do braço de mão estendida, originou o aparecimento de alguém com um lápis e um pequeno papel. Ergueu a cabeça de olhos fechados, num movimento lento, baixou a cabeça e projectou os olhos naquele pedaço de papel, escreveu, dobrou o manuscrito e entregou-me num agarrar de mãos…
Foi a vez dele sussurrar-me ao ouvido… um pedido!
- Vai… e leva-a pelo caminho da felicidade…
Agradeci com um sorriso e peguei na mão da minha companheira, num gesto copiado, pronto para uma viagem eterna.

Ainda antes de regressarmos ao “nosso” mundo, paramos na sombra da árvore da compreensão num descanso retemperador e ambos lemos o papel… que definia a poesia ou a forma de a construir, onde se podia ler:


Olha em redor…
Sente e fecha os olhos!
Esmera-te na procura das cores
agarra os teus pincéis (da vida)
e pinta
os
as
tudo o que sentiste
mesmo que a dor… persista
ou a emoção desista
pinta
e oferece ao mundo…

Liberta-te!


Desde esse dia, dois corpos unidos viveram uma única vida… a do amor!
Desde então, uma felicidade constante ornamenta os nossos dias…

sexta-feira, novembro 02, 2007

Para Ti Poetisa

Os teus olhos de paz conseguem ler-me nas frases escondidas, conseguem auferir a veracidade de cada sentimento meu exposto ao vento e ao abandono de um qualquer comentário mais abstracto…
São os olhos da esperança que buscam o alimento para aquecer a alma em cada noite fria e solitária, são a arma que combate o presente… numa luta desmesurada por um amanhã quente e radioso. (São os teus ou os meus!) O teu corpo não cede…
Olhos! Encontram-se com os meus no céu azul, olhos que se fixam, no verde esperança da montanha que conseguiremos ultrapassar na caminhada para o paraíso. O teu corpo pede… (Será teu ou o meu?)
Mas é o teu sorriso que me guia, o seu brilho ilumina-me o caminho que palmilho no silêncio de cada noite na esperança de encontrar o teu rosto ansioso do momento.
Cada palavra é uma ponte que nos une. Cada desejo é uma força que nos fortifica.
Cada nascer do sol é aproximação do nosso objectivo, que está cada vez mais perto…
Um dia, depois dos caminhos ventosos e de ultrapassar os Alpes invernosos, de passar as planícies primaveris, irei encontrar-te numa tarde de um Outono distraído imerso numa singela tristeza vestida de saudade e eu apareço para abraçar-te…
E é nesse pôr-do-sol em que estaremos á porta do nosso destino, com um sorriso cúmplice, que deixaremos entrar mais uma noite diferente de todas as outras… será a nossa noite perfeita!
Espera-me! Poetisa do meu mundo fantasia…

quarta-feira, outubro 31, 2007

31 De Outubro de um ano qualquer…

É hoje que mais um ano passa… e já foram tantos que desisti de os contar. Estou cansado, abatido pelo tempo das controvérsias, pelas vicissitudes de uma vida vivida no limite da aventura e da ilusão…
Estou farto de viver suprimido do meu mundo, de viver escondido ou de fazer parte das noites desertas em que todos se ausentam nas viagens dos sonhos explorados.
Monólogos de tristeza, de alegrias fingidas ou de reflexões ponderadas mas que carecem de uma sustentação real e imparcial.
Não existe ninguém que possa ajudar-me! Estou farto de gritar… com os meus pedidos de ajuda, estou cansado de gemer de dor por não conseguir chegar a lado algum… se é que de dor posso falar.
Já não tenho o prazer de entrar nos corpos e assumir as suas identidades, de tantas vezes o ter feito… nada, mas nada mesmo me dá o alimento que possa sustentar a minha loucura neste mundo estéril… mesmo que troque os sentidos, nada, sustenta a carência estéril neste mundo louco e nem tão pouco, o posso dizer.
31 De Outubro de um ano qualquer perdido no século passado… morri! (Acho que morri ou então nasci, já nem sei de tão confuso estar.)
Sei que me tornei no fantasma esquecido, órfão de sucessos e de magias das noites longas ou dos dias apetecidos…
Tenho saudades! Se é que posso dize-lo, se é que um fantasma nutre qualquer espécie de sentimento…
Recordo as brincadeiras, os amigos que visito sem que eles saibam (embora poucos, muito poucos o sintam e não o assumam), recordo os amores, as viagens ao universo das fábulas do Ser ou os tempos que a memória guarda fixamente…
Ainda hoje, anos depois, sinto a vontade de voltar ao mundo real, mesmo que impedido do meu Eu, da minha Alma.
Mesmo que a memória apague o ano quero voltar para lembrar o dia que fechou a minha passagem pela terra, mesmo que recorra a outro corpo para escrever, pois só assim consigo mostrar-me num todo ou parte de mim, ponderado nesta mensagem sem destino predefinido.
Perdoem-me os incautos e os incrédulos por esta manifestação, para eles anuncio-me na data de 31 de Outubro de 1929, data da minha morte… podeis ver-me como o 6.º Presidente da República de Portugal cujo nome como sabeis é de António José de Almeida.
Mas se no ano me enganei, se na morte confiei por erro e ou por troca o fiz, (insisto, já não sei de tão confuso estar) vos direi que se neste dia nasci, então fugirei para o ano de 1902 e assumirei o perfil de Carlos Drummond de Andrade nascido em (Itabira) Minas Gerais no Brasil, Poeta por opção, e assim justifico a minha presença e desejo numa escrita feita de conto…
Seja como for, mais um ano passa e estou exausto, das histórias polémicas inventadas e das oportunidades por acontecer, para que seja reposta toda a verdade, a verdade roubada que não tive em vida e que por falta dela paguei e a verdade ludibriada depois da minha morte!
Voltei para vos dizer que agora já nada me interessa, já nada interfere porque agora sou apenas mais uma estátua algures despercebida.
Perdoem-me! Voltar aqui e assim…


Lisboa, 31 De Outubro de 2007

segunda-feira, outubro 29, 2007

Voltei…

Já percorri o caminho da solidão, todo, numa maratona sofrida. Já adormeci os meus ímpetos mais vorazes e acalmei a imaturidade do meu Ser…
Curei-me das doenças sociais, obriguei-me a olhar-me, a viver e a conviver com os meus defeitos!

Senti saudades do calor das amizades e das esperanças dos poemas feitos pela emoção da criança que existe dentro de nós, senti na ausência a distância deste mundo…

E no tempo de solidão restou-me um tempo escondido para viajar incógnito na fantasia de um marinheiro corajoso ou na pele de outro mensageiro eficaz na busca das palavras e dos sentimentos que elas nos trazem, pois são elas que nos fazem sorrir ou chorar, são elas que nos matam a esperança ou nos adormecem o desejo…

Voltei… á procura do meu prazer! Um beijo teu, um poema meu, ou um espaço por preencher… pela necessidade do ego solitário, ou da razão na paixão da vida transmitida pelas vibrações num elo do nosso desejo…

Acordei e quero que acordes comigo (se algum dia adormeceste…). Trouxe a noite de um Outono triste e só, que na mudança da hora parecia uma solução, parecia que encurtava os dias que nos separavam…

O meu sorriso (que não vês, mas imaginas) é construído por desejos deste pequeno momento em que volto á vida, em que o meu corpo se exprime em movimentos alegres… é agora que volto a ser completo, entre as palavras e os sentimentos…

Voltei! Em cada palavra estarei a olhar-te, em cada frase estarei submissamente escondido á espera que entendas o seu propósito e numa poesia qualquer irei mostrar-me mais ou numa disfarçada prosa poética gritarei as sensações da minha tímida alma. Voltei para ser simplesmente teu! Teu… e de todos!

domingo, outubro 28, 2007

Dono do Mundo

Procurei o dono do mundo
queria saber quem manda
na alegria
na emoção contida
na razão
na ilusão de cada dia…
Queria conhecer
tão poderoso
que comanda a vida
que decide entre o sim e o não…
E os caminhos que percorri
levaram-me
(a pergunta)
trouxeram-me
(a resposta)
na simplicidade das coisas
descobri…
O dono do mundo
é o coração
mas quem manda aqui
é o pensamento
que compõe o querer
de cada um…

Em cada coração
em cada pensamento
entre muitos, corpos
há um dono do mundo…

(do seu mundo…)

sexta-feira, outubro 26, 2007

Procura

Dá-me a tua mão
voa comigo
deixemo-nos planar
por baixo do céu estrelado
por cima da prata do mar
dá-me a tua mão
e encontra comigo
a palavra que procuras

os sentimentos profundos
na eleição de cada momento
mão amiga…
corpo faminto…
no gesto que invento
no rosto dos nossos mundos!

Procura…

Que a vida está dentro de ti!




Dueto com a minha amiga Vanda Paz em 23/10/2007

Obrigado Vanda, um beijo para ti.

quinta-feira, outubro 25, 2007

Noite de Lua Cheia!

Hoje vesti-me de Lua!
E de intensa luz no topo do mundo olhei para o planeta, na procura do meu lugar junto de ti! A noite escura escondeu-me algumas estradas de outras aventuras, mas a minha determinação era encontrar-te onde quer que estivesses a dormir num sono tranquilo. Percorri os infinitos lugares, passei por terras ainda por descobrir, cidades de betão, por montanhas, vales e rios de maresias.
A noite sedutora teve-me nos seus braços de capim, embalando-me a carência do meu querer em movimentos de emoção. Congratulando-se de sensações existenciais e no silêncio cúmplice trocamos desejos por realizar, numa parceria de uma dimensão universal. Em conjunto, enamoramos a vida até ao infinito. Não demos tempo ao tempo que passou, que nos fugiu entre a tua solidão de noite e a minha luz de lua. A noite em consciência afastou-se lentamente numa despedida suave, num até depois… a lua, veste minha, foi perdendo as roupas com que me vestia, perdendo assim a candura e a clarividência do meu momento. Na intimidade do silêncio fui-me transformando num corpo adormecido que acordou ao teu lado naquele quarto fechado.
Vou guardar-te segredo! Farpela de lua e abrigo da noite…

quarta-feira, outubro 24, 2007

Uma Palavra!

Uma mente sã e aberta procura na sua essência a sua própria razão de viver em cada minuto a magia mais escondida e bela, que de tão bela ser consegue iludir a sua presença.


É na afinidade do intelecto que me chamas em gritos de vácuo, num conceito da procura ou do querer. Estás só. Em teu redor existe uma imensidão de movimentos tumultuosos que te abraçam e despedaçam a liberdade de dares o teu perfume sabático…
As folhas da tua alma murmuram a palavra Outono quando se despem deixando a tua imaginação nua. Buscas o conforto num abrigo afoito na cadência do teu ego e assim, só assim és tu!


Buscas a palavra mágica que adorna o teu simples estar, apenas porque existes… sapiente, guardas a palavra que queres, entendes o seu significado em cada fragmento em cada vertente intelectual ou sentimental.


Podes reunir as energias de um todo e numa chama branda deixares-te estar nessa cabana de jejum inexequível que nada acontecerá sem queres… pensa em ti!


No âmago do teu Ser, sente a fluidez… respira e solta a palavra, apenas uma palavra!

segunda-feira, outubro 22, 2007

Pirata do Mundo

Estou ancorado ao porto
de abrigo demente
sou um barco pirata
de créditos efémeros
em que trago
tripulantes da espada
perdida…
Pompeio bandeiras do nunca
em esmeradas lacunas
sou um sonho perseguido
sou um acto por cumprir…
Envolvo-me nas marés
percorrendo um mundo imaginário
de lés a lés
entre as mazelas do sempre
e as apatias da solidão negada
sou um pirata
discordante
disfarçado…
Aguardo o assalto ao tempo
o momento oportuno
de resgatar ao mundo…

Meu tesouro profundo!

Sou o abrigo pirata
o barco demente
vestido de pomposa
anormalidade…

Sou o pirata do mundo!

domingo, outubro 21, 2007

Paulo Afonso & Manuela Fonseca


















Olho em redor,
vejo melodias…
Vejo histórias
sinto a dor!
Vejo nos teus dias
o mar…
A ânsia do querer
vejo o teu lutar
o interior do teu Ser
perdoa-me! Vejo o teu amor.

Essência da tua pessoa
da tua amizade
por seres como és… Assim!

A voz que soa…
A melodia da verdade
uma amiga para mim!

20/10/07 por Paulo Afonso


Encontros outonais
São como histórias de fiar
Olhares cúmplices
Arredondam
As árvores de ficar
Que sombreadas
Oferecem o bem-estar
Com o destino traçado

Quatro corpos
Identidades opostas
Reúnem troncos centenários
Encostados ao azul
De um Tejo
Que te observa
Que nos abençoa
E que nunca nos separa
No maior mundo
De todos os mundos

- A Amizade!



20/10/07 por Manuela Fonseca

quinta-feira, outubro 18, 2007

Libertino

Vejo estrelas…
num pequeno horizonte
vejo os gestos,
as malícias
e os desejos…
serão elas…
estrelas do monte
fingidas de carícias
em busca do teu prazer?

Beijos…
Sorrisos…

Crenças que não existem
na epopeia do sentido
do segredo em que vivem
no passo perdido…

E existem assim,
numa montra artificial
num consumismo banal
Perdão! Mas, não são para mim.

Beijos envoltos na brisa
da solidão…
provocam sorrisos
de ilusão!

Vejo estrelas…

Afeiçoada imaginação!

(Fazem viver a alucinação…
fazem crescer a profissão!)

domingo, outubro 14, 2007

Parente pobre

Sou o parente pobre da sociedade e isso basta-me!
Não tenho bens que façam emergir desconfianças
ou que provoquem disputas
não tenho nada que ultrapasse a simplicidade
de um pobre da sociedade!
Ergo-me de essências
e de pequenos desejos invisíveis
apagados pelas ganâncias do Ser.

Circundado por um mítico fingir
na aparência das coisas…
das cidades de aventura
dos sabedores da razão
e das realidades escondidas
em que me deixo
aos sabores das malícias indeferidas.
Sou o parente pobre
das extemporâneas razões sociais
e das guerras silenciosas.

Vou passando…
meio esfarrapado
meio contundido
de sorriso esboçado
meio perdido
e ainda assim vou amando…

Resta-me pouco!

Aos que me olham
resta-me ser pobre e louco…

(Sendo vosso parente)

não conseguem perceber
a pobreza das suas próprias almas…

sexta-feira, outubro 12, 2007

Trilhos

Sozinho…
Caminho pela estrada da busca
do conhecimento
na procura da razão
da razão do momento
de existir…
da pobreza…
da doença…
da fome…
da guerra…
que não consigo aceitar
não consigo compreender.
E os caminhos cruzam-se
baralham-me…
endoidecem-me…
escondem-me a força
o poder de mudar.
Sozinho…
Sou um nada
por aqui
ou por qualquer caminho!

quarta-feira, outubro 10, 2007

Pura Loucura

Peguei nas chaves do carro sem pensar no meu destino. Tinha a ávida necessidade de guiar, por ser algo que realmente me dava prazer e por ter um efeito calmante em mim.
O dia tinha sido delicado. Há dias assim, em que tudo é o que não queremos, em que tudo acontece em cascata… afundando-nos também.
Já no carro e ao som da música erudita deixei o meu pensamento vaguear em desejos banais e por projectos simplesmente normais, tal não era o meu estado de espírito. Pobre coitado! A minha esperança erguia-se com a noite, o luar seria um bom conselheiro e uma praia deserta talvez me devolvesse a sensatez de começar um novo dia, pronto para as intempéries da vida e predisposto a começar tudo com a energia de um novato aprendiz de feiticeiro.
Percorri a distancia que me separava entre a realidade e a loucura, entrei sem pedir, sem ser visto e acomodei-me no primeiro lugar fantasia que encontrei vago.
A loucura é um lugar comum para muitos, mas para mim, incipiente nestas andanças era uma experiência tímida e fugaz, sem malícia e sem pudor…
Finalmente sentia-me livre, totalmente livre, só possível em plena loucura. Depressa apagará o recente passado e imaginava-me no paraíso, construído assim á pressa e sem os detalhes que a vida real exige, coisas só possíveis em activa recuperação da mente e do corpo. Afastará a agonia, primeira medida após entrar na loucura e depressa tinha passado para a segunda fase, a da idealização do nosso espaço inconsciente e benévolo, que nos arrasta para a realização moral e nos recupera para e da realidade diária. Mente e corpo. Na loucura as coisas corriam-me bem… ufa em algum lugar e a qualquer momento tinha que ser, bolas!
O pior foi no dia seguinte, as pessoas quando me viam tentavam adivinhar a minha noite, pelas olheiras, disparavam hipóteses redondas de curiosidade, uns apostavam numa noite de discoteca e uns copos valentes, outros numa noite dormida á pressa e os mais incrédulos numa noite nas urgências de um hospital qualquer.
O meu sorriso saído da minha alegria natural baralhava-os, por ser um contraste com esse aspecto cansado de quem sofre as incongruências da vida.
Todos ansiavam por uma resposta. E eu, não podia falar-lhes daquele sítio chamado loucura, ninguém iria acreditar, passaria por louco…
Recuperado de mau dia, prontamente a minha imaginação engendrou um cenário… uma longa noite de lua cheia, numa praia quase deserta, eu e a minha sereia, com as ondas a marcarem o compasso de uma historia de amor…
Grande maluco! Grande loucura!
Foi o que consegui arrecadar desses inusitados curiosos que comigo labutam diariamente. Pois é! Pois é… Grande e pura loucura!

segunda-feira, outubro 08, 2007

Traição

O pensamento foi tenaz…
o olhar fugaz
procurou uma vitima vulnerável
uma química de outro sentimento…

um atroz chamamento…

nessa linguagem corporal
de anuncio de jornal
de salto alto da rua…
de qualquer coisa que não fosse tua!

Um dia na tua vida…
não faz mal… tens essa mulher nua
tens esse momento de prazer
nessa colecção
tens a tua traição…

já não és igual.

sábado, outubro 06, 2007

A Velhice

Parei á porta do destino, por tantas ruas que andei e com tantas pessoas me cruzei em gestos impensados e com palavras agridoces, que nem dei pelo tempo passar…
Sempre acreditei que um dia, longínquo dia, eu te encontraria. Sempre te vi como um destino para lá de Marte e nem sequer questionei a minha loucura…
Oh! Louco de emoção, por estar á tua porta, por estar contigo, num tempo quase parado e em que me sobra quase tudo… apenas falta-me a agilidade do meu corpo torneado de outros tempos…
Nem sei se foi o destino que se cruzou com a minha velhice ou se foi ao contrário, nem sei se posso almejar o futuro.
Hoje interiorizei a tua imagem de sapiência e de cautela disfarçada, agarrei o teu silêncio na bravura desse espaço suave… hoje comecei um novo ciclo.
Agora, deixa-me desfrutar os momentos. Deixa-me mesmo que não queiras…

sexta-feira, outubro 05, 2007

Apresento-me…



Sou um conjunto de letras
com que escrevo a minha emoção
sou um sorriso constante
numa alegria que ofereço
sou o rapaz brincalhão
e o homem instante
sou forte
e fraco…
sou a lágrima que foge
na solidão
sou a verdade
a mentira
a liberdade
e a ira
sou o amigo
o actor
e a dor de não estar contigo.
Sou tudo
o que me resta
sou o teu abrigo
feito de escombros…

Encolhe os teus ombros
e aceita-me
entre ilusões e defeitos
que o amanhã
ninguém saberá…

Apresento-me,
sou o momento
o pirata
o conde
o palhaço
o mistério
o jogador
sou um dia
ou uma noite
sou a mente vadia…

Apresento-me… aqui e assim!

quinta-feira, outubro 04, 2007

Escrevo-te...

Escrevo-te,
a palavra sorriso
descrevo-te,
os lábios carnudos
e os dentes que espreitam…
Escrevo-te,
a palavra riso
descrevo-te,
uns lábios carnudos
e uns dentes corajosos
que se mostram escancarados
Escrevo-te
a palavra alegria
descrevo-te
uns olhos brilhantes
num rosto jovial
onde sobressaem…
as palavras sorriso,
riso…
Escrevo-te,
a palavra mundo
descrevo-te…

segunda-feira, outubro 01, 2007

Tertúlia do Eu!



É rodeado de pessoas que gosto de estar, numa oratória temática influente em que cada oponente pode ser o seu verdadeiro Eu!
Num espaço que avalia, emitindo uma opinião por vezes silenciosa, tão silenciosa que se aconchega no meu ego negativo e produz verdadeiras barreiras de luz, em que me obrigo a entrar…
E em contrapartida, vão aparecendo as outras opiniões, visíveis que batem no reflexo do meu desejo e em que provocam uma embriaguez temporária ao meu ego positivo. Deixo o tempo passar, pois só ele pode trazer-me de volta á realidade!
De qualquer modo, gosto do que me rodeia. Adoro ultrapassar os horizontes e quebrar as barreiras dos medos, gosto de coleccionar segredos e ainda me sobra o desejo em que fujo para o espaço de ninguém para poder inventar. Invento o escritor que finge o sentimento de cada tema, de cada palavra, invento a sedutora que faz de cada momento um teste a si própria, invento o actor que tenta representar o texto que o escritor imaginou… invento sem qualquer sintoma de fadiga, sem qualquer dor de sacrifício.
Amo cada tertúlia, como quem ama as pessoas que o rodeiam mesmo que sejam apenas e só meros personagens de uma pequena história ainda em construção.
Amo o prazer que tenho no gozo que me dá em ser simplesmente Eu!
Obrigo-me a confessar, nas muitas tertúlias que faço com os meus personagens imaginários do meu querer… como um sedento louco, numa verdadeira assembleia em que antecipadamente vejo o seu final.
Só assim consigo iludir as minhas sequelas sociais entrando pela porta dos sonhos e percorrendo os caminhos da alegria, e tudo isto, pode estar por detrás de um conjunto de palavras, soltas da razão e agregadas a um simples sorriso. Que hei-de fazer de mim?
Se o meu dom é sorrir e a minha sorte é ser feliz…

domingo, setembro 30, 2007

29/09/2007 – Amadora




29/09/2007 – Amadora

Almoço, Tertúlia de Poesia e Lançamento do Livro da Manuela

As Poetisas:

Cleo, Mel, Manuela, Rosa, Tália e Vera

Os Poetas:

Sailing, Paulo, D. Dinis

Um dia inesquecível com este pessoal de 5 estrelas

Resta-me… o tempo!

Ficaram tantas palavras
por dizer…
tantos gestos
por fazer…
agora que o tempo foge
agora que a distancia aumenta
o meu sorriso
esbate neste espaço circunscrito…

Já sabia,
que o tempo nos fugia
e que a tertúlia
um fim teria…

Resta-me um rio
onde posso mergulhar
no mundo do silêncio
resta-me a chuva
como uma lágrima
de quem chora…
resta-me a ponte
que nos separa
e nos junta.

Resta-me…
a palavra com que luto
e me defendo
restam-me…
as madrugadas
com que me invento
renovado,
na esperança
na ilusão
de ler
de escrever
as palavras que moldam
o meu
o teu
e o querer de alguém
instalado no coração
do tempo…

Já sabia,
que o tempo nos fugia…

sábado, setembro 29, 2007

Sem Uma Despedida…

Tenho cinco minutos do tempo que resta, tenho uma caneta em que a tinta lhe falha e falta-me a força, ainda assim, num último fôlego tenho uma voz rouca que procura por ti…em vão!
Ainda me faltam tantas palavras em tantas melodias para cantar ao teu ouvido, num cúmplice segredo…
E tu? Que sempre desejaste esse momento, sem nunca o pedires, sem que os teus olhos escondessem esse desejo em que um dia neles o li… e nunca tive a coragem de assumir essa interpretação como a correcta, como a real…
Agora é tarde demais… porque te perdi! Agora é tarde demais, essencialmente porque me perdi…
Nem o tempo soube gerir, para oferecer a minha despedida!

quarta-feira, setembro 26, 2007

Descanso Na Tua Poesia

Deitei-me
sobre um poema teu.
Senti as palavras de amor
no meu corpo nu.
Cobri-me...
Com uma manta feita
de versos teus… retalhados.

Senti o frio…dos soalhos.
Aqueci-me naquela frase eleita.
Cobri-me…
de rosas azuis
decorando o meu imaginário
sentindo todo o esplendor.

Um poema,
entre muitos da tua poesia
adormeceu-me em magia…

Cobri-me…
E descansei na tua poesia…


Tália & PauloAfonso

segunda-feira, setembro 24, 2007

Poema

Se um dia encontrar um Poeta hei-de perguntar-lhe porque afinal os Poetas existem…
Arrisco-me a ouvir como resposta uma simples frase; - “Existimos para lembrar o mundo imperfeito que existe o outro lado...”
Se isso acontecer, vou ficar a pensar em que parte desse mundo ele se referirá…

Poema…

Solta letra a letra
esgrimindo o seu sofrer
gritará a sua dor
em cada frase estendida…

num mundo de letras
como armas de uma guerra perdida
resta-lhe um olhar de amor
e o sonho do seu querer…

ouve o silêncio na multidão
vê a magia de um nada
sente… o intimo de um pouco
e, ama cada momento sem esperar…

veste a batina da inocência
da ilusão…
viaja entre a parede e a espada
habitante escondido… louco
a querer tudo mudar.

Vê a flor no céu
escreve o poema no mar
levanta o véu
de um paraíso a acabar…

sábado, setembro 22, 2007

Frases e Pensamentos de Paulo Afonso

Amizade!

É o bem mais precioso que conseguimos conquistar…

(nunca me perdoarei pelas poucas que perdi…)

sexta-feira, setembro 21, 2007

A Noite Em Que Te Perdi…

Entro em casa e procuro por ti… onde estás? Não encontro nenhum passo teu, nem tão pouco a esperança do teu perfume entre o quarto das noites mágicas e a sala das longas conversas… nada, não há vestígio da tua recente passagem.
Atrofio! Um milhão de cenas passeiam pela minha cabeça desprotegida, imagino os piores cenários e desespero um pouco mais… uma lágrima escapa.
Fico estático como uma tela de cinema e o filme passa lentamente, recordando passagens de uma vida á dois.
Penso no tanto que tinha para dar e que por uma ou outra razão ou por falta dela não te dei, penso nas oportunidades perdidas, desperdiçadas por mim, em que podia dizer-te uma palavra de incentivo, de elogio, uma apenas que fosse no momento certo… e outra lágrima cai.
Tento recompor-me e na minha cabeça a consciência grita-me, é tarde demais!
Paro no presente para enquadrar-me com a realidade presente e isso destrói-me por dentro, imagino o futuro próximo e isso não me acalma… a tua ausência mostra-me todo o valor que na tua presença nunca reconheci…
Um beijo de bom dia traz-me á realidade, tem ainda o dom de me afastar desse pesadelo e dessa noite mal dormida. Acordo alegre e feliz, tão feliz que estranhas… podes perguntar as vezes que quiseres que nunca vou contar-te que nessa noite te perdi, nunca vou contar como me senti, apenas justifico essa felicidade por estar tão perto de ti!
Bom dia para ti também!

quarta-feira, setembro 19, 2007

Tu!...Vida

Vida…

Queria usar as palavras
…apenas algumas
e nem sei o significado delas…
queria enviar uma mensagem
com frases feitas por mim
e nem as sei eleger
queria tanta coisa…
que me levariam a tanto lado
e acabaria em ti!

Só vês o meu rosto
e os meus olhos brilham
sinto-te…
e o meu sorriso fica gigante
fazendo o meu coração
bater descompassadamente…

Usaria as palavras,
se soubesse dizer-te
se,
as palavras…
falassem por mim!

Gosto de ti!

terça-feira, setembro 18, 2007

Vento Renovador

Hoje
subi ao cimo de um monte
e esperei que o vento
levasse todos os meus sentimentos
Logrei o alto do meu Ser
abrindo um baú desprotegido
gritei-te vento – renovador
dei-te o meu consentimento
leva toda a minha dor
leva todo o meu sentido
leva todo o meu tormento.
O vento
deixou-me assim
de alma vazia de tudo
… e eu já não sou quem conheceste…
Transformei-me em fonte
de lucidez empolgante
num crescimento sustentado
de avaros defeitos
e imensos sorrisos.
Enchendo a alma
com o aroma das flores
com as cores do arco-íris
com a embriaguez de vinho generoso
com os suspiros dos amores.
Bebi a paixão pela raiz
usurpei á solidão
o direito que me ergue
sou novamente feliz!





Tália e PauloAfonso – 27/08/2007

segunda-feira, setembro 17, 2007

Palhaço Perdido…









Sou a vitima
de mim mesmo
das minhas acções
das minhas palavras…
sou eu… o que sofre
por fazer ou ter
as acções mais infundadas
por escrever ou dizer
as palavras inacabadas…

Sofro e choro em silêncio!

Sou um construtor em grande escala
de um mundo que não existe
sou um sonhador em erosão
dos momentos impossíveis
sou a pessoa
que se veste de culpa
e se despe da realidade
sou o monstro mentira
sou o palhaço verdade
sou a ira
sou a lágrima
sou o sorriso
sou o destino perdido…
que nunca será encontrado!

Vivo e morro tão solitário!

Vitima da sociedade
prisioneiro dos sentimentos
sou o que não pareço
um sentido
uma emoção
sou a ilusão
um palhaço perdido
sou a luz
do meu coração…

Sou o palhaço solitário que vive perdido…
Escondido…

sábado, setembro 15, 2007

A Minha Sorte!

Subi a montanha numa escala sofrida para chegar ao cume e ver o pôr-do-sol, mas ele não esperou por mim…cheguei em plena noite de luar, observei serenamente o luar, reuni todas as forças, ergui-me, prometi compensar-me esperando pelo nascer do sol, esperei tão cansado que adormeci.
Acordei em pleno dia de sol… e não o vi nascer!
Que podes pensar de mim? Não sei… apenas sei que tudo tentei e que voltarei a tentar, sei que um dia acontecerá, talvez quando menos esperar e talvez até esteja em boa companhia, sei que ainda assim sou um homem de sorte com muitos motivos para sorrir:
Escalei a montanha até ao fim, dormi como um anjo, recebi um dia de sol e ainda te tenho a ti para leres os que escrevi.
Sou um homem de muita sorte!
Porque aprendi a apreciar alguns grandes momentos que acontecem na minha vida sem exigir o alcance de todos…

sexta-feira, setembro 14, 2007

Canção de Amor




Em segredo,
canto só para ti
escondendo a minha timidez
embrulhando-a nesta trémula voz
apenas sou destemido
quando escrevo…
aquela nossa canção de amor
em que possa escolher a palavras
que quero dizer-te…
que quero que oiças…
elas surgem devagarinho
com as ondas desse mar
gigante…como o meu amor!

Canto em segredo
onde te chamo
sol do meu olhar
onde em silêncio te amo
e desfruto esse meu desejar…

Escondo a canção
sem fim…
guardo-a no coração
bem dentro de mim…

quinta-feira, setembro 13, 2007

A Porta do Rio!


No ímpeto do rio descontrolo-me e afundo. Entro num outro mundo, de silêncio, de acalmia que tanto seduz, pela magia do inesperado…
O corpo molhado não pede calor, limita-se a deslizar pela corrente sem fim. Os olhos, bem abertos, apreciam a vida que os outros seres têm.
Braços e pernas não exercem qualquer movimento, nem de luta, nem de fuga. Inertes deixam-se ir…
Um dia voltarei ao paraíso para acabar o sonho do meu desejo. Para concluir as pequenas coisas que deixei inacabadas e para poder amar a vida que inconscientemente deixei fugir sem um pleno desfrutar.
Passei a porta que nos divide e assim separa, encontro-me do outro lado onde tudo é novidade. Não consegui iludir esse destino tragicamente marcado.
Por ora, limito-me a assumir que tragicamente morri…

quarta-feira, setembro 12, 2007

Uno





Alma…
Que desperta a sua sede
e se solta do seu refúgio
para beber da nascente do meu Ser!

Encerra os sentidos
em cada gole cristalino
saciando…
os desejos de ambos!

Tu!
e… Eu!

Juntos até ao limite do Universo.

segunda-feira, setembro 10, 2007

Um tal…Dia!

O dia acordou triste e chorou, as suas lágrimas molharam os transeuntes do mundo que fugiram para um abrigo próximo só com a preocupação de se protegerem.
Ninguém questionou, porque o dia acordou triste e chorou…
O dia solitário conseguiu erguer um pequeno sorriso e abrilhantou a vida dos transeuntes que depressa saíram dos seus abrigos com mais energia e alegria.
E ninguém agradeceu aquele bonito sorriso…
O dia morreu!
Enchendo de luto o mundo e ninguém percebeu que o dia tinha dado tanto sem pedir um pouco…
Ainda assim, o dia renasceu com mais força, voltou a morrer… a renascer e a morrer sem que ninguém desse conta…

domingo, setembro 09, 2007

Virtual

O silêncio ensurdecedor
do teu corpo…
ágil que voa quando por mim passa

(ilusão visual do meu imaginário)

O olhar inocente
do teu rosto…
abstracto, lúdico e repentino

(desejo do meu sonho)

O gesto melancólico
da tua alma…
denúncia do teu querer

(duvida da minha realidade)

Os cabelos que voam
sem que o vento os procurem

(inconsciente…meu?)

O sorriso escondido
submisso ou perdido

(ânsia da procura)

O flagelo…de estares só
mais só do que possas gritar…

(fronteira da realidade)

São as grades do teu imaginário!

sábado, setembro 08, 2007

Brinde









Um cálice…
Que abarca o licor
ergue-se num ápice
que entorna a dor…

Um gesto… que se liberta
que eleva a emoção
é o momento que desperta
e chama a sua razão.

Alteio o meu ego
em rota de reverência
é no cálice em que pego
que bebo a tua essência…

Num gesto eloquente
bebemos em alegria
um trago mais quente
num especial…dia!

Bebemos…a magia
com a nossa gente…

Brindamos á Poesia!

quinta-feira, setembro 06, 2007

Luciano Pavarotti


A voz era o seu poder e o seu encontro com o mundo. Mas no corpo possante escondia o seu maior talento, um coração generoso que preenchia a razão de existir. Recordaremos o talento sem esquecermos a grandeza do Ser!
Todos agradecemos a nobre passagem por esta Terra, chamada Vida!
Adeus Amigo…

BAÚ

Com nostalgia
E olhos molhados
Recordo os tempos de felicidade.
Tempos...sem qualquer preocupação
Que quando olhava para o mundo adulto
E faltava-me a sua compreensão
Era o querer esticar os dias
Porque a brincadeira
Nunca devia acabar
Era o aproveitar cada minuto
Esbanjando todos os segundos.
Hoje, são as saudades que apertam
É a impotência de voltar
Ao tempo, que gostava.
É aprisionar,
A criança que vive dentro de mim
É a luta constante, em vigia-la
Queria ser uma criança grande
Soltar-me de dentro do adulto
E brincar todo o tempo
Mas, apenas posso compreender
A palavra nostalgia
E o seu efeito
Esconder os olhos molhados
E dar algumas fugidas
Ao baú da minha memória
Que se chama, Infância.


Lisboa, 02 de Julho de 2002

In “Vinte e Cinco Minutos de Fantasia” Paulo Afonso

terça-feira, setembro 04, 2007

Dança


Desnudei
o peito faminto
conquistei nova vontade de sorrir
e deixei-me cair nesse soalho brilhante…
Bamboleei o corpo
em movimentos esguios
e perfeitos!
Imaginei…
Escrevi…
Interpretei…
a coreografia do sentimento
numa dança envolvente.

A melodia acústica
e melosa
deixou vaguear o meu desejo
alojando-me
no mundo do poder
e eu amei…

Desnudei
as personagens do meu Ser
que tantas vestes albergavam
e fiquei só…

Desnudado dancei!

segunda-feira, setembro 03, 2007

Frases e Pensamentos de Paulo Afonso

Saber...Acreditar!


Quanto mais corro na busca do objectivo, mais aumento a distância, porque a minha corrida desmesurada provoca sempre mais uma queda…

domingo, setembro 02, 2007

Frases e Pensamentos de Paulo Afonso

SER

Escrevo…para libertar as personagens que não consigo Ser

sábado, setembro 01, 2007

Iraque Em Guerra!

Inferno que ilude
Recebe e dá… a dor
Amanhecer cor de fogo
Querer… sem amor
Uma criança que foge
E brinca de soldado…

Embalados em miras
Miras em movimento

Gente que morre
Um vento sofrido
Ecos de almas a partirem
Rostos de pânico
Rituais de um mundo perdido
Amor atingido… que morre!

sexta-feira, agosto 31, 2007

Singelo...desejo

É o meu doce desejo
de carpir as magoas incautas
que um dia deixei fugir
e que me levaram a poesia
levaram-me a astúcia
e a nobreza do imaginário
deixando-me nu…


apenas um corpo!
...que deixa a imaginação desidratada
numa busca perdida
que aclama pela soberania
de outro corpo qualquer
pelo anseio infinito
de vaguear, de desvairar
pelo teu corpo de mulher!

quinta-feira, agosto 30, 2007

Sem Pedir…

Quero a Paz
E dão-me … Guerra
Quero o Alimento
E dão-me … Fome
Quero a Alegria
E dão-me … Tristeza
Quero a Amizade
E dão-me… Solidão

Quero querer
Que nada tenho a perder…

quarta-feira, agosto 29, 2007

O Velho Casarão

O velho casarão enxovalhado
inerte,
guarda as memórias em segredo
e o vento muda as folhas caídas
atira uma poeira centenária
numa afronta banal
de quem inveja a solidez
do espaço erguido e firme…

O velho casarão sábio
deixa-se iludir…

Abraça os troncos da madeira
sem definhar
sem fugir
mostrando-se feliz!

Vive isolado na montanha
da sapiência
erguido pela mão atroz
e chora de aflição
sem que o seu rosto seja notado.

O velho casarão enrugado
que protege o alecrim
e afasta o capim
não grita…
não graceja…
não gesticula…
não se queixa da sua morte lenta
que é o seu abandono.

O velho casarão,
deixa cair a lágrima
nos dias chuvosos
num ritual sôfrego
de quem nada espera…

Houve tempos,
em que os tempos eram alegria
eram infância
eram actos pujantes
que a mente esconde
e que ninguém quer indagar

Hoje o casarão é velho…

terça-feira, agosto 28, 2007

Perdido!

Perdi-me na areia da praia entre um mar de desejos e nunca mais quis voltar. Gritei para que o meu ego ouvisse e não me tentasse travar… agora sou eu, que devo buscar o caminho para o paraíso, de que tanto ouvi falar. Se existe serei capaz de o encontrar…
A voz feroz do mar fez-me duvidar e o olhar da sétima onda deixou-me perplexo procurando acalmar o ímpeto do momento… reduziu-me á minha realidade.
Não sei se serei capaz de o encontrar, mas jamais voltarei… a desistir de tentar!

segunda-feira, agosto 27, 2007

Aurora

É o teu nome de apresentação
trazes esperanças de cetim
alegrias e ilusão
aos molhos para mim…

Cedo passeias o teu sorriso
de flor de jasmim
olhas-me de igual esplendor
e de indiferença
contundindo-me a dor…

Julguei-te minha
musa molhada de lágrimas
julguei-te…
história do meu imaginário
minha…
e (afinal) de toda a gente!

Outrora…
Já foste um olhar degredo
uma voz de solidão
um mar bem presente
e uma colina que ama no chão…

Aurora
Meu segredo…
minha rotina de ilusão
és simplesmente…minha
e da multidão!

Bom dia…

domingo, agosto 26, 2007

Paixão

Olho o mundo em meu redor
Em imagens de ternura,
Sinto tanta dor
Quando me sinto imatura.

Procuro sem procurar
Um propósito de ser
Encontro sem encontrar
A alegria de amar.

Dilúvio é a minha dúvida

Sou paixão intensa a crescer?
Ou amor ardente a morrer?

Não quero duvidar da dúvida...
Não quero duvidar de mim própria...

Imagem que transporto, que vos mostro
Esconde o meu íntimo

Sou paixão
Mas também sou amor

Só eu sei esconder
Só eu sei a quem mostrar

Fogo que o meu corpo transmite...

sábado, agosto 25, 2007

AMOR AO INFINITO

O Amor
É um fluxo de energia
Projectado no nosso corpo
É um fluxo…
De não sei o quê…mágico
Um raio de altivez
Uma alegria permanente
Um eléctrico… desejo
Um despertar
Um acreditar.

sexta-feira, agosto 24, 2007

EFEITO MAR

A acalmia que me envolves
Também tem tons de azul
É feita de contrastes
De imagens e de sonhos
Transparentes…
Transporta vida,
Transporta mensagens
Em cada onda que rebenta
É alegria
Ou ilusão
É poesia
Ou paixão
É um outro…mundo
É um outro dia
É uma sensação
É uma defesa
É a razão
É saber viver
É a paz
Do meu Ser.

segunda-feira, agosto 20, 2007

R de RARAS e OUTRAS COISAS…

Elegante…com subtileza
Divulgada a cada passo
A cada olhar,
Brilhante…com nobreza
Sentida a cada momento
Na noção do pensamento,
Emoção inteligente
Rainha romântica…
De face pretendida
Entra e sai sem pedir
Sem que importe, o lugar
Age fugaz e branda
Que consegue iludir.
Não quer fronteiras
Nem encontra barreiras
Habita num coração qualquer
Sem sair do seu.
Tem magia,
Em forma de tanto
Tem poder
Com imagem de encanto
Vive… e faz viver
E ao viver…
Está a crescer.

A Raiz da Sabedoria.

domingo, agosto 19, 2007

OLHEI-TE BEM (em vídeo)



OLHEI-TE BEM

Descobri,

A alegria

De viver
De amar

Descobri,

A beleza

De olhar
De beijar

Descobri,

O encanto

De pensar
De sonhar

Afinal descobri,

A minha vida

Porque descobri,

Que te tinha descoberto.



Poema: in Vinte e Cinco Minutos de Fantasia de Paulo Afonso
Vídeo: in Celtibério


Um abraço especial de agradecimento ao amigo Celtibério pela grande capacidade de criar um filme maravilhoso para enquadrar o meu simples poema. Guardarei este momento pela eternidade. Obrigado Amigo Celtibério.

sábado, agosto 18, 2007

LETRAS

Confundidas, desamparadas
Movem-se lentamente
Desenfreadamente
Fugindo da solidão.
Não querem ser
Nem são o que querem
Não querem perder-se
Não querem perdão
São aquilo que são
Unidas, porque o pecado
Mora aqui ao lado
E em qualquer esquina
Esconde-se o diabo
Que também tem palavras
Que também soletra
Em algumas curvas magoadas
Não…são palavras
São frases
São objectos
São águas acabadas
Fontes esgotadas
São o que são
Porque fazem-no somente
São e não são
Permanentemente
São palavras,
São frases
Curtidas, erguidas
Serão sempre…
O homem que as projecta.
O homem,
Que vive e morre
Deixando memorias esquecidas.

sexta-feira, agosto 17, 2007

TEORIA DO EGOÍSMO

Abro os olhos,
Sem a noção de que nasci
Trago comigo
Algumas condições genéticas
Que não as pedi.
Recebo muito carinho
Que timidamente colecciono
E num pleno desenvolvimento
Das minhas potencialidades
Não mais dele abdico.
Começo a construir-me
A criar...
O meu património intelectual
Associado,
À vertente da sobrevivência.
E tudo acontece
E quase nada acontece
É quando passo por mais um processo
Da organização e estrutura da mente
Que é amplamente difundida
Socialmente.
Entro por caminhos...
Ou por ruas
Antecipadamente baptizadas
Cultura, meus conhecidos
Sentimento, meus amigos
Ideologias, meus estranhos
Pensamentos, meus desconhecidos
Então...
Os estudiosos chamarão...
Teorias sociológicas
E eu não sinto
E eu não quero
E eu não sei
Para que mundo me empurrei?
Em que esquema estarei inserido?
Haverá algum fenómeno constrangido?
Ou estarei em conotação ideológica
Socialmente reconhecida?
Não!
Não se esforcem para responder
Não quero respostas.
Dêem-me,
Uma profunda analise descritiva
Sem emoção
Sem frustração
Sem narcisismo
E até sem fundamentalismos
De quem não é como eu!
Desculpem-me...
Abro os olhos,
E procuro o que me interessa
Abro a mão,
Para poder tocar no que quero
Penso sem a razão
Porque a razão nem sempre é minha
E eu não a quero partilhar
Com alguém.
É por pouco, ou por tanto
É, e não a quero.

Pratico o bem
Não por ti, nem por ninguém
A não ser por mim
Ajudo quem posso ajudar
Não porque precisam
Mas porque me faz sentir alguém

Sou tão óbvio...
Que ninguém pára para olhar-me
Porque ninguém já se olha
Somos todos iguais
Muito mais iguais, até nos inconscientes
Nas partes escondidas,
E nada se explica
E tudo se explica
Nos actos são sinónimos
De artes perdidas
De corpos esquecidos
Perdoem-me...
Se vos contrario,
Se vos dispo
Se vos acordo
Ou se vos adormeço.
Perdoem-me simplesmente...
Não vos mordo,
Não vos ataco,
Não vos aleijo,
Fisicamente é claro
Nem tal quero
Mas se moralmente
Vos aqueço ou arrefeço
É porque têm consciência
É porque algo acontece,
E é claramente porque
Tudo tem explicação
Com a amplitude
Que lhes queremos dar,
Não me gritem
Porque já sei
Que não vos mereço.

quinta-feira, agosto 16, 2007

Terror, na rua dos sonhos...

Na noite
Em cada instante
Num incógnito destino
Mas em lugar ideal
Onde algo ameaça
Porquê gritar?
Porquê matar?
Controlam a passagem
Alguns ainda sobrevivem
Naquele lume acesso
Fogo preso
Onde o calor aumenta
No deslocar da lua
Um movimento
E a cautela continua
A esperança alimenta
Tudo o que mais seja.
A sobremesa é o... Medo
Nesta terrível ementa.


Sonhar também é viver
E quando o pesadelo existe
A consciência tem uma palavra a dizer.

quarta-feira, agosto 15, 2007

Genial

Dei-te tudo quanto podia
Dei-te aquilo que mais queria
E tu! Sentiste como pouco
Deixaste-me impotente
Criaste-me um mundo que nada valia
Rodeaste-me de histórias
Envolveste-me em algumas delas
E depois… as vezes choravas, outras rias
Não pensaste nas mazelas.

Tudo é passado
Não sei, se ultrapassado
Sinto-me como um louco
Sinto-me culpado
Sinto-me usado
Sem razão para reclamar
A vida e as suas sequelas
Sem vontade de chamar
A verdade das tuas mazelas.

A minha inocência
Transformou-se na tua ciência
Iludiste-me tanto ou tão pouco
Que apoiei-te, por excelência
Sem nenhuma carência
Oculto das fracções
Com imagens belas
Longe das reacções
E á espera delas.

terça-feira, agosto 14, 2007

Pobre Amanhecer… (Sem Ti!)

Amanhece devagarinho com a timidez natural de quem é pobre…

Sou um telhado de uma casa perdida
Sou o tempo de um sonho esgotado e esquecido
Sou um menino rico que queria ser mimado por ti…
Sou o vento que vagueia por essa tua ideia de seres quem és
Sou tudo o que se pode ser num mundo por acontecer

Uma casa perdida que nunca foi esquecida
Um sonho esgotado que foi perdido
Um rico mimado que nunca foi menino
Uma teia que o vento separa de mim
Um estranho momento por nascer

Quem és tu?
E eu… quem sou?

Devagarinho… com a timidez natural…

Não tenho casa… porque eu sou o amanhecer
Não tenho tempo… porque eu sou o vento
Não tenho sonhos… porque tenho que viver
Não tenho o teu amor… porque tu não me sabes ver!

Sabes quem somos?
O que nunca fizemos?

Amanhece…devagarinho…

Tenho os meus olhos gravados no instante
Tenho no meu peito o teu leito
Tenho o poder de um ilustre amante
E um sorriso (per) feito…

Afinal quem é pobre?
…quem não sabe ver o amanhecer!

segunda-feira, agosto 13, 2007

OLHEI-TE BEM




Descobri,

A alegria
De viver
De amar

Descobri,

A beleza
De olhar
De beijar

Descobri,

O encanto
De pensar
De sonhar

Afinal descobri,
A minha vida

Porque descobri,
Que te tinha descoberto.

In “Vinte e Cinco Minutos de Fantasia” Paulo Afonso

domingo, agosto 12, 2007

Ruína

Troquei,
As palavras certas, pelas erradas
Guardei as minhas mágoas
Perdi as ideias
Parei de escrever.

Deixei o meu próprio ser
Abandonado,
Abandonei-vos...
Não era criativo
Antes era um sem abrigo
No meu habitat feito de letras
Com palavras sobre palavras
E desmoronou-se...

Acabaram-se as mensagens
A ilusão
O mundo fútil
Ou enamorado.

Que importa, a quem nunca o leu?



In “Vinte e Cinco Minutos de Fantasia” Paulo Afonso

sábado, agosto 11, 2007

Frases e Pensamentos de Paulo Afonso

Sou Livre de Brincar, Sentir ou Sonhar!

Brinco com as palavras como uma criança que brinca na inocência com um qualquer brinquedo em que constrói o seu segredo ou mostra o seu prazer sem enredo…
São palavras que correm pelo meu rio da imaginação, roubo-as e devolvo-as porque as quero apenas durante a brincadeira que me pode entreter ou desafiar como um jogo em que queremos jogar e ganhar…
Não as compro porque são de graça e na graça das palavras consigo sorrir com elas e na alegria que existe jogo até ao infinito que me faz chorar na busca da compreensão do sentido que quero entender… não que elas queiram transmitir-me algo porque sou eu que quero entender o seu sentimento á minha maneira, porque cada um é livre de brincar, sentir ou sonhar!

Sei onde as palavras moram, como um segredo bem guardado e sempre que me apetece brincar vou tocar á sua porta, timidamente, pedindo-lhes para brincarem… e os anos passaram, fui perdendo todas as outras brincadeiras e aqueles que comigo brincavam também foram em direcções opostas… resta-me hoje a amizade de algumas palavras, o conselho sábio de outras e a brincadeira de quase todas. As palavras são as minhas melhores amigas, o meu melhor sentimento ou a minha maior ilusão… são o que são, que me importa se sou livre de brincar, sentir ou sonhar!

sexta-feira, agosto 10, 2007

A Qualquer Um...



Tu, que procuras na recordação
O alimento sem noção
Abandonas-te na sociedade
Percorrendo caminhos infinitos
Pedes caridade
Fugindo dos conflitos.

Marginalizados pelas ruas
Lugares… quão casa tua
Trazes vida, tens emoções
És humilde, sem aceitares abusos
Alimentas-te de recordações
E não admites insultos.

És o homem sem poder
Mas és dono do teu Ser
És o símbolo do que falhou
Carregas esse tormento
A esperança ainda não voltou
Vais vivendo do sofrimento.

Já dormiste em lugares infinitos
Já ganhaste e perdeste nos conflitos
Aguardas a hora da verdade
Queres deixar a vida
Força, para a nova realidade
Nessa viagem só com ida

quinta-feira, agosto 09, 2007

ELA

Adeus!
O mundo não terminou
Mas tu,
Partiste sem regresso
Deixaste-me
Sem esperança
De faces húmidas
Não mais ver-te-ei
E então!...
Agarrei-me a recordação
Única alternativa
Que possuo
Para consolar o coração
O destino decidiu
Separar-nos
De forma tão cruel
Mas antes,
Tu,
Já tinhas decidido
O destino.

E nós?
E eu?

quarta-feira, agosto 08, 2007

Fingertips - Cause to love you Original

Por motivos técnicos, o filme foi retirado.
Obrigado pela compreensão.

When I'm felling down
Nothing seems ok
I see her eyes and I believe I'll find a way

When I'm feeling down
Things don't go so well
I see her eyes and I forget the tears that fall

When I'm alone in the street
And I'm scared and tired
For the first time in my whole life I felt desire

When I'm far from home
And I just don't want to be found
I run into your arms and they bring my feet back to the ground!

CHORUS
'Cause to love you means so much more (2X)
When I need to cry you make me try
I want to die and ask me why
'Cause I can't fight no more

When I'm felling down
Nothing seems ok
I see her eyes and I believe..
we'll find a way

I'm alone in the street
And I'm scared and tired
For the first time in my whole life I felt desire
When I'm far from home
And I just don't want to be found
I run into your arms and they bring my feet back to the ground!

CHORUS (2X)

'Cause to love you means so much more (2X)

CHORUS

'Cause to love you means so much more (2X)

When I wanted to stop
When I wanted to fail
I saw your eyes and I believed there's so much more…
So much more… so much more...

A Lei da Vida

Eles não sabem…
Nem conseguem imaginar
a força de uma onda revolta
o alcance do gesto assumido…
Eles ouvem o ruído
solto em cada volta
e pensam… no sal do mar
no espaço em que não cabem…

Eles são moribundos
de cortiça embrulhados
perdidos e achados
entre dois mundos…

Julgam… pelas suas limitações
sem perceberem a verdade
movidos… pelas as ambições
sem tempos nem idade…

Um dia… a vida muda o sentido
sem perguntar… sem pedir
o passado fica erguido
e presente fica partido…

Então… a sabedoria
irá contar a história do gesto inacabado
gritará pela ternura da consciência
num momento de acerto…
E de longe, mas tão de perto
o gesto da vivência
fará da vida um fado
transformará a alegria…

E a voz da alma
num segredo destemido
vai dizer…
que o gesto tem sempre retorno
e que a nossa chama
é o reflexo contido
do nosso ser…
vai lembrar que o nosso trono
a nossa cama
o nosso gemido…
é a multiplicação
do bem que fizemos
mais a soma do que ajudamos
exposto na subtracção
do percurso iludido
dos momentos egoístas
e desprezados…

Então… o mundo
vai agir
vai mostrar que a vida
é feita de valores
norteada por princípios
e orientada por regras…

Então…
Alguém vai ter de partir
sem uma despedida
sem reconhecimentos ou louvores!

E os outros
vão agradecer…
a lei da vida!

terça-feira, agosto 07, 2007

Acorda e Levanta-te

Preciso da noite,
Para amar
Para sonhar
Preciso do amanhecer,
Para acabar o sonho.

Acorda e levanta-te
A realidade espera-te
Preciso de ti, agora
Preciso do que tens para dar
Aguardo-te.

Acorda,
Dessa teia de mentiras
Despede-te
Desse mundo oposto ao teu
Tu, não queres magoar-te
Tu, não és o céu
Acorda e levanta-te.

Ergue-te,
És grande e forte
Segue-te
Que nunca perdeste o norte
Ama-te.

Eu preciso de ti
Liberta dessa teia
Eu quero-te livre de sombras
Aquela que conheci
Espero na ideia
Voltarás a gritar.
Venci…

E quando chegares,
Acordada
Sete mares
Vais mover levantada.

segunda-feira, agosto 06, 2007

UM LIVRO DE SIGNOS



Se pudesse…
Jamais devolveria este teu livro
Compraria todos, os editados
Buscaria nas casas dispersas.
Se pudesse…
Escondia-me…
Escondendo comigo, todos os livros
Que de uma forma ousada
E de vestes simples
Desmascaram-me
Na tranquilidade das suas frases.
Mas,
Afinal nunca confessei o meu signo
Nunca o divulguei
Nunca o gritei…
Sou um Carneiro destemido
Ou um Leão convertido
Talvez um estonteante Escorpião
Ou um sóbrio Sagitário?
Nem sei,
Se não serei um Aquário
Porque não um Caranguejo
Um Balança ou um Touro
Talvez…Gémeos
Virgem ou Capricórnio?
Mas,
Se alguém ousar saber
Mando dizer
Um pouco de todos
Para o construir
Então saberás
Como me faço escrever.

domingo, agosto 05, 2007

BEE GEES - I started a joke



I started a joke
Which started the whole world crying
But I didn't see
That the joke was on me

I started to cry
Which started the whole world laughing
Oh had I only seen
That the joke was on me

I looked at the sky
Rolling my hands over my eyes
And I fell out of bed
Cursing my head from things that I said

'Till I finally died
Which started the whole world living
Oh had I only seen that the joke was on me

I looked at the sky
Rolling my hands
Over my eyes
And I fell out of bed
Cursing my head from things that I said

'Till I finally died
Which started the whole world living
Oh had I only seen that the joke was on me
Oh no! that the joke was on me
Oh...

Sorriso da Vida



Um sorriso, espontâneo
É tudo que tenho para dar
Acto, simultâneo
Espero encontrar

Alegria, de ser feliz
Num caminho cruzado
O segredo, a raiz
É ser de todo amado

Acompanha-me a naturalidade
Com que na vida estou
Propenso a solidariedade
No sorriso que dou

Nunca pensei em receber
Nem depois de dar
Importante é perceber
O próximo, que vou encontrar.

sábado, agosto 04, 2007

Relaxa-me…





Barcos abandonados
Sem um cais para ancorar
Numa praia deserta

Relaxa-me…

Mar sereno
Num mundo que parece pequeno
De azul vestido
Que parece perdido

Relaxa-me…

Nuvens que olham discretamente
A muralha que têm ciúme
Os peixes que andam em cardume
E um segredo que não mente

Relaxa-me…

Um momento…achado
Uma vida desembrulhada
Um espanto na encruzilhada
Uma praia… com um nome; Quebrado

Relaxa-me…

E a vida passa por mim
Num acordo fugaz
Ter um hino, uma bandeira e a paz
É tudo… o que me deixa assim.

E a vida sorri
Relaxa-me…
Deixa-me para ti!

sexta-feira, agosto 03, 2007

Astral Negro

Tuas vestes,
Podem ter todas as cores
Podem ser de todas as formas
Usarão a transparência.
Teu sorriso,
Constante ou talvez não
Melancólico
Agressivo e dormente
Ébrio,
Tentará esconder a transparência.
Teu cabelo,
Cor de uva
Forma de orvalho
Solta lavas de amargura
Tão transparentes.
Corpo grisalho
Com fortes mutações
Esconde e mostra.
Segura, és serpente
Podes voltar,
Podes sorrir, sempre
Mas,
Não podes ocultar
A verdade da tua mente.

quinta-feira, agosto 02, 2007

Mika - Relax, Take It Easy

Por motivos técnicos, o filme foi retirado.
Obrigado pela compreensão.

O PAPEL PRINCIPAL É TEU!

Ávido de vida
Carente de emoção
Sonhei com a recordação
Pensei na despedida
Tão fraco de tanto lutar
Vi extintos os meus horizontes
As lágrimas preencheram o meu olhar
Vindas de inacabadas fontes
A espera enfraqueceu
Na busca da realidade
Tudo e nada, aconteceu
Na procura da minha felicidade.

Mas o sol havia de brilhar
E o imenso espaço de solidão
Iria acabar
Viver teria sentido e razão.
Então encontrei!
A amiga e companheira
Que tanto procurei
Para uma vida inteira.

Tudo é diferente...
Porque renasci
E o meu coração já sente
Que evolui
Voltei a sonhar
Quero ser sempre o teu eleito
Voltei a acreditar
Que o mundo pode ser perfeito.
Tu és...
A alma que me assiste
O mar e o céu
És a força que resiste

O papel principal é teu!

Sou o sonhador
Que acredita
No amor
E na vida.

Sou a criança emocionada
O adulto forte
Sou a pessoa abençoada
Que acredita na sorte.

Não sei se mereço
A paz que Deus me deu
Agradeço
Mas, o papel principal é teu!

quarta-feira, agosto 01, 2007

Pomba Branca


Acordei,
Com um chilrear melódico
Entoado como uma voz
A voz, da pacificação
Do ensinamento apoiado.
Acordei,
Nem sei bem à quanto tempo
Com aquele chilrear
Vindo com o vento
Ameno.
Ave, escondida nesse imenso céu
Guiando o meu destino
Mostrando-me o melhor caminho
Suavemente...
Quero ser teu.
Sereno,
Aprendo a sentir a paz de espírito
A conquistar o amor
Numa magia, inexplicável.
Deixas-me confundido
Se sonho acordado
Ou se testo a capacidade
De imaginar...
De desejar...
Talvez, não sejas ave
E sejas Pessoa
Talvez, nem seja um chilrear
Mas, palavras melódicas
De embalar
E eu já serei teu.
Se fosses ave
Serias um Pomba Branca
Mas hoje,
Como posso justificar
Toda a minha alegria
Como posso explicar
Todo o meu desejo
Como posso alimentar
Todo o meu amor
Existe uma fórmula simples
Que explica os meus sentimentos…
Um dia acordei,
Vi-te vestida de pomba branca
A entrar pela janela da minha vida
E a noção fez-me compreender
Que não devo iludir o coração
Descobrindo a mulher
E a razão!
Abençoado
Agarro o meu destino
Agradeço à felicidade
Em ver-te
Ao meu lado.