Revoltada. Ela estava revoltada e caminhava junto ao rio. Os seus movimentos eram internos e esboçados na personagem do maestro. Nem reparava em si. A verdade é que nem em si nem nos outros, de tão envolvida das razões da sua vida.
A distância que já percorrera era imensa, distraída, tinha andado muitos quilómetros sempre em frente. Envolvia-se entre os seus problemas e na busca das soluções.
Indecisa. Confusa. Numa luta ardilosa pelo seu estado equilibrado, deixava-se perder…fugia do mundo e de si!
O cansaço chegava lentamente, as suas forças diminuíam como se fossem uma tortura e dominavam o seu corpo inebriado de jovem mulher. Sentia o vento forte no seu rosto ainda que os seus olhos fossem ofuscados pelo sol.
Parou em lugar nenhum, perdida das realidades e das necessidades, perdida do espaço onde estava, o qual desconhecia. Sentiu a areia macia fazer de cama e extasiada, sentiu uma estranha transformação que associou à queda que deu, rápida e concisa.
Nem o tempo saberá dizer, quanto tempo passou. O corpo acordou atacado por uma onda mais rebelde. As mãos percorreram o rosto e detectaram uma tímida penugem, desceram ao peito, liso, sentido uma companhia peluda.
Acordou… homem!
Escondeu o passado e seguiu o seu caminho. Jamais voltaria a desperdiçar um minuto da sua nova vida.
2 comentários:
Sentia saudades da tua prosa!!!!!
beijo
Stone
situação kafkiana\mt bem descrita!bjs
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