Esta noite partiste. E eu fiquei para trás enfeitado com lágrimas de saudade. Quando o nosso momento começou ambos sabíamos que seria um ciclo no tempo, ou um hiato nos nossos instantes, mesmo que mínimos instantes fossem.
Agora sinto a dor da perda, por muito que saiba que possas voltar novamente. Sinto o vazio que a noite veste e o meu olhar, que te procura com desejo, já não te encontra.
Que posso fazer para parar o tempo?
Que posso fazer para emendar os meus erros e alertar-te para os teus?
Passaram os dias e as noites, ao nosso lado e nenhum de nós tentou agarra-los, soubemos apenas dividi-los em traços largos de ousadia e paixão, de quente e frio ou de luz e escuridão…
E agora é passado. Um passado cheio de momentos mas imutável.
O nosso presente agora é diferente, num Outubro ofegante, ambos caminhamos por aí.
Por mim, direi, como minha confissão, que o meu corpo caminha por aqui na tentativa de arrastar a alma que ficou perdida nesse mês que partiu. Esta noite, sem uma despedida, meu coração ruiu.
Tentarei recompor-me, para chegar até ti outra vez, num ano qualquer!
Hoje só de lágrimas me cubro. Esta noite, quando acabar… nunca existiu.
7 comentários:
Ao presente, o presente. Eis o que faz ser o agora.
Cadinho RoCo
credo!é verddm ou ficção?está bem escrito mas é triste...força, segue a intuição e confia, e constroi, um destino mais feliz!bjs
Partida! Saudade! Perda! Vazio!... Palavras em danças constantes nas mãos dos poetas. E que bem as usou aqui! Adorei ler.
Que tenha um "Outubro ofegante" no desenho das suas palavras.
Rita Carrapato
as noites são assim...umas vezes feiticeiras, outras traiçoeiras!
Quisera eu amar... ou ser amada assim.
É só um mês... para o ano há mais! E foi um mês em cheio para ti!
Agora a sério... Eu não tenho palavras para comentar este texto. Mais um...
Beijo
Havia uma música, antiga, que começava assim -
Foi em Setembro que te conheci
Trazias nos olhos a luz de Maio
Nas mãos o calor de Agosto
E um sorriso
Um sorriso tão grande que não cabia no tempo
No teu Setembro ela partiu... com o teu sorriso, aquele que pedes que te seja devolvido. Oxalá ela volte... e o traga de volta
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