Mesmo que não queira escrever, que não sinta vontade ou que, não encontre alguma mensagem para transmitir, o meu estado carecido, empurra-me para que abra um documento Word (que já passei a fase do papel e da caneta) e comece uma nova aventura das palavras.
De um fundo branco crescem formigas transformadas em palavras feitas que depressa se adornam em frases com pouco ou nenhum sentido. Ainda assim, não desisto de escrever e, no balanço que os meus dedos, tomam delicio-me entre as palavras e perco-me nas frases sem qualquer importância do acto ou sem qualquer curiosidade no que vai fluindo. É essa a palavra correcta, fluir, porque as coisas acontecem com uma velocidade medonha que nem me sobra tempo para corrigir ou ter atenção ao sentido de cada espaço ou de cada palavra e muito menos aos sabores das palavras.
No fim, exausto desse exercício, leio num todo o resultado. Nem sempre gosto do que leio, também é verdade que nem sempre entendo porque o escrevo, embora já tenha algumas situações em que as pessoas reagiram com admiração por ter escrito para elas, umas vezes sim, outras não, que importa isso se o resultado é mesmo o que conta?
Então, continuo o meu caminho, na estrada da escrita a deliciar-me com o que faço porque já o faço por necessidade e, na verdade, por puro prazer, mesmo que não queira escrever, que não sinta vontade ou que não encontre nenhuma mensagem para partilhar, como neste caso quando iniciei a escrita, sempre na esperança que saía algo, porque sai sempre algo, no fim de cada texto. E mesmo que não entenda ou não goste do que acabe de escrever, já sei, por experiência própria, que haverá alguém que vai gostar, haverá alguém que se vai identificar com o que lê e isso basta-me para que o partilhe.
Enquanto continuar a escrever espero que o desejo seja igual ao prazer de o fazer e que as leituras cheguem dos que se identificam.
1 comentário:
Normalmente adoro o que escreves e também me identifico muito. Mas já andei a pensar nisso... Não é por eu ser suspeita. É por ser muito tua amiga (da identificação, claro) e por termos muito em comum... Talvez seja isso. Do gostar... é mesmo porque escreves super bem e és o meu escritor preferido!
Mil beijos, orgulhosos de ti
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