domingo, outubro 10, 2010

Para ti, Mulher da Palavra


Os caminhos quando se fazem apagam-se, aos poucos, na memória. São vividos em cada momento ao jeito de que cada um sabe, e umas vezes, com uma maior intensidade.
Ontem, apesar do temporal, fiz mais um caminho. E talvez a chuva apagasse o rasto dessa minha passagem. Não importa. O caminho existe e continuará sempre disponível para ser percorrido porque essa é a sua única função. Mas, ontem, a intensidade foi tão fértil que a memória saberá guardar cada gesto que o olhar captou no silêncio íntimo de cada palavra desenhada no sorriso. Ontem aconteceu algo que urge reconstruir, que, cada vez mais, foge nos intervalos de uma sociedade adormecida pelo desconhecido e que já nos marca com o rigor da naturalidade. E é pena!
Ontem, metaforicamente, regou-se a planta da amizade. Mesmo que cheia de flores encantadas e pétalas vistosas houve o cuidado de não a deixar secar, de acarinhá-la e de estarmos um pouco de tempo junto dela.
É este um dos melhores caminhos para empurrar o tempo para trás e acreditar no tempo que se segue e que queremos ver chegar.
É esta a nascente da energia, da vida e da esperança que nos faz acreditar.
Ontem, abracei a palavra que vestia um corpo de mulher e disse-lhe, olhos nos olhos, que gostava muito dela. Dela a palavra e dela a mulher.
Obrigado por voares na minha direcção.

Póvoa de Santa Iria, 10 de Outubro de 2010

2 comentários:

Fly disse...

Sabes, ontem foi de facto um dia muito especial, quase perfeito...

Também gosto muito de ti. Obrigada Companheiro da Palavra Escrita


E o Montijo abraçou o Mundo...
:-)

Anónimo disse...

Adorei o texto. Teresa Crespo