Acordei num labirinto de palavras
mas não eram palavras doces. Traziam tatuagens
de uma guerra fecunda e sórdidas tinham
punhais disfarçados de vogais. Eram afiadas
e rodopiavam na minha cabeça como quem dança
um tango. Um cansaço tórrido de gestos repetidos
os sons ritmados e as caravelas incendiadas
completavam o refrão dessa música de ninguém que
todos cantarolavam em uníssono.
Nunca saíra do labirinto de espelhos, nunca perdera
o sentimento das palavras afiadas e num ápice
adormecera para sempre… O tempo esgotara-se.
Eduardo Montepuez
http://montepuez.blogs.sapo.pt/
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