sábado, agosto 18, 2007

LETRAS

Confundidas, desamparadas
Movem-se lentamente
Desenfreadamente
Fugindo da solidão.
Não querem ser
Nem são o que querem
Não querem perder-se
Não querem perdão
São aquilo que são
Unidas, porque o pecado
Mora aqui ao lado
E em qualquer esquina
Esconde-se o diabo
Que também tem palavras
Que também soletra
Em algumas curvas magoadas
Não…são palavras
São frases
São objectos
São águas acabadas
Fontes esgotadas
São o que são
Porque fazem-no somente
São e não são
Permanentemente
São palavras,
São frases
Curtidas, erguidas
Serão sempre…
O homem que as projecta.
O homem,
Que vive e morre
Deixando memorias esquecidas.

1 comentário:

Lia disse...

No trilho dos meus dias pego nas minhas letras,
Amontoo-as em palavras, que uno em frases.
Os versos têm poder, e a poesia fala por si.

Delira a linguagem... As palavras são etéreas,
E ainda que sejam apenas murmúrios de rebeldia,
Traçam o caminho que me conduz à liberdade.

A noite cai num romantismo exacerbado,
Mergulho a caneta na lágrima mais sentida,
E enfrento o frio das negras nuvens geladas.

A mais bela mensagem que posso escrever
É aquela que vai do meu coração para o teu,
Causando emoção, uma lágrima, um sorriso.

Resgato os fragmentos de um amor e paixão.
São versos, são riscos e rabiscos meus,
Mas estão sempre lá, no fim desta utopia.

Tocam-te sem tocar e ficam... Eternamente...
Contudo ou apesar de tudo, numa folha de papel,
Evitando que despétele a certeza de te encontrar...


Um beijo doce