terça-feira, abril 15, 2008

O Poema


(Foto de: Vladimir Lestrovoy)

Madruguei. E quando o sol nasceu, entre a sua luz e o meu sono, escrevi um poema.
Quase que o deitei fora, ora, o meu rebanho não o quis… e nesta solidão, da montanha inerte, quase que adormeci novamente. Não posso! É na noite que me deito…
Mas reafirmo:




“Tenho Sono…”


Tenho ausências de lucidez
entre desejos incontidos
entre uma sorte moribunda.
Tenho seriações flácidas…
que o meu estro esconde.
Tenho rotas de juvenis decorados
entre mares dum sabatismo ortodoxo…

Fujo das heresias
Apenas e só… tenho sono!


(Sigam o meu rasto…)


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Nota Informativa:
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Sobre os versos:

“Tenho rotas de juvenis decorados
entre mares dum sabatismo ortodoxo…”

Na liberdade poética do autor a frase “ Tenho rotas de juvenis decorados” pretende aludir uma analogia simples, cujo objectivo único é o de emprestar a ideia dos caminhos dos adolescentes que na sua condição própria conseguem sempre ou quase sempre elevar o pouco (em especial da vida) que conhecem.
E, na frase “entre mares dum sabatismo ortodoxo…” é intenção referir que, ainda assim, o que se suporta (ao que atrás expliquei) é conseguido por conhecimento rígido, imposto, e na junção de ambas frases, é pretendido abonar um pouco de uma confusão subtil, quiçá, provocada pelo sono que é a base do poema.

Obviamente que o autor corre o risco de errar, como corre o risco de fugir ao seu traçado poético, mas é esse o desafio implícito que faz quando opta por criar. A criação é isso mesmo. Afinal, o autor não pretende castrar o seu sentimento quando o passa para o concreto.

2 comentários:

Pedra Filosofal disse...

Tenho sono... um estado quase normal em mim (dizem...).

Agora certo é que nunca tinha pensado no meu sonho como descreves neste lindo poema. E a explicação vem a matar..

um beijo quase a dormir

Anónimo disse...

Nem precisas de explicar... Basta fechar os olhos e sentir!

Beijo ensonado ;)