Não quero escrever uma carta. Não uma carta qualquer. Embora não a possa enviar, tão-somente porque não tem um destinatário concreto, ou melhor, um qualquer destinatário não a receberia mesmo que soubesse que esta carta é singela e sem um propósito camuflado. É simples. Tão simples como a escrita que a preenche, e tão singela como a forma como é feita.
Neste Natal de 2008 não queria pedir o que todos pedem - o fim da fome no mundo, ou o fim das guerras, ou outras coisas que só nesta altura se lembram. Não. Neste -Natal queria apenas pedir uma única coisa. Simples. Sincera.
Queria pedir que uma palavra – Amizade – fizesse sentido para mim, o verdadeiro sentido que lhe reconheço, e que esse mesmo sentido nunca tivesse quebras, que nunca ficasse pendente e, se possível, que durasse todo o ano, ano após ano, até aos últimos dias de luz do meu olhar. Depois partiria em paz para o descanso eterno.
Mas, como não quero escrever qualquer carta, porque, mesmo que quisesse, não saberia para quem a mandar, ou não saberia que seria recebida e lida, talvez seja melhor continuar a lutar com esperança por melhores dias…
E eu que só queria que as amizades fossem em pleno, só queria ser o menos imperfeito possível e, ainda que difícil, queria não ser julgado por pessoas, que, como eu cometem erros, que, como eu, conhecem os labirintos da vida… Queria ser perdoado no perdão possível. Queria... Neste Natal queria escrever uma carta, mesmo que não fosse lida, que falasse de amizade e de tolerância…
Queria tanto, mas tanto, que tão pouco me enche a alma.
Neste Natal, quando todos adormecerem, ficarei na janela da minha esperança, sentado na cadeira das longas esperas, aguardando que um carteiro vestido de vermelho passe e me deixe um presente especial, o de receber uma carta qualquer, que, mesmo sem muitas palavras, responda, numa só linha, ao apelo de amizade e tenha a condescendência de saber perdoar os erros que, inadvertidamente, cometi.
Depois, nas palavras que enviarei, escolherei as que o meu coração ditar…
Certamente que saberei agradecer, retribuir o gesto, mas, mais que tudo, aprenderei que as novas oportunidades devem fazer de nós pessoas melhores.
Neste natal uma única prenda será maior. Basta que traga dentro uma pequena amizade e que, por fora, o papel tenha o meu nome.
É tão simples que me faz acreditar… neste Natal de 2008.
3 comentários:
Olá Paulo,
Li a tua carta, a compreendi prefeitamente. Sim, tens razão a amizade é algo super lindo quando é vedadeira, quando se sente. É como um presente, e te entendo porque pedes amizade neste Natal.
Não sei o que se passa ou que passou.
Sabes uma coisa,tu que eras amigo deste e daquele, e os sentias como teus amigos, esses que realmente foram teus amigos de verdade eles voltarão porque amigo de verdade perdoa seu amigo, mesmo que tenha errado.
Há uma coisa, não fiques de braços cruzados, á espera que o amigo te diga algo, sê tu, escreve telefona, pede desculpas, explica os acontecimentos, mas isto fá-lo só se o sentires de verdade.
Te garanto teu amigo verdadeiro te ouvirá e te predoará.
Agora se pensas que o amigo é que devia de pedir desculpas, não esperes por esse sinal também.
Quando nós queremos algo, temos de buscá-lo, e não esperar.
A isto se chama amizade!!!
Espero que encontres paz neste Natal, te digo algo, sinto o mesmo que tu, quase coisa parecida se passa comigo neste momento, mas não vou ficar de braços cruzados.
Estou lutando por isso e daqui a uns minutos tenho algo importante que fazer, é como jogar a última carta. Mas o vou fazer.
Beijos para ti, te desejo amigos verdadeiros em tua vida.
Alcina
Caro amigo Paulo
Muito obrigado pela sua amizade.
Um abração.
António
Paulo, sem muitas palavras, porque nem sequer as sei escrever tão bem como tu, digo-te apenas que a minha carta já seguiu, tem o teu nome e vai bem recheada :)
Um beijo enorme
PS: És o melhor amigo que alguém pode ter
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