Espero pelo tempo que há-de vir, aquele que ansiamos, quando acreditamos que, com ele, virá outras coisas associadas. Rosas. Incenso. Ventos amigos e outras ilusões que, em segredo, guardamos só para nós…
Perco-me nesse tempo por chegar e falham-me as palavras. Aos poucos vou deixando de escrever, embora nunca deixe de sentir, mas a vontade prega-me uma partida e recusa-se a incentivar-me na escrita. Espero. Espero nas dobras do meu acaso e nas sombras dos épicos ilustres que, iludidos, fazem uma festa colossal de mais um ano que finda.
Não quero festas! Não quero épicos ou não, ilustres por acontecer! Não quero e isso basta-me… Não querer também é ser maior, também é ser corajoso e também é saber esperar. Espero. Pelo tempo sem fim, aquele que há-de vir, mas que não sei se virá. Esperar é tudo o quanto sei, é tudo quanto sinto e mas nem sei se sei, ou se quero saber. Basta-me a palavra – espero – e assim continuo vivo e a sorrir, não importa como me sinta por dentro se, por fora, todos me vejam a sorrir.
Exequível.
Sabor.
Perfeito.
Etéreo.
Raro.
Opulento.
São apenas letras, que fazem da palavra, isolada, o caminho da viagem. Sem que alguém entenda ou saiba que espero por um tempo, para que, também eu, possa entender o que penso, do tempo, da espera e da vida que, num tempo teve, na espera o caminho de estar num tempo de ninguém.
Espero. De certo por ninguém, apenas e só por um corpo que se diz meu. Perdoem-me. Espero que também possa ser alguém…
2 comentários:
E a tua espera é, e será sempre, uma brisa que nos repousa na alma, com agrado. A tua humildade faz de ti grande!
Um afago de brisa em aroma de rosa
Bom ano para ti, Paulo
Um beijo
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