sábado, fevereiro 07, 2009

Hoje matei um poema!

Hoje matei,
matei um poema
de cálidas palavras
e de branco sofrer…
Matei-o antes de nascer
com versos de raiva
feitos de frases de pólvora
matei-o…
Hoje,
porque sempre pensara
nesse acto
matei,
com brasas de revolta
estendidas pelas palavras.
Hoje matei um poema
e entreguei-me.
Entreguei-me aos leitores
de braços rendidos
presos…
Cumprirei a penitência
em silêncio
e quando a liberdade voltar
voltarei também entre rimas
e matarei, novamente,
o então hoje
que trouxer um poema
solto ao vento
que um dia foi meu
também teu
e que o matei…

O verdadeiro poema
não morre!
Vê-nos morrer…

Hoje matei…
um pouco de mim
e pensei que era um poema.

4 comentários:

Anónimo disse...

(...)O verdadeiro poema
não morre!
Vê-nos morrer… (...)

O verdadeiro poema eterniza-se pelo nome do autor, que o deixa de herança nas páginas dos livros. Quero ao menos um livro publicado para me ver morrer...rs

Virei tua seguidora...

Carlos Barros disse...

Caro Paulo,
Sem circunlóquios, ti digo: Belíssimo!

Abraços.

Carlos Barros disse...

Me corrigindo "te digo"
Abraços.

Marta Vasil (pseud.de Rita Carrapato) disse...

Paulo

Um dos melhores poemas que li seus.

Nenhum poema morre ao olhar do leitor. Este será eterno nas minhas recordações de luxo.

Um abraço

MV