Edição n.º 13 Ano I - Outubro 2012
As ideias nascem do quase nada, depois cria-se a vontade, já
com uma pequena semente cravada na ideia, e acrescenta-se alguma dose de
coragem para chegarmos à construção de um qualquer projeto. E é aqui que a
coragem ganha importância e poder, porque é quando temos que avançar, sair do
imaginário e tornar tudo real.
Esta pequena introdução poderia ser de abertura para
diversos fins, até poderia ser para contar-vos a realização de um filme, mas
não; serve para narrar-vos o nascimento de uma nova coleção literária da Lua de
Marfim Editora cujo nome, como já perceberam, é o de Meia Lua. É de pura
poesia, que espero venha a marcar pela positiva uma época (onde só se fala em
crise), e já agora, confesso-vos, também é a realização de um sonho muito antigo.
Então quando se deu o click
desta ideia? Num sábado em que não tinha nenhum evento literário decidi visitar
algumas livrarias e papelarias, em Lisboa e arredores, que tinham os livros da
editora para saber como corriam as vendas e se algumas reposições eram
necessárias.
Perto do final da manhã, cheguei a uma papelaria da Amadora
em que apenas tinha vendido um livro e, em conversa com o seu proprietário,
este queixava-se da crise e do receio das pessoas de gastarem o seu dinheiro em
coisas que não fossem consideradas fundamentais. Avançou para uma banca de
livros e apontou-me um deles, dizendo de seguida que só aquele livro se vendia.
Ao olhar para o dito, soltou-se-me a pergunta: «Porquê?» Depois peguei no livro
e reparei que não era conhecido, e que era de uma edição antiga e até nem
estava no seu melhor estado. Fiquei extasiado!
O proprietário, perante o meu espanto, depressa explicou que
as pessoas já só procuravam os livros de baixo custo e que esse fator era
sempre decisivo. Naquele caso também, pois o único argumento era esse, custava
5,00 €, e as pessoas não se importavam com a qualidade. Voltei a ficar
admirado.
Saí daquele espaço indignado. A cultura não é fundamental? A
qualidade não importa? Nem pensar! Tive, de imediato, uma enorme vontade de
criar algo que fosse acessível aos leitores, mas que também desse todas as
garantias de grande qualidade.
Começava assim de um ponto de partida, baixo custo com
qualidade, mas como e o quê? Então o amor falou mais alto e todos os caminhos
iam dar ao mesmo destino: Poesia!
Amante da boa poesia e precisando
dela quase como de respirar para ser inteiro, segui o mestre no que escrevia: “Para
ser grande, sê inteiro: nada / Teu exagera ou exclui. / Sê todo
em cada coisa. Põe quanto és / No mínimo que fazes. / Assim em
cada coisa a Lua toda / Brilha, porque alta vive.” – Ricardo Reis (heterónimo de Fernando Pessoa).
Então, achado o caminho, era preciso caminhar. Para
encontrar a forma, consultei a minha equipa editorial, que depressa ficou
entusiasmada com a ideia, e talvez, também com o meu entusiasmo exacerbado.
Mas ainda faltava mais um passo, que hoje considero
indispensável, o convite a alguém para coordenar esta colecção e, para minha
felicidade, a pessoa desejada aceitou de imediato: Gisela Gracias Ramos Rosa, a
quem dedico uma palavra de gratidão. Sem ela não era, seguramente, a mesma
coisa.
Assim chegamos ao dia da apresentação da nova coleção, e
deixo-vos o convite:
A Lua de Marfim
tem o prazer de convidar V.ª Ex.ª a assistir ao lançamento de dois dos seus
mais recentes livros da nova Coleção Meia
Lua.
Dia 13 de Outubro de 2012 pelas 19 horas no Hotel Real Palácio em Lisboa, o escritor Gonçalo M. Tavares apresentará ao livro O arco do tempo de Maria Teresa Dias Furtado que, por sua vez, apresentará o livro Morada Recôndita de Agripina Costa Marques.
Dia 13 de Outubro de 2012 pelas 19 horas no Hotel Real Palácio em Lisboa, o escritor Gonçalo M. Tavares apresentará ao livro O arco do tempo de Maria Teresa Dias Furtado que, por sua vez, apresentará o livro Morada Recôndita de Agripina Costa Marques.
Contamos com a sua presença!
Termino na esperança de ter a alegria de recebê-los neste
dia, pois a excelente poesia desta coleção merece ser lida, sentida e
partilhada. E, já agora, posso confessar-vos: estou emocionado e feliz!
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