Este poema, da Sofia de Barros, aqui cantado
ao vivo e sem microfone, pelo nosso amigo Rogério Charraz:
SOFIA DE BARROS, in “ANTES DE SERMOS DIA” – (LUA DE
MARFIM, 2012)
Campo lavrado
Fossem as
minhas mãos doces arados,
sulcando o
chão que é esse teu cheiro,
no húmus
destes beijos demorados
e serias campo
lavrado por inteiro.
Fossem os meus
olhos ventania,
estendendo-te
no solo de rajada,
num sopro toda
eu estremeceria
e já serias
terra, e eu nortada.
Fosse a minha
boca leve semente,
florescendo de
manhã no teu olhar,
e já o teu
sémen no meu ventre
seria promessa
de vida a germinar.
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