sexta-feira, janeiro 01, 2010

Grito o meu fim!

Antes de começar, já cheguei ao fim
não sou nada nem ninguém
serei, quanto muito, um queixume
ou um conjunto de passos
entre os dados e os que estão por dar
por isso não me julguem
não me criem rótulos
nem tão pouco desejos
não sou nada nem ninguém
que possa estar no ventre da vossa mão
ou na rotura da vossa imensidão
bastam-me os dias que me seguem
bastam-me os silêncios da minha dor
para que a tormenta seja a minha própria ferramenta
para que destrua a festa de ser a imagem que não se aguenta
e antes de começar, quero gritar, o meu próprio fim!

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