Não terá
sido em vão que a liberdade deste povo ganhou a sua referência em Abril. Decorria o
ano de 1974 e foi no preciso dia 25 que se consumou a revolução. Dizem que os
amores, quando nascem neste mês, são para sempre. Uma crença que nos chega
através da deusa do amor e da paixão: Vénus.
A
liberdade deveria ser para sempre, mas, antes de tudo, um manifesto de amor. E
de amor porque implica respeitar e cuidar.
Liberdade
deveria ser, sempre, o dar de nós aos outros, mas na exata medida e sem exigir
o retorno ou qualquer obrigação.
Abril
também é uma palavra que surge do latim Aprilis
– cujo significado é abrir –,
associada à evolução das culturas.
Liberdade
e cultura são palavras gémeas. Nos dias que correm, cada vez mais. Isto porque
a liberdade intelectual é fundamental para criar e a criação é o auge da
cultura. Infelizmente, e invertendo o sentido, há cada vez menos liberdade –
mesmo que a falta seja dissimulada –, consciente ou não, e a cultura perde os
apoios das entidades da mesmíssima forma.
Mas este
mês será sempre único. Vejam que, em todo o ano, só ele não termina da letra
“o”. E já agora, porque mencionei o nome etrusco de Vénus que, como sabemos,
também é conhecida por Afrodite, nome grego, há quem considere que era oriunda
de uma espuma/mar – significado, no
grego antigo, de “Abril”.
E se de
nascer se trata, Abril é fértil em acontecimentos, homenagens e comemorações.
Da descoberta do Brasil por Pedro Álvares Cabral em 1500 (22/4) ao dia mundial
do livro e dos direitos de autor (23/4) ou do livro infantil (02/4).
E na
ligação liberdade e cultura outras referências podem ser encontradas num mês em
que o povo sempre diz: “em Abril águas mil”.
Mas em
tudo, seja liberdade ou cultura, há a origem. De uma outra forma poderíamos
dizê-lo: nascimento e – justiça seja feita – a Mulher é o âmago de tudo. Para
todas as mulheres o meu dia 13 de Abril, isto é, o dia do beijo – o mais lindo
de todos – deixo-vos um abraço e um respeito sentido, com a máxima verdade – essa que nos dias que correm
escasseia e que também se comemora. Mas só há verdade porque também há a
mentira e esta todos sabemos que se comemora no primeiro dia deste mês.
Em tempo
de memória não basta recordar ou comemorar, agora é preciso combater!
Abril é
um excelente mês para iniciarmos o nosso combate – em especial para os que
ainda esperam que alguém resolva alguma coisa por si –, seja contra a crise ou
pela manutenção da liberdade, dos direitos e das ambivalências. “Todos
diferentes, todos iguais”. Nunca esqueçam que a cultura é a fotografia mais
fiel de um povo. Para memória futura!
E isto,
digo eu!
Publicado na Edição n.º 8 | Ano I
Sem comentários:
Enviar um comentário