domingo, abril 01, 2012

Um livro que todos deviam ler...


[Sandra Nóbrega – HISTÓRIAS DIFÍCEIS DE CONTAR – Lua de Marfim, 75 pp, 10 euros]

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No passado sábado, 24 de março, na Galeria Municipal do Montijo foi lançado o segundo livro desta escritora incluído no âmbito das comemorações do Dia da Mulher.
Esta obra, Histórias Difíceis de Contar, é prefaciada pelo Dr. Armando Leandro, presidente da Comissão Nacional de Proteção das Crianças e Jovens em Risco.
Tive o prazer contribuir com uma pequena nota de editor, reforçando a vontade de editar e de escolher as diversas temáticas publicadas.
Defendo, desde sempre, que os editores devem ter consciência da responsabilidade de editar, razão pela qual, desde a primeira hora deste projeto editorial, o faço. É em relação ao critério e em especial ao alcance que a ferramenta livro poderá ajudar e influenciar o mundo. Como há livros técnicos, outros de entretenimento, de ficção ou poesia, também há os que podem ajudar-nos. Quase todos, se forem bons, poderão ajudar-nos, mas uns mais que outros.
Enquanto seres humanos precisamos sempre de aprender mais, de saber das realidades – por mais tétricas que sejam – e de crescer.   
Desafiei a Sandra Nóbrega a escrever as suas inquietudes. Sou um homem de desafios e isso reflecte-se no panorama editorial. Uso, para definir a nossa editora, três palavras de imagem: Qualidade, Mensagem e Diferença – e este livro, tal como a sua autora – conseguem reunir todas.  
Agora, que este livro está finalizado, sinto que o desafio foi ganho. É preciso, no entanto, dizer que houve a coragem de o assumir, em especial por parte da autora, e todas as pessoas envolvidas – a quem agradeço com devoção, orgulho e satisfação – deram o seu melhor com a missão de partilha e dever de cidadão. No silêncio, mas marcado no tempo e nas nossas memórias, ficaram longas horas de muito trabalho e sofrimento.
Espero que este livro ajude a libertar fantasmas, possa dar enquadramentos para que alguém encontre vontade e força para superar situações semelhantes às retratadas ou que alerte a sociedade, por vezes egoísta e adormecida, para outras realidades.
As crianças são o nosso futuro, o nosso amparo e a nossa esperança. O resto dos dias que nos falta viver devem ter um espaço de reflexão e de consideração. Tudo está à distância de um nada. Agora, depois da leitura, a consciência de cada um fermentará a importância deste objeto.
Que chegue a muitas mãos, mais olhos e abra os corações da razão. A felicidade não é uma meta, um oásis ou uma busca intemporal mas sim um direito da condição humana. Todos devemos lutar pela equidade e cada um, em particular, que faça a sua parte – nem que seja ler e divulgar este livro –, pois foi para melhorar a vidas destas e de outras crianças iguais a estas que acreditámos neste projeto literário.

Paulo Afonso Ramos

Publicado no Jornal
(Abril 2012 - Edição n.º 7 | Ano I)

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