2008-11-08 - Salão Nobre do Paço do Sobralinho
(concelho de Vila Franca de Xira)
Apresentação de “no PRINCÍPIO era o SOL”, de:
Mel de Carvalho
(Edium Editores, 2008)
Um agradecimento a todos os presentes, que dão assim vida, dão sentido ao esforço de manter os laços culturais neste mundo tão vasto e apressado, neste dia tão especial para o movimento literário e para quem se envolve nestes projectos da escrita, e que sabe o quanto é necessário e importante, que cada um de nós possa dar o seu contributo em prol das artes.
Agradeço também à Câmara Municipal de Vila Franca de Xira e a Junta de Freguesia do Sobralinho o facto de patrocinarem esta apresentação num espaço próprio e de grande relevo.
À Edium Editores, um agradecimento permanente, pela conduta editorial, pelo esforço, pelo critério de selecção. Já é uma editora de referência que cresce obra após obra e que será, seguramente, a curto prazo, ainda mais reconhecida no panorama literário.
O meu agradecimento especial à autora, também pelo desafio do convite para apresentar esta obra, que muito me honra, por ser seu fã, assumido, desde dos primórdios que conheci a sua escrita através da Internet, e, em especial, por poder tê-la no meu núcleo de amizades e das escritas.
Com a sua presença constante nos eventos literários dos poetas da nossa praça, que lutam pelo crescimento da escrita, Mel de Carvalho é um nome largamente conhecido, ao qual associamos a palavra qualidade. É alguém que, através da sua escrita, nos oferece, garantias de boas leituras.
Pessoa dinâmica, lúcida, faz o seu percurso literário com rigor e bem sustentado em cada passo que dá ou em cada poema que emerge.
Estas são apenas algumas das razões para o meu agrado em estar aqui para apresentar este seu novo livro “no PRINCÍPIO era o SOL”.
Mel de Carvalho bem merece a nossa presença.
E que nós possamos estar sempre à sua plenitude para podermos desfrutar o quanto já nos deu e o tanto que ainda tem para nos dar.
Por ora, esta obra, que pode ser uma viagem de sonho, onde podemos entrar, ao ler, num mundo amplo, de géneros, de sentimentos, e de sentidos.
É marcada por duas linhas de força:
1 - Antítese presente entre luz e sombra, dia e noite, que preconiza uma viagem para o desvelar de afectos, talvez amor, como refere Júlio Saraiva no prefácio. Mas o certo é o desbravar por entre matizes, por um vasto espectro de sensações que as palavras revestem;
Exemplos: "No princípio era o Sol, o primado do Sol" e, dando uma carga vital às palavras: "No princípio era o Sol e as palavras, / e o sonho e a utopia."
Palavras matriz: "luz", "novo dia", "sombra", "contraluz", "noite", etc…
2 - Há em Mel de Carvalho o ensejo de aproximar a sonoridade da sua Poesia (pulsão interior, registo intimista) do primado da rua (pulsão exterior, recolha e devolução do que se apreende). Por isso recorre amiúde à apóstrofe para, de uma forma gráfica, nos dar não a sugestão, mas a concretização da oralização da escrita.
Exemplos: "onde m'oculto em alusões" ou "cavalo ausente d'arreio
“no PRINCÍPIO era o SOL” transporta-nos pelas correntes de cada verso ao transposto momento das sensações e impulsiona-nos o desejo de ler, ávidos de novos e reconhecidos prazeres. Cada leitura enche-nos a alma.
Esta obra enriquece cada momento que conferimos e dá-nos a possibilidade de “navegar” nas letras, extraindo de cada palavra o suco nutritivo, que fortalece o desígnio para o qual se fez cada poema.
Cada um de nós pode, com a leitura desta obra, iniciar a viagem, sabendo por antecipação que nela viverá intensos sabores e que tonificará, ao virar de cada página, a sua alma e o seu sonho.
Boas viagens.
Sempre com as boas leituras que este livro nos brinda.
Obrigado.
Paulo Afonso Ramos
(08/11/2008)
1 comentário:
Saíste-te lindamente e deixaste-me orgulhosa!
Beijo grande
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