A contar até 10 (dez) depressa aprendi mesmo antes de entrar para a escola. Já a ler, o caso mudou de figura, até porque era mesmo das figuras que procurava, porque elas tinham o condão de me entreter. Já se vê que ler, a bem dizer, as letras soltinhas e a sós, nunca foi a minha primeira escolha. Mas a vida continuou.
Depois vieram os desenhos animados, a minha grade paixão da época, lembro-me do Tim-Tim e da sua inseparável cadela de nome Milú. Quando o faro (da Milú) lhe estimulava era sinal de petisco. Ou quando o Tim-Tim andava na calçada lá aparecia a dita a abanar o rabo e a lamber toda gente (ou a que mais interessava, a tal gente do petisco) e claro, nada a fazer, já que estas coisas são da génese do animal.
Hoje, sob o disfarce de desenho animado, há por aí adultos que os imitam (as técnicas bem se vê) com uma naturalidade estonteante.
Mais tarde, porque não era muito bom a ler e a interpretar o que lia, continuei agarrado a televisão, a ver sapos (sem os engolir) naquele palco mágico dos Marretas. Gostava particularmente dos velhos que, sempre atentos a tudo e a todos, apareciam, na altura das fogueiras inusitadas, sempre pouco brandas, para aludir os seus fervorosos comentários, feitios ou maus feitios desculpados pela idade avançada e pelas marcas da vida.
Hoje, sem pretensões a qualquer disfarce, é vê-los por aí e acolá sempre colados a uma boa polémica actual como se a moda nunca mudasse.
Coisas iluminadas ou uma espécie de escárnio e maldizer. Dizem.
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