sexta-feira, julho 17, 2009

A morte do guerreiro

Hoje quis ser guerreiro
marchar contra o vento
e de armas em punho
cerrar os dentes
e combater, combater.
Mas o meu émulo
de tão transparente ser
tornou-se invisível
desaparecido e misterioso.

E a força cresceu em mim
o meu corpo musculou-se
alimentado do torpe desejo
de sangue e dor
cegando o meu redor
em marcha quis ser guerreiro
a tempo inteiro
sem pavor nem misericórdia
nesta guerra sem igual.

Hoje quis desbravar o meu íntimo
e na pele de guerreiro – sem armas
entendi o pensamento
esse émulo distante e invisível
e a guerra acabou com o guerreiro.

1 comentário:

Marta Vasil (pseud.de Rita Carrapato) disse...

Há guerras necessárias que travamos dentro de nós.E aqui os guerreiros não podem morrer, têm um papel fundamental, o papel da renovação, do auto-conhecimento, da mudança, da vontade de desbravar aquilo que somos.

Muito bom este poema, próprio de um guerreiro das palavras.

Beijinho