domingo, março 28, 2010

Casimiro de Brito Apresenta o Livro de Poesia "Na Via do Mestre"


O autor, Casimiro de Brito, e a Temas Originais têm o prazer de o convidar a estar presente na sessão de lançamento do livro “Na Via do Mestre” a ter lugar no Auditório do Campo Grande, 56, em Lisboa, no próximo dia 3 de Abril, pelas 19:00.
Obra e autor serão apresentados pela Prof.ª Doutora Helena Barbas.

Na Via do Mestre
(Poesia)


Sinopse: Como escreveu Xulio Valcárcel (El Ideal Gallego, 09-08-09), “A influência oriental percebe-se em cada um dos textos do grande poeta português. Essência e conceito desenvolvem-se com um estilo reconhecível, sob uma música subtil e constante, que consegue representar o silêncio”

Sobre o Autor: Casimiro de Brito

Poeta, romancista, contista e ensaísta. Nasceu no Algarve, em 1938, onde estudou (depois em Londres) e viveu até 1968. Depois de uns anos na Alemanha passou a viver em Lisboa, em 1971. Teve várias profissões, mas actualmente dedica-se exclusivamente à literatura. Começou a publicar em 1957 (“Poemas da Solidão Imperfeita”) e, desde então, publicou 49 títulos. Dirigiu várias revistas literárias, entre elas “Cadernos do Meio-Dia” (com António Ramos Rosa), os Cadernos “Outubro/ Fevereiro/ Novembro” (com Gastão Cruz) e “Loreto 13” (órgão da Associação Portuguesa de Escritores). Esteve ligado ao movimento “Poesia 61”, um dos mais importantes da poesia portuguesa do século XX. Ganhou vários prémios literários, entre eles o Prémio Internacional Versilia, de Viareggio, para a “Melhor obra completa de poesia”, pela sua “Ode & Ceia” (1985), obra em que reuniu os seus primeiros dez livros de poesia, o prémio Poeteka na Albânia e o Prémio Mário Luzi para o melhor livro de poesia europeu editado em Itália em 2006, com o “Libro delle Cadutte” (Livro das Quedas). Colabora nas mais prestigiadas revistas de poesia e tem obras suas incluídas em mais de 200 antologias, publicadas em vários países. Participou em inúmeros recitais, festivais de poesia, congressos de escritores, conferências, um pouco por todo o mundo. Dirigiu os festivais internacionais de poesia de Lisboa, Porto Santo (Madeira) e Faro. Foi vice-presidente da Associação Portuguesa de Escritores, presidente da Association Européenne pour la Promotion de la Poésie, de Lovaina e é presidente da Assembleia-Geral do P.E.N. Clube Português. Obras suas foram gravadas para a Library of the Congress, de Washington. Foi agraciado pela Academia Brasileira de Filologia, do Rio de Janeiro, com a medalha Oskar Nobiling por serviços distintos no campo da literatura — entre outras distinções e pelo Presidente da República com a Ordem do Infante D. Henrique, em 2008. É conselheiro da Associação Mundial de Haiku, de Tóquio e do Festival Voix Vives de la Méditerrannée. A Académie Mondiale de Poésie, fundada pelo poeta e antigo presidente do Senegal, Leopold Sédar Senghor, atribui-lhe o primeiro Prémio Internacional de Poesia Leopold Sédar Senghor, pela sua carreira. Tem traduzido poesia de várias línguas e foi traduzido para galego, espanhol, catalão, italiano, francês, corso, inglês, flamengo, holandês, sueco, polaco, russio, esloveno, grego, romeno, búlgaro, húngaro, albanês, montenegrino, yiddish, croata, chinês, japonês, onde recentemente foi editado “Através do Ar”, em 4 línguas: português, japonês, francês e inglês. Acaba de publicar a sua quinta antologia, “69 Poemas de Amor” e o longo poema de amor, “Amo Agora”, a 2 vozes, com a cantora de tangos argentina Marina Cedro. Obras de Casimiro de Brito: POESIA: Poemas da Solidão Imperfeita, Faro, Ed. Autor, 1957; Sete Poemas Rebeldes e Carta a Pablo Picasso, Faro, Ed. Autor, 1958; Telegramas, Faro, Ed. Autor, 1959; Canto Adolescente, Plaquette in Poesia 61, Faro, Ed. dos Autores, 1961; Poemas Orientais, Faro, Ed. Autor, 1963; Jardins de Guerra, Lisboa, Portugália, 1966 (Prémio da Imprensa Cultural Portuguesa), 2.ª Edição (revista), Lisboa, Assírio & Alvim, 1974; Vietname, em Nome da Liberdade, Faro, Ed., 1967. Apreendido; Mesa do Amor, Lisboa, Livros Época, 1970; 2.ª edição, seguida de Algarve Lugar Onde, Coimbra, Centelha, 1977; Negação da Morte, Lisboa, Plátano Editora, 1974; Corpo Sitiado, Poesia 1955/1963. Lisboa, Iniciativas Editoriais, 1976; Zen, Zénites, Porto, O Oiro do Dia, 1979. Ilustração de Teresa Salema; Labyrinthus, Lisboa, Moraes Editores, 1981. 2ª. edição, Quase, 2003 (Prémio de Poesia da Associação Portuguesa de Escritores); Regresso à Fonte, Lisboa, 1985; Ode & Ceia, Poesia 1955/1984. Lisboa, Dom Quixote, 1985. (Prémio Versília, de Viareggio, de 1985, para a "Melhor Obra Completa Estrangeira"); Ni Maitre ni Serviteur, Edição bilingue de Nem Senhor nem Servo, com tradução de Robert Massart. Luxembourg, Euroediteur, 1986; Duas Águas, Um Rio, em co-autoria com António Ramos Rosa. Lisboa, Dom Quixote, 1989; 2.ª edição, Quase, 2002; Subitamente o Silêncio, Sintra, Tertúlia, 1991; "Onde o Corpo Acaba", in Onde o mar acaba. Lisboa, Dom Quixote, 1991; Intensidades, Porto, Limiar, 1995; Opus Affettuoso seguido de Última Núpcia, Porto, Limiar, 1997. (Prémio de Poesia do P.E.N. Clube) - Tradução italiana de Emilio Coco, 2003; Pouco de Pouco, Lisboa, Epal/Dom Quixote, 1999; O Amor, a Morte e Outros Vícios, Antologia pessoal. Lisboa, Aríon, 1999; Arenga, em co-autoria com Ildásio Tavares. Lisboa/Salvador, Ed. Além mar, 2000; Na Via do Mestre, Guimarães, Pedra Formosa, 2000; Arte Pobre (Reunião de: Intensidades, Onde o corpo acaba, Opus Affettuoso, Última Núpcia e Ofício de Oleiro), Leiria, Ed. Diferença, 2000; À Sombra de Bashô, renga com Matsuo Bashô, Faro, colecção do grito claro, 2001; Intensità, edição em corso de Intensidades, tradução de Dumenica Verdoni, Aiacciu, Ed. Albiana, 2001; Animal Volátil, em co-autoria com Rosa Alice Branco. Porto, Afrontamento, 2002; Ni Maitre ni Serviteur et Autres Poèmes, tradução de Robert Massart. Amay/Bélgica, Maison de Poésie d’ Amay, 2002; Ingens herre ingens dräng (edição sueca de Nem Senhor Nem Servo), Malmö, Col. “Aura Latina”, 2002. Tradução de Lasse Söderberg; Libro delle Cadute, Antologia a cura de Manuel Simões. Roma, Casta Diva, 2004. Prémio Europeu de Poesia Mario Luzi; Livro das Quedas, Lisboa, Ed. Roma, 2005; Música do Mundo, Antologia organizada por Carlos Nejar e Ildásio Tavares, São Paulo, Col. Escrituras, 2006; Die Liebe, der Tod und andere Laster (O Amor, a Morte e Outros Vícios), Organização de Juana & Tobias Burghardt. Zurich, 2007; El amor, la muerte y otros vicios, Selecção e tradução de Miontserrat Gibert, Bogotá, 2007; Arte de Bem Morrer, Lisboa, Ed. Roma, 2007; Através do Ar, em co-autoria com Ban’ Ya Natsuihi. Em Português, Japonês, Inglês e Francês. Tóquio, 2007; Izabrane pjesme, poemas seleccionados e traduzidos por Tanya Tarbuk, Zagreb, 2008; Zwei Gewaesser, ein Fluss, tradução de Duas Águas, Um Rio (livro com António Ramos Rosa), de Juana e Tobias Burghardt. Baden-Wurttemberg, 2008; 69 Poemas de Amor, Antologia. Faro, 4Águas Editora, 2008; En la Vía del Maestro / Na Via do Mestre, tradução de Montserrat Gibert. Zaragoza, col. Olifante, 2009; Amo agora, em co-autoria com Marina Cedro, Faro, 4Águas Editora, 2009. FICÇÃO: Um Certo País ao Sul, Contos. Lisboa, Seara Nova, 1975; Imitação do Prazer, Romance. Lisboa, Diabril, 1977; 3.ª edição (emendada e com um estudo de Maria Lúcia Lepecki), Lisboa, Dom Quixote, 1991; Nós, Outros, Romance, em colaboração com Teresa Salema. Lisboa, Moraes Editores, 1979. 2.ª edição no Círculo de Leitores, Lisboa, 1980; Pátria Sensível, Romance. Lisboa, Dom Quixote, 1983; Contos da Morte Eufórica, Lisboa, Dom Quixote, 1984. ENSAIO: Prática da Escrita, Lisboa, Editorial Caminho, 1977; Vagabundagem na poesia de António Ramos Rosa, V. N. Famalicão, Quasi Edições, 2001. AFORISMOS: Onde se acumula o Pó?, Lisboa, Black Sun Editores, 1987; Arte da Respiração, Lisboa, Dom Quixote, 1988; Donde se acumula el polvo?, Versão de Amador Palacios. Madrid, colecção "Cuaderna de Poesía portuguesa", 1989; Da Frágil Sabedoria, V. N. Famalicão, Quasi Edições, 2001; Fragmentos de Babel seguido de Arte Poética, Quase, 2007. DIÁRIO: Na Barca do Coração, Diário do Ano 2000. Porto, Campo das Letras, 2001.

Os nossos eventos têm Entrada Livre!

Se puder, apareça!
Se puder, divulgue, s.f.f.
Saiba mais em:
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Muito Obrigado

quarta-feira, março 24, 2010

“A vida tem cada coisa...” do Jornalista da "A Bola" Mário Nóbrega



O autor, Mário Nóbrega, e a Temas Originais têm o prazer de o convidar a estar presente na sessão de lançamento do livro “A vida tem cada coisa...” a ter lugar no Auditório do Campo Grande, 56, em Lisboa, no próximo dia 27 de Março, pelas 19:00.

Obra e autor serão apresentados pelo jornalista Rogério Azevedo.


A vida tem cada coisa...
(Crónicas)

Sinopse: Aqui encontra-se uma selecção das suas opiniões em A BOLA, publicadas de 2007 a 2009, na rubrica chamada Coisas da Vida, alterada para dar título a este livro porque A vida tem cada coisa...

Mário Nóbrega

Nasceu no dia 16 de Janeiro de 1950, em Lisboa, no bairro de Alcântara, quase paredes-meias com o Estádio da Tapadinha, do Atlético, relvado onde jogou treinado por Joaquim Meirim, António Morais e Carlos Baptista. Excepção feita a uma colaboração no jornal Lisboa Jovem, editado pelo pelouro cultural da Câmara Municipal de Lisboa, na década de 80, a sua carreira fez-se na área do desporto. Começou-a no primeiro mês de 1972, em O Primeiro de Janeiro, continuou-a pelo Jornal de Notícias (duas vezes), O diário, Gazeta dos Desportos (duas vezes), O Jogo (duas vezes), Golo (duas vezes), ingressando nos quadros de A BOLA em Julho de 1993. Teve, ainda, colaboração esporádica no Diário de Lisboa e no Público. Desempenhou funções de redactor principal, editor, subchefe e chefe de redacção. Às vezes parece-lhe que a sua viagem pelo fascinante mundo do jornalismo começou ontem... mas já lá vão 38 anos!


sábado, março 20, 2010

3º Encontro de Poetas do Concelho de V.F. de Xira



20 de Março, às 15.30h
3º Encontro de Poetas do Concelho de Vila Franca de Xira, apresentação e leitura de poesia dos seguintes autores: Cristina Moita, Mel de Carvalho, Sara Rodrigues.
Com a colaboração dos grupos de poetas da Póvoa e Gente Viva de Vila Franca de Xira. O Encontro terminará com a actuação do Grupo Coral “Ares Novos”.
Biblioteca Municipal de Quinta da Piedade.

quinta-feira, março 11, 2010

As viagens à minha latrina

Ao acordar, das viagens da idealidade, o emudecimento do meu corpo deslocava-se para um refúgio sabido. Quase como num ritual, o episódio repetia-se espontaneamente, nesse espaço, em frente ao espelho, onde a cara assumia paulatinamente uma outra entidade. O nariz cobria-se de vermelho como chamariz de olhares e, em conjunto, os lábios vestiam o esboço de uma qualquer casa de campo onde os dentes brancos em permanente assessoria, faziam de cicerones, convidando os interlocutores a entrar. Esses, interlocutores, criações do meu imaginário, faziam, na totalidade, o que lhes imaginava e, sempre tudo, no mais íntimo cenário e em segredo dos loucos tão normais deste novo mundo. Sem explicações, sem comentários ou sem tentativas imberbes de justificar cada passo dado.

Entre uns e outros momentos, cuja fronteira mais que ténue disfarçava a transposição, existia uma nova sensação da realização de um semi-desejo quase construído em alicerces sentidos e apoiados nas entranhas da imensidão.

José, o piaçá de serviço daquele local, entrava em labor para pôr um fim a cada episódio.

Alto e esguio, mas com mãos de aço, expurgava os últimos resquícios que, incomodamente, deixavam-se ficar para trás. Era preciso deixar aquela sala de eventos lunáticos em perfeitas condições para outras aventuras. Sabíamos que havia sempre uma próxima vez.

Das viagens à minha latrina, construída entre murmúrios e loucas aventuras, sobravam os intensos prazeres que, do mais pretensioso ao mais servil, nenhum ser jamais desprezaria.

Um dia plantarei um rosal para enfeitar os desvios de Neptuno e ambientar o oxigénio ofendido que, em segredo, ainda foge e se aloja em outras latrinas que uns tanto gostam de chamar de cérebro, embora nem os seus proprietários saibam dessas viagens empestadas de súcias desavindas de outras paragens.

Amanhã outra viagem acontecerá na minha latrina.

terça-feira, março 02, 2010

Texto de Apresentação - "Entre as margens da memória" - por Mário Nóbrega



«Boa tarde, já sendo noite. Obrigado pela vossa presença.

Confesso-vos que fiquei surpreendido, mas também honrado, com este convite do Paulo para fazer a apresentação do seu livro Entre as margens da memória. E, também vos confesso, é a primeira vez que me encontro numa situação destas. E porque assim é, e porque pretendo, em autodefesa, ser breve para não ser grande a margem de erro, em vez do improviso, o escrito, ou não estivéssemos, aqui e agora, a falar de literatura. E também por estarmos a falar de literatura julgo ser importante dizer que o Paulo, que se considera um activista da Literatura, apresenta-nos já um currículo com vasta e diversificada intervenção nesta área cultural.

Mas vamos, então, ao seu quarto livro, o Entre as margens da memória, conjunto de textos que, para citar o autor, «enquanto objecto, será apenas um livro. Um livro de emoções do autor, das personagens que assumiu e, de preferência, dos que o quiserem ler». Li-o. Não temos nas mãos, quanto a mim, um livro de estrutura sintáctica fácil, e também se reveste duma elevada dose de complexidade, porque se trata, fundamentalmente, duma corajosa viagem ao eu. De alguém. De todos. É, por conseguinte, um livro de prosa poética marcadamente intimista. E, porque o é, não pode ser lido, para o sentirmos na sua plenitude, como um romance de entretenimento, no autocarro ou no comboio, numa caminhada em caminho marcado, ou no centro comercial, ou ainda de olho nele e no televisor, exige estar-se só, o que não quer dizer em estado de solidão, para que possa haver reflexão, ou seja, naqueles momentos em que, silêncio desenhado no espaço, conseguimos ouvir as nossas palavras mesmo estando a boca fechada.

Obrigado, Paulo, por esta oportunidade. A palavra, agora, é sua».

Lisboa, 20 de Fevereiro de 2010