segunda-feira, setembro 29, 2008

Traz-me de volta o meu sorriso

No acaso encontrei-te. Perdida. Trazias nesse teu corpo a mágoa do silêncio e nos olhos projectavas a ausência da esperança. Encontrei-te nua de ti. Nua da pessoa que outrora conheci. Bons velhos tempos em que ambicionavas ser uma estrela maior que o sol, e que eras, simplesmente, feliz.
No entanto, agora, por acaso ou talvez não, quando nos cruzamos pelos caminhos da vida, o que senti, nesse momento, foi medonho e murchou o meu sorriso. Estranhamente perdi-me. Entrei nesse teu mundo árduo e austero de sorrisos e vivi-o intensamente. Envolvi-me no mesmo silêncio que habitava no teu corpo e compreendi de que era feita a mágoa que vestias nesse teu corpo desnudado de ti.
Nem sei o que aconteceu a seguir, sei apenas que o meu mundo se preencheu de nadas e, num caminho agreste, percorri-o cheio de tristeza numa solidão nunca percebida. Desse caminho restou-me a saudade do meu sorriso. Desde então percorri inúmeros caminhos pela vida em busca do que perdi e nunca consegui recuperar a perda que o acaso provocou.
Hoje sei que o meu verdadeiro caminho passa por ti e, nessa consciência abstracta, imploro-te que me tragas de volta o meu sorriso.
Saberás encontrar-te. Saberás que esse facto mudará o teu destino e assim, num reflexo mítico, será extenso ao meu encontro. Duas almas salvas pela plenitude do sentir poderão recuperar a alegria, a vontade e amor pela vida.
Sento-me encantado pela esperança, debaixo da sombra de uma azinheira e, espero pela voz do vento que promete anunciar as boas novas. Espero por essas notícias, espero assim poder recuperar o que mais quero e, até lá, só o meu grito se antecipa e se repete onde o seu eco fortalece a realidade esperada.
Oiço-me:
- Traz-me de volta o meu sorriso.
- Traz-me de volta o meu sorriso.

domingo, setembro 28, 2008

Lançamento oficial do Livro “ Mínimos Instantes”



Lançamento oficial do Livro “ Mínimos Instantes”

No dia 27 de Setembro de 2008 pelas 15 horas decorreu no Auditório da Câmara Municipal da Amadora o Lançamento oficial do Livro “ Mínimos Instantes”

Cabe-me expressar, como autor, a gratidão a todos que tiveram presentes e elogiar a numerosa equipa de trabalho deste evento que com o seu brio profissional e o seu cunho pessoal de dedicação, alegria e muita amizade. Todos foram de uma entrega total para que o resultado final fosse o que aconteceu, ou seja, o melhor.

Foi para mim um dia muito especial que guardarei no meu coração e na memória, sendo o concretizar do sonho de menino.

Tive a sorte e o privilégio de poder contar com pessoas fantásticas e de uma qualidade inquestionável o que elevou ao auge o dia que sempre sonhei.

A todos, de uma forma sentida, a minha enorme gratidão.



Com o apoio de:

Câmara Municipal da Amadora
Biblioteca Municipal da Amadora
Edium Editores

Dr.ª Cecília Neves
Dr.ª Vanda
Jorge Castelo Branco
Xavier Zarco
Vera Silva
Magda Pais
D. Dinis
Sandra Rodrigues
Ricardo & Veloso
Ana Sofia
Diana
Ana Cintrão
Miguel Pais

Luso-poemas
Luís Gaspar
Blogues que divulgaram o evento

Aos que estiveram presentes


Agradeço ainda aos que ajudaram a promover o livro na semana que antecedeu este evento:

Rádio Tempos Livres – Ponte de Sor
Rádio Telefonia Alentejo – Évora
Livraria Nazareth &Filhos – Évora
Escola E.B. 1 Chafariz D´El Rei – Évora
Escola 1.º Ciclo Heróis do Ultramar – Évora

Concerto de Taças Tibetanas e Gongos

segunda-feira, setembro 22, 2008

Lançamento do Livro “Mínimos Instantes”


O autor e a edium editores têm o prazer de o convidar a estar presente na sessão de lançamento deste livro a ter lugar no Auditório da Câmara Municipal da Amadora, dia 27 de Setembro, pelas 15 horas. A apresentação da obra e autor estará a cargo do poeta Xavier Zarco. No decorrer do evento serão declamados poemas do livro por Dionísio Dinis e interpretados trechos musicais por Sandra Rodrigues.

Se puder, não falte.

quarta-feira, setembro 17, 2008

Programa para Évora para o Livro "Mínimos Instantes"


Programa para Évora para o Livro "Mínimos Instantes"

Dia 24 - (Setembro 2008)

14h – Escola E B 1 de Chafariz D’EL Rei – Rua São Brás Regedouro

17.45h – Livraria Nazareth & Filhos – (Praça do Giraldo, 46)

23h – Rádio Telefonia Alentejo – Programa: Na Escuridão da Noite
Este programa pode ser escutado em 103.2FM ou em http://www.rta.com.pt

Dia 25 - (Setembro 2008)

14h - Escola 1.º Ciclo Heróis do Ultramar - Avenida Heróis Ultramar

terça-feira, setembro 16, 2008

Adeus

Molhei os pés nessa onda
que rebentou no meu olhar
e o pôr-do-sol sorriu
num aceno de despedida.

A brisa saudou-me
num brinde de nostalgia
e o mar inquieto
murmurou o secreto desejo.

Na passagem do testemunho
despedi-me do rosto (que partiu)
fiquei com as lágrimas
e a solidão da noite.

Amanhã voltarei…

segunda-feira, setembro 15, 2008

Perdi-me Nos Escombros…Da Sociedade

Faz hoje, 11 de Setembro de 2008, sete (7) anos que caíram as torres gémeas do Word Trade Center, em New York, nos Estados Unidos.
Esse facto predomina na minha memória. Nas férias desse ano, enquanto almoçava, assisti, na televisão e em directo ao colapso das torres. Sim, em directo, como um qualquer espectáculo.
Creio que foi o início do fim ainda por acontecer, porque, desde esse dia, nada mais foi igual. A violência foi assumida como algo natural dos nossos dias. Aumentaram as formas gratuitas, modificaram-se preconceitos, actualizaram-se métodos, mas, de facto, nada mais ficou igual, porque tudo piorou para os pacatos membros, honestos, desta sociedade que persiste em fazer parte de um mundo, dito, civilizado.
Hoje, a realidade é diferente, vivemos nos escombros da sociedade e ninguém consegue travar esse flagelo. Amanhã, pela incidência assustadora, tudo isto será banal, de tanto acontecer e de vermos na televisão e nos jornais os constantes acontecimentos que, numa decadência abismal, se repetem. Apenas se repetem.
Perderam-se os valores morais e a justiça não conseguiu acompanhar o aumento da delinquência. Nestes tempos, já é banal, um homem dentro de uma esquadra da Policia disparar contra outro homem, e aguardar julgamento em liberdade. O crime já não passa de uma nova doença social, e, como tal, não há nada a fazer. Resta-nos, suspirar por ainda não termos sido apanhados numa qualquer encruzilhada anunciada na abertura do telejornal das 20 horas. Resta-nos acreditar que tudo o que acontece de mal, nunca chegará a nossa rua ou que nenhum membro do nosso círculo da família, dos amigos ou do lote dos conhecidos, seja envolvido, involuntariamente, num desses episódios agora em voga. E como somos um povo pacífico e de brandos costumes, lá vamos levando os dias, um atrás do outro, com lamentações ambíguas onde o que importa é que as coisas só aconteçam aos outros e nunca aos nossos, até ao dia que algum iluminado, leia-se alguém com poder, sinta na pele e queira mover as suas forças e as suas influências contra o mundo errado. Até lá… está-se bem!

sábado, setembro 13, 2008

Convite



Os autores,
Maria Mamede e Albino Santos
e a edium editores, convidam-no a estar presente na sessão de lançamento do livro
Quem sabe, amanhã será Primavera!...
a ter lugar no Largo do Souto, Gondomar (VII Feira do Livro de Gondomar)
na próxima segunda-feira, dia 15, pelas 21.30 horas.

Se puder, não falte.

quinta-feira, setembro 11, 2008

Sentada Na Areia - Convite




Sábado, 13 de Setembro, 16 horas

A autora,
Joana Moça
e a edium editores convidam-no a estar presente na sessão de apresentação do livro
SENTADA NA AREIA
a ter lugar na Biblioteca Camilo Castelo Branco, Vila Nova de Famalicão,
no próximo sábado, dia 13, pelas 16.00 horas.
Obra e autora serão apresentadas pelo poeta Xavier Zarco.

Se puder, não falte!

quarta-feira, setembro 10, 2008

Omnipresente

Na neblina matinal
acordo o corpo
do que resta de mim.

A mente
viu a noite afastar-se.

terça-feira, setembro 09, 2008

Injustiça

Deixa-me. Quero gritar
libertar os meus ecos
dessa injustiça que não sentes
quero. Mesmo que não saibas.

O mundo não parou
na lágrima que derramei
só a minha emoção se despiu
despindo toda a injustiça.

Sabes ver o meu sorriso?
Afinal, a injustiça, ficou aprisionada.




Nota: Este poema é dedicado a alguém muito especial para mim, de quem tenho o prazer de ser um dos seus amigos. Obrigado Amiga Pedra Filosofal

segunda-feira, setembro 08, 2008

António Lobo Antunes



António Lobo Antunes

Mais um domingo com todos os que já perdi. Um sol abrasador que me impede de sair de casa. A idade teima em restringir-me os desejos e, nas limitações do meu corpo, rendo-me, sem que antes tenha lutado para modificar o que quer que seja.
Pego no livro – Livro de Crónicas – de António Lobo Antunes, e começo uma nova etapa, talvez para esquecer a minha realidade ou para deliciar-me nos prazeres de uma escrita atenta e tão real que me adormece o desejo.
Desfolho cada página com uma ansiedade crescente para que depressa possa chegar ao fim de cada crónica que escreve. Quero receber cada mensagem ali deixada e satisfazer a minha curiosidade em cada final. Deixo-me ir nas palavras do autor e até consigo ver as imagens que desenha com as palavras. Sinto as suas metáforas como se tivessem vida.
Não paro. Nem a surpresa cabe em mim, quando leio os passos dados pelo autor pelos mesmos sítios pisados por mim. Sinto-o omnipresente. Sinto que pertence à vida que vivi e que percorreu os mesmos lugares públicos que percorri e, na semelhança, até descubro que gostamos do mesmo filme que, na época, era cabeça de cartaz.
O meu domingo é mais sorridente assim. O sol já não importa se queima ou sorri e o meu corpo já não me impede de viajar aos lugares mais desejados pelo meu pensamento abstracto ou lúdico.
De tudo, sobra-me a vontade de escrever, de escrever como o senhor António, de ter a coragem de escrever muitas frases entre outros, algumas com a fragrância da verdade rejeitada e outras com a dureza dos tempos que já esquecemos. Mas não! A minha consciência pede-me calma, ilumina-me a realidade e diz-me que não será, de todo, possível escrever como o senhor António. Ele é, de facto, alguém que domina as palavras e que brinca com as personagens do seu eu. É, portanto, alguém de outra esfera superior. Resigno-me à minha realidade, mesmo antes de o tentar. Que importa afinal, se o prazer da sua escrita me seduz em cada leitura que faço? Que interessa, se cada crónica sua é um alimento que preciso? Não importa. Nada mesmo, porque basta-me que cada leitura tenha sido acompanhada por um soberbo prazer. Sobra-me ainda a vontade de escrever, a minha maneira, com as minhas palavras e os meus sentimentos retirados de mais um domingo igual a tantos outros que já perdi.
Um dia talvez conheça o senhor António e os meus olhos brilhem pedindo um aperto de mão e umas palmadinhas nas costas. Talvez seja o momento maior de um domingo qualquer por acontecer. Por ora, deixo-me extasiado entre os sonhos desejados e a realidade que aquele Livro de Crónicas me empresta. Resta-me agradecer-lhe e esperar por um domingo qualquer. Obrigado senhor António.

domingo, setembro 07, 2008

Silencio-te

Silencio-te. Noite triste
só a lua me sorri
plantada a escuridão
que aglomera a minha condição.

Silencio-te. Sentimento impune
que respira e sobrevive.
Silencio-te. A razão que nos une
e assim afasto a voz.

Silencio-te. Num silêncio cúmplice
silencio-te e assim me deixo morrer!

sábado, setembro 06, 2008

Escrevo-vos!

Escrevo-vos!

Um dia, algures na Net, alguém encontrou o meu blogue e deixou um comentário para que visitasse o Luso-poemas.
Foi o que fiz e foi amor á primeira vista. Senti-me em casa e entre pessoas com um prazer comum, a escrita.
Tudo aconteceu muito depressa, sem conhecer alguém, fui convidado para Moderador do Fórum e pouco tempo depois para Administrador.
Entretanto conhecia algumas pessoas, com quem tive o prazer de conquistar a amizade. Umas, mais que outras, ritual da vida, mas em que a escrita se envolvia e nos alimentava o desejo de conquistar objectivos, partilharmos e divulgar o que nos unia.
Dei o melhor de mim, nas funções que me confiaram mas podia ter feito mais e melhor.
Dei o melhor de mim, no que escrevi e partilhei, mas foi pouco porque não tinha mais para dar. Dei o que devia dar, em cada comentário que fiz, porque era o que naquele momento sentia. De nada me arrependo. Tudo o que aconteceu foi maravilhoso e até nas coisas menos boas que me aconteceram, eu aprendi e cresci. Tenho o privilégio e consciência de que devo sempre agradecer a este site por essa aprendizagem e crescimento.
Agradeço assim, também e de forma indirecta, a todos os Luso-poetas que aqui passaram e já saíram e aos que por cá continuam, porque percebo que todos foram importantes para o site e por consequência, para mim.
Em cada texto que li encontrei um pedaço de bom saber e agarrei-o. Hoje, existo com um pouco de todos vós. Já nem sei passar sem uma visita á nossa casa ou sem uma interacção com os membros desta grandiosa família. Uns mais, que outros, é assim que dita a lei da vida. Insisto eu outra vez. Sempre com a escrita na mente.
É a escrita que nos UNE. Seja em poesia ou em prosa ou noutra variante qualquer.
Não é a polémica ou a necessidade de confronto. Lamento que essa realidade não prevaleça sempre e que possa existir alguém disposto a criticar, duvidar ou a denegrir.
Não compreendem a dor, que provocam e não sentem. Não percebem o esforço, oculto, mas que lhes dá o espaço onde se expõem. Não foi para isso que vim. Não foi para isso que troquei outros prazeres da vida em prol de um site que amo e dos utilizadores que respeito. Foi pela escrita! A mesma que nos faz vir cá cada dia, um atrás do outro e por um tempo indefinido. Quero devolver, quero que devolvam, ao espaço o que ele merece. A escrita! E tem que ser num esforço conjunto, sem maiores ou menores, sem grandes ou pequenos, mas apenas como entusiastas e amantes da escrita.
Aos amigos, uma palavra de gratidão e a minha amizade intacta. Aos Lusos, o meu obrigado por tanto que me têm dado. A todos o meu desejo de que tudo de bem aconteça e que, se amam a escrita, que lutem por ela em prol do seu próprio umbigo. Não quero polémicas. Escrevo-vos para que salvem a escrita e o espaço que ainda existe. Afinal, é a escrita que nos unia. E é a escrita que continuará a fazer crescer esta UNIÃO!
Obrigado a todos.


Nota: Texto dedicado ao site onde escrevo:

http://www.luso-poemas.net/

quinta-feira, setembro 04, 2008

Existo!

I

Existo!


Vivo pela vida
por o amor
pela fantasia.

Vivo com emoção
com a dor
entre muitas alegrias.

Vivo enquanto puder
porque quero aprender!


II

Não Existo!


Na caminhada da morte
branda e mordaz
que veste a loucura.

Na guerra do poder
moribundo do meu querer
e apagado do sonho.

Não existo no inferno
não existo por existir…


III

Existência!


Recheio o meu mundo
de pedaços de emoção
de momentos de alegria.

Quero poder escrever
os meus sonhos acontecidos
os meus desejos por alcançar.

Fazem-me acreditar na existência
fazem-me esquecer qualquer perda.

terça-feira, setembro 02, 2008

Capa de Mim... (Prosa)


Escrevi um poema de mim. Nele descrevi a capa onde me escondo, e que todos pensaram que seria preta, só que eu pintei-a de outras cores. Pintei-a das cores dos olhos que a observaram e desenhei um arco-íris ondulante…
Escrevi um poema do que pensava de mim, ou do que pensavam de mim. Não sei, nem quis descobrir. Escrevi e, depois, sentei-me na margem do rio á espera dos peixes. Queria que olhassem para mim, porque, mesmo que chorassem, nunca viria as suas lágrimas. Mesmo que sorrissem, nunca encontraria o seu sorriso. O que queria mesmo, era falar de mim, da forma como queria que me vissem e nem percebi que essa razão não existia, não tinha fundamento, não tinha qualquer sentimento. Ou o que queria mesmo era olhar, olhos nos olhos, dos peixes que mostrassem curiosidade em se aproximar.
Talvez tudo não passasse de um pretexto para ir para o rio e estar na natureza. Talvez quisesse mergulhar nas águas geladas e acordar do meu momento, denso, de nevoeiro incisivo, que me isolava de mim e do meu mundo…
Tenho-a comigo, essa mesma capa da cor dos teus olhos, que o nevoeiro teima em esconder. Só tu a podes ver, sempre que queiras, mesmo que o silêncio, como o dos peixes, permaneça. Será a capa, a que um dia vestiste, e num sorriso lindo, gritaste ao mundo:
- És o que resta de mim…
Visto a capa quando a saudade entra dentro de mim e ninguém compreende que a vida é mesmo assim…