quinta-feira, novembro 29, 2007

A Arte da Polémica...

Se queres ser lido… não concebas a arte mas antes a polémica!
Se queres ser compreendido… não alimentes a polémica mas antes a arte!

Paulo Afonso 29/11/2007

quinta-feira, novembro 22, 2007

Descobre-te…

Cruzo as palavras… em sequências apetecidas para que o efeito seja mais perceptível, amontoo-as em forma de pirâmide como se fossem uma arma com a qual defendo o meu castelo de ilusões, concebo o projecto da ideias para que possa vestir cada palavra e para que cada frase possa ser adornada por múltiplos efeitos com o desejo comum de faze-las felizes, para que brinquem umas com as outras, estejam onde tiverem… letra após letra, como velhas amigas de sempre!
Mas existem vezes em que a vontade é de esconder as palavras ou expô-las mascaradas para que confundam os olhos que as espreitem…como se de um jogo se tratasse!
A vida é mesmo assim, uma mensagem que sai de um jogo… e a vantagem é ganha por quem consegue perceber o jogo e os predestinados são aqueles que depressa entendem a mensagem de cada jogo… de cada vida.
Devemos aproveitar os momentos, com a mesma energia e o mesmo rigor, saborear cada instante com uma vontade indubitável, quem sabe se os poderemos repetir?
Devemos escrever sempre que o desejo pedir, quem sabe se poderemos enviar cada mensagem?
Com a magia das palavras e a simplicidade de cada partilha podemos jogar, brincar com cada letra, na construção de cada momento que não se repete, com a consciência do que somos… (11918818121322189128 – 2312 – 722141112). Descobre-te nos números! Descobre-nos… com as palavras faz o jogo contigo através dos números… para que possas dizer cada letra, construindo cada palavra para que consigas a frase!
Como na vida… é uma questão de oportunidade e de rapidez de resposta…

Depois pinta as letras, cada letra de uma cor mais luzidia… acrescenta flores em cada palavra circundando-a como de jardins se tratassem e na frase feita deixa suspensa no trapézio do circo da vida, á espera que os aplausos recomecem… dia após dia!

sábado, novembro 17, 2007

…O Meu Mundo das Palavras!

Quando me sento á secretária para escrever, entro no meu mundo secreto, local por construir e por definir os caminhos do desejo.

É nesse mundo, por realizar, que dou asas á imaginação para satisfazer os sonhos das personagens que habitam dentro de mim…

Sendo o meu mundo, tenho o poder de decidir o que quero que aconteça ou que esteja bem presente, porque é um mundo feito das palavras escolhidas, ditas ou por dizer sejam pensadas ou apenas sejam simples palavras sentidas!

É nesse marasmo das palavras que escolho a capa da revista com a trágica notícia da morte da personagem, da situação ou da emoção.

Ou invento o mágico que pode ser bailarino consagrado, que pode nem ser nada mas que tem a acção certa no momento oportuno e que com o seu acto singelo oferece a felicidade a alguém que ame e assim proporciona uma viagem conjunta ao outro mundo também imaginável para a grande maioria das pessoas reais…

Posso trazer os amigos, posso criar novas amizades ou namorar, posso amar-te e deixar que me ames da forma que quiseres, onde quer que estejamos… não há barreiras nem distâncias que impeçam os desejos!

Entro e saio desse meu mundo as vezes que quero, sem pedir ou sem aviso prévio… e ao expor esse mundo abro a minha porta aos que me visitam num tempo sem limites para que possam ficar ou para que possam voltar sempre que quiserem.

Deixo-me nas palavras…
Entrego-me ao sabor de quem as lê, num segredo cúmplice entre ambos que guarda o nosso tempo já consumido desta vida que acontece a cada instante.

Mundo fantasia sustentado por pequenas facções da realidade de ninguém é uma simples herança, propriedade do culto ou um simples jogo de vida… é o meu mundo, o das palavras, dos sentimentos e das ilusões, sendo meu quero que seja teu também…

terça-feira, novembro 13, 2007

O Astro

Desci do autocarro na paragem das avenidas perdidas e perdido estava eu, ali, envolto nos trapézios das personagens esquecidas, também elas perdidas das histórias por escrever ou já escritas e ainda por contar, tal como aquele lugar que desconhecia.
Esquecido do motivo que justificava a minha presença naquele espaço interminável, foi o discernimento a empurrar-me para um passeio de estudo dos movimentos enraizados…
Sem cansaço aparente…parei para pensar no caminho de regresso e nem sequer consegui recordar como ali tinha chegado… olhei para o relógio do tempo e percebi que tinham passado anos, anos de luz, sem o brilho que tanto esperava!
Sentei-me num banco feito de mármore, creio que de um banco se tratava, para perceber o que acontecia… primeiro, o pensamento desconfiou de quem era eu!
Depois, a conclusão foi lúcida e fugaz, como a passagem pela vida o tinha sido, o astro que nunca o foi, neste mar de pretendentes efémeros…
Ainda hoje, ninguém sabe se algum dia dali o corpo sairá ou se por lá continuará, á espera do momento de glória que tanto seduziu a vida daquele pretenso astro do mundo ilusório e momentâneo…

sexta-feira, novembro 09, 2007

Quero-te...

Estejas onde estiveres, nesse mundo fantasia, quero-te nas profundezas do amor e nas intimidades do acto consumado, para que saibas que a paixão é um mero caminho para a consolidação dos corpos extasiados pela magna noção da épica condição do Ser.
Quero-te… despida de preconceitos na magia do luar que abrilhanta a nossa condição de dois amantes da vertente lunática do mundo que gira em movimentos iguais, e nós, em gestos ritmados fugimos a esse mundo em viagens lunares como dois… elementos da terra prometida. Procuramos, em segredo, construir o nosso próprio…paraíso.
Quero-te… sedenta de palavras, as que embalo para oferecer-te como uma flor ou como um castelo para que possas viver nesse mundo principesco das maratonas da fantasia.
Ainda que o tempo, esse marasmo que se apodera das nossas horas perdidas nos afaste dos nossos desejos, nos invada com barreiras reais que a vida nos faz nascer, ainda que os atropelos possam protelar a nossa conquista feita de persistência, ainda assim, quero-te… enquanto souber que poderás existir escondida num corpo qualquer, enquanto sentir que também me queres, Musa vestida de amor, despida pela carícia cor do sol, serás o meu luar das minhas noites de solidão, enquanto o nosso caminho não se cruzar na utopia do segredo em sequencias mágicas que adornam o nosso querer.
Quero-te … Musa vestida de poetisa nesse corpo de mulher!

quarta-feira, novembro 07, 2007

O Amanhã



Navego no rio cor de fogo
sinto-te…
nessa árdua ausência
e o pôr-do-sol
foge-me… das mãos
como este dia enigmático.
Navego só…
com a solidão das águas moribundas

por ora,
sinto-me assim

preso nos desejos
no seio das inépcias

o que tiver que acontecer…
só o amanhã dirá!

segunda-feira, novembro 05, 2007

O Convite!

Sussurraste-me ao ouvido… um convite tímido!
- Querias que escrevesse sobre a poesia! …pode ser?

Senti-me constrangido e quis dar-te algo perceptível…

Abri as escarpas da nossa vida para proporcionar ao momento, sustentado por um amplo desejo, a possibilidade de que ambos palmilhássemos o mesmo caminho em direcção ao reino da poesia.
Fomos em alegre cavaqueira que nem nos apercebemos da distância que caminhamos, tão longínqua, em que cada vez mais nos afastávamos da nossa realidade, que assim nos enquadrava noutro mundo sem medo e por isso, sem a consciência do acontecimento.
Subimos aos píncaros na calada das horas e nem sentimos a emoção de cada minuto na passagem pelo anseio em que as ideias se cruzavam com os subtis segundos do tempo, devasso, na conquista da aventura das palavras e na sapiência dos sentidos.
Tu e Eu! Dois aventureiros em melancolia, provocada pela solidão de quem atravessa dois mundos paralelos e díspares…
Porque quiseste passear entre dois fogos factuais e de espaços permeáveis á reticência humana?
Nem tão-pouco poderíamos mudar o curso das águas, caudais ou marés, para que nos transportassem para o outro nosso lado, o do mundo real.
Chegamos ao reino da poesia, uma tribo de pessoas diferentes e iguais (como os dois mundos) receberam-nos de braços abertos. Em primeiro lugar estava o pai da poesia, membro mais velho do clã, rodeado por inúmeros aprendizes de poesia.
Sussurrei-lhe ao ouvido… um pedido acanhado!
- Queria que escrevesses sobre a poesia! …pode ser?

De olhos fitados na minha companheira, ele entendeu a minha missão, e num gesto inesperado no levantar do braço de mão estendida, originou o aparecimento de alguém com um lápis e um pequeno papel. Ergueu a cabeça de olhos fechados, num movimento lento, baixou a cabeça e projectou os olhos naquele pedaço de papel, escreveu, dobrou o manuscrito e entregou-me num agarrar de mãos…
Foi a vez dele sussurrar-me ao ouvido… um pedido!
- Vai… e leva-a pelo caminho da felicidade…
Agradeci com um sorriso e peguei na mão da minha companheira, num gesto copiado, pronto para uma viagem eterna.

Ainda antes de regressarmos ao “nosso” mundo, paramos na sombra da árvore da compreensão num descanso retemperador e ambos lemos o papel… que definia a poesia ou a forma de a construir, onde se podia ler:


Olha em redor…
Sente e fecha os olhos!
Esmera-te na procura das cores
agarra os teus pincéis (da vida)
e pinta
os
as
tudo o que sentiste
mesmo que a dor… persista
ou a emoção desista
pinta
e oferece ao mundo…

Liberta-te!


Desde esse dia, dois corpos unidos viveram uma única vida… a do amor!
Desde então, uma felicidade constante ornamenta os nossos dias…

sexta-feira, novembro 02, 2007

Para Ti Poetisa

Os teus olhos de paz conseguem ler-me nas frases escondidas, conseguem auferir a veracidade de cada sentimento meu exposto ao vento e ao abandono de um qualquer comentário mais abstracto…
São os olhos da esperança que buscam o alimento para aquecer a alma em cada noite fria e solitária, são a arma que combate o presente… numa luta desmesurada por um amanhã quente e radioso. (São os teus ou os meus!) O teu corpo não cede…
Olhos! Encontram-se com os meus no céu azul, olhos que se fixam, no verde esperança da montanha que conseguiremos ultrapassar na caminhada para o paraíso. O teu corpo pede… (Será teu ou o meu?)
Mas é o teu sorriso que me guia, o seu brilho ilumina-me o caminho que palmilho no silêncio de cada noite na esperança de encontrar o teu rosto ansioso do momento.
Cada palavra é uma ponte que nos une. Cada desejo é uma força que nos fortifica.
Cada nascer do sol é aproximação do nosso objectivo, que está cada vez mais perto…
Um dia, depois dos caminhos ventosos e de ultrapassar os Alpes invernosos, de passar as planícies primaveris, irei encontrar-te numa tarde de um Outono distraído imerso numa singela tristeza vestida de saudade e eu apareço para abraçar-te…
E é nesse pôr-do-sol em que estaremos á porta do nosso destino, com um sorriso cúmplice, que deixaremos entrar mais uma noite diferente de todas as outras… será a nossa noite perfeita!
Espera-me! Poetisa do meu mundo fantasia…