quarta-feira, abril 30, 2008

Poeta e contadora de estórias encantam alunos

Para comemorar o Dia Mundial do Livro e dos Direitos de Autor, a Escola EB 2,3 Aristides de Sousa Mendes, na Póvoa de Santa Iria, organizou uma sessão de leitura que contou com a participação do poeta local Paulo Afonso e com a contadora de estórias Ilda Oliveira. Na presença de diversos alunos do horário nocturno, e com as portas abertas também aos pais e professores, durante cerca de 90 minutos, as várias gerações esqueceram as suas diferenças e deliciaram-se com diversos poemas e contos que cativaram desde cedo a audiência. Foram utilizados diversos meios para não tornar esta acção numa aula ou palestra, por isso, durante a leitura foi utilizada uma banda sonora apropriada e também a componente informática através da projecção de uma apresentação multimédia.
Depois de terminar, Ilda Oliveira, em declarações ao NM, salientou a importância destas iniciativas: “Tenho participado em numerosas iniciativas e é para mim um desafio quando encontro pessoas que pensam que a poesia ou a leitura são uma «seca». Enquanto falo vejo-os com atenção e no fim vêm dar-me os parabéns”, explicou.
Paulo Afonso, que está prestes a lançar o seu segundo livro, elogiou a ideia que os professores tiveram para assinalar aquele dia: “É muito importante aliciar as novas gerações para a leitura e eu tentei a aproximação quando lhes disse que também fui um «grande maluco»”, concluiu.
No final, entre organizadores e participantes, o balanço foi muito positivo e a sensação de dever cumprido ficava patente nas várias conversas entre os alunos e a contadora de estórias.

PS:Foi retirado do site: www.noticiasdamanha.net - (basta clicar no título)
Poeta e contadora de estórias encantam alunos por: António Murteira da Silva (texto e foto)

terça-feira, abril 29, 2008

I º Encontro Luso-Poemas


(Museu Do Vinho e da Vinha - Anadia)

26 de Abril de 2008


O Prefácio de um dia...


Agora que estou distante, uma lágrima tonta, foge do meu segredo e deixa-se diluir nas profundezas do espaço abstracto…
Tu que me lês… perguntas a ti mesmo, pela tristeza que embala este texto, numa aflição desconhecida e simultaneamente curiosa, e eu, adivinhando essa carência, aproximo-me do teu ouvido, sem que o teu olhar me toque e baixinho digo-te: - Não é tristeza! É alegria…
E assim, contemplo o dia que passou, que encheu a minha vida de gestos maravilhados e no abraço das palavras, todos, sem excepção embarcamos na viagem de união, que em silêncio selamos o nosso propósito, quando trocamos os olhares de cada universo…

António Paiva
Carolina
Cleo
Flávio Silver
Fly
Freudnãomorreu
João Vasco
José Torres
Laura Gil
Luís F.
Margarete
Pedra Filosofal
Rosa Maria
Tália
Trabis
ValdevinoXis

Resta-me o silêncio que as palavras não contemplam e em que as imagens não sentem, para que na meditação do meu momento, possa sentir-vos novamente, entre sorrisos…

Para os presentes uma pequena frase de emoção:

- O homem da palavra
- Trouxe no coração as crianças
- Um sorriso tímido mas constante
- Uma viola no saco e música no ar
- Aquele abraço prometido
- A voz surpresa
- Uma viola em acção
- O dom da comunicação
- A timidez da coragem
- A amizade na presença
- O olhar redentor
- O riso libertino
- A presença que faz a Dama
- Generosidade na grandeza de Ser
- O Pai silencioso
- O amigo de sempre

Que no próximo encontro, as presenças cresçam vertiginosamente, para que atinjam um número nunca imaginado.

Beijos e Abraços

segunda-feira, abril 28, 2008

Saudade


(Foto de: Bogdan Gavrus)


Tenho saudade do tempo ido, que o tempo levou, nessa viagem da vida.
Tenho algo, que chamo de saudade, e que guardo no meu íntimo mais paradisíaco.
Tenho como o momento, em que quero parar, o tempo para ficar eternamente junto dele…
Tenho saudade. Tenho tempo. E juntos tão separados existem dentro de mim…
Tenho saudade do que tive e já não posso ter, essa magistral, infância…
Tenho saudade… do meu tempo de menino.
Tenho e não tenho! É esse o sentimento que chamo… Saudade!

quinta-feira, abril 24, 2008

Transmutar


(Foto de: Andrey Vahrushew)

Abro o meu sorriso para anunciar que cheguei. Para que possam sentir a minha presença. Transmuto-me para partilhar convosco a minha emoção e a mensagem colhida nas paragens que fiz neste percurso de vida. Cheguei até aqui, junto de vós, para que juntos, pudéssemos viajar nesta magna sensação dos sentidos…
Vejam-me nascer, talvez como uma flor indefesa, e ainda assim, reparem que sorrio sem medo de ser feliz. Estou nos campos verdes da natureza, onde as cores pintam as alegrias, e a harmonia está visível entre o silêncio da noite e o calor dos dias…
Vejam-me crescer, talvez como uma ave observadora, que voa sobre vós em círculos e que está pronta para poisar suavemente no vosso ombro, para, em segredo e bem juntinho ao vosso ouvido, deixar poucas e simples palavras… Não tenham medo de tentar porque a felicidade depende apenas de cada um…
Essa é a minha nobre missão, emprestar-vos a imaginação que vos conduz ao mais ínfimo lugar dentro de vós e, nessa consciência sabática, deixar-vos a conclusão que cada pedaço do corpo e da alma é uno…
Vejam-me partir, entre as imagens e as vidas que consegui ser e em que imagino que me viram, quando me transmutei em várias formas, escolhidas por cada um de vós, em que, embora díspares, todas fizeram sentido, todas tinham o mesmo rumo, a mesma mensagem… viram como é possível que, embora todos diferentes, podemos ser iguais?
É hoje que vos digo, que, depois deste nosso encontro, já nada será igual. Partilhei o que tinha para partilhar e em cada coração aberto entrei e deixei por lá um pouco de amor, como uma semente que o tempo verá crescer, que, com o tempo, será parte desse corpo que vive neste mundo aceso… Agora sim, posso partir, porque semeei bem dentro de cada um de vós o melhor que nos faz viver a sorrir…
Regresso ao meu estado, numa última transmutação, para também poder aproveitar o que aprendi nesta viagem conjunta que convosco tive o prazer de realizar.
De sorriso expandido sigo o meu caminho porque sei que vocês estão aptos para seguir o vosso. Olho uma última vez para trás e num aceno separo-me de vós… pensarão que foi um adeus, mas não, o meu aceno incontido foi, e será sempre, de um profundo agradecimento. A todos os que comigo se encontraram nesta partilha de vida o meu eterno obrigado.

quarta-feira, abril 23, 2008

Escola EB 2, 3 Aristides de Sousa Mendes na Póvoa de Santa Iria

Hoje, 23/04/2008 a partir das 20 horas, estarei presente e tenho o prazer de contar com a participação da minha Colega Ilda Oliveira, num evento sobre a escrita (poesia em especial) na Escola (Agrupamento de Escolas) EB 2,3 Aristides de Sousa Mendes na Avenida Dom Vicente Afonso Valente – (em frente aos Bombeiros Voluntários) na Póvoa de Santa Iria.

Deixo aqui o convite. Quem puder e quiser que apareça.

Obrigado

segunda-feira, abril 21, 2008

Espero-te…


(Foto de: Elena Orlova)


Espero-te… ao pôr-do-sol para que juntos possamos ver a despedida do calor das nossas vidas, agora que o destino nos transformou em mais um dia, desses que aconteceram sem que ninguém reparasse nele…
Espero-te… na noite escura, para que possas surgir entre o medo e o receio, e assim estejas junto de mim, sem que ninguém olvide que me pertences, para que tu, mesmo que não queiras sabê-lo, para que sejas eternamente feliz…
Espero-te… nesse luar, feito na viagem, que ambos construímos nos nossos íntimos imaginários e nunca confessamos a ninguém…
Espero-te… porque é o nosso destino, porque é o elo que nos faz andar neste caminho feito de sonhos e ilusões, criados entre verdades ocultas e em segredos bem distribuídos…
Espero-te… porque esse foi o teu desejo um dia…
Espero-te… já!

domingo, abril 20, 2008

Poema


(Foto de: Wojciech Grzank)

Tu fazes-me sorrir
quando me pedes um poema
e sem que te peça um tema
imploras que escreva ao meu sabor.
E eu deixo-me apanhar
nessa teia embrenhada no ar
imagino
a lágrima enxuta ao vapor
e a razão dessa louca exortação
onde consigo até chegar a tua dor.

E é nesse corpo exposto
que procuro a alma da tua poesia
para encontrar a palavra do teu próprio caminho.
Fico, nesse instante, sozinho
deleitado com a alegria
das palavras que me trazem a fantasia
e é assim que escrevo o teu momento.
Nascem as palavras que em mim… onde hão-de fluir
desabrocham num teu beijo a ruir
para que o poema seja o nosso alimento.

sexta-feira, abril 18, 2008

Senhor das Almas


(Foto em: http://senhordasalmas.wordpress.com/)


Subia de novo a montanha. Olhei uma primeira vez, para cima, e pareceu-me ver um rosto com um sorriso espontâneo que me esperava. Continuei o meu caminho. Próximo do meu rebanho e do meu Dick numa sintonia ritmada. Mais perto do topo da montanha olhei de novo e o rosto expressava um sorriso ainda maior!
Como nem o rebanho nem o cão manifestaram qualquer sinal de diferença não dei importância. Mas a energia, a força e o ânimo estavam lá…
E lá cheguei ao topo…
E lá se deu o encontro entre mim e o tal rosto sorridente. Só depois percebi que era o sorriso da alma…
Desde então revemo-nos semanalmente e a experiência tem sido reconfortante, espero que, para ambos…
Obrigado Senhor das Almas!

quinta-feira, abril 17, 2008

Ao Meu Anjo


(Foto de: Renata ?aska)


Hoje chego cansado. De tanto lutar com as palavras ditas. Ditas ao meu rebanho que nos montes andou impávido e sereno sem que o som das minhas palavras fizesse o mais pequeno ardor aos seus ouvidos.
Cansa-me. Esta mania na forma de desprezo cansa-me. Empurra-me para uma solidão que não quero. Só tu, minha santa amada, saberás compreender. Mesmo que a distância nos mantenha separados a compreensão estará sempre em nós.
É para ti que deixo o melhor do dia, uns beijos campestres!
Tu hoje mereceste! Em boa verdade mereces sempre…

in “Diário de um Pastor”

quarta-feira, abril 16, 2008

O Cão


(Foto de Scot Steele)


Volto mais alegre. O meu Dick orgulha-me. Ainda não vos tinha apresentado o meu guardador de rebanhos? Pois é… Chama-se Dick. E é um cão muito inteligente e de uma excelente postura atlética, com o calor o seu corpo brilha num destaque inequívoco do seu tom preto luzidio. Já me deu várias provas da sua coragem e da sua amizade. É verdadeiramente impressionante como sem falarmos nos entendemos na perfeição. Ele sabe quando estou melhor ou pior, e numa simples troca de olhares emprega a solidariedade que mais preciso. Sofre comigo. Expande a minha alegria como se fosse a sua e sem que nada peça ele está sempre responsável por todo o rebanho.
Hoje tomei consciência da sua verdadeira importância, por isso, regresso a casa mais alegre. A minha palavra de hoje é para ele. Obrigado Dick!

in “Diário de um Pastor”

terça-feira, abril 15, 2008

O Poema


(Foto de: Vladimir Lestrovoy)

Madruguei. E quando o sol nasceu, entre a sua luz e o meu sono, escrevi um poema.
Quase que o deitei fora, ora, o meu rebanho não o quis… e nesta solidão, da montanha inerte, quase que adormeci novamente. Não posso! É na noite que me deito…
Mas reafirmo:




“Tenho Sono…”


Tenho ausências de lucidez
entre desejos incontidos
entre uma sorte moribunda.
Tenho seriações flácidas…
que o meu estro esconde.
Tenho rotas de juvenis decorados
entre mares dum sabatismo ortodoxo…

Fujo das heresias
Apenas e só… tenho sono!


(Sigam o meu rasto…)


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Nota Informativa:
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Sobre os versos:

“Tenho rotas de juvenis decorados
entre mares dum sabatismo ortodoxo…”

Na liberdade poética do autor a frase “ Tenho rotas de juvenis decorados” pretende aludir uma analogia simples, cujo objectivo único é o de emprestar a ideia dos caminhos dos adolescentes que na sua condição própria conseguem sempre ou quase sempre elevar o pouco (em especial da vida) que conhecem.
E, na frase “entre mares dum sabatismo ortodoxo…” é intenção referir que, ainda assim, o que se suporta (ao que atrás expliquei) é conseguido por conhecimento rígido, imposto, e na junção de ambas frases, é pretendido abonar um pouco de uma confusão subtil, quiçá, provocada pelo sono que é a base do poema.

Obviamente que o autor corre o risco de errar, como corre o risco de fugir ao seu traçado poético, mas é esse o desafio implícito que faz quando opta por criar. A criação é isso mesmo. Afinal, o autor não pretende castrar o seu sentimento quando o passa para o concreto.

segunda-feira, abril 14, 2008

Dia Seguinte


(Foto de: Elena Tanasescu)


Voltei para ler as palavras que ontem escrevi. Vejo que crescem em mim…
Hoje sinto a alma dessas letras expostas, como ontem senti quando as escrevi. Não sei, se ao lerem conseguem sentir essas formas entreabertas que se misturam na página preenchida. Volto sempre para que me alimente das letras deixadas no chão da minha folha da vida.
E na essência da mulher que procuro, que quero desfrutar, deixo-lhe um gesto da minha presença.

Com flores deixo o meu beijo presente!

in “Diário de um Pastor”

domingo, abril 13, 2008

Diário de um Pastor


(foto de: Leonid Padrul)

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No meu pensamento florescem bonitas rimas em versos destemidos para brindar.
Ergo-te nas mentes e nos alpendres em que passo para desejar noites de fantasia e emoção. E entre palavras, ditas e desditas, semeio o meu trigo e passeio o gado que me governa.
Amanhã passarei outra vez para colher o que antes semeara e assim viverei até que as forças me deixem…
Não sei se algum dia as minhas palavras chegarão a algum lugar, ainda assim, brindo-te com a minha intenção.
Deixo cair um desejo embrulhado num apertado abraço!

in “Diário de um Pastor”

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terça-feira, abril 08, 2008

Dois Irmãos


(Foto de HUNG TON)

Decorria o ano de 2000 e as pessoas recompunham-se do susto do proclamado bum da mudança de século em que muitas vozes gritavam horrores que terminavam quase sempre em que o Mundo iria acabar…

Entre quimeras, (eram 12/13 de seu propósito), vivia Letapatim, homem de vastos recursos mentais que compensavam a sua falta de destreza física, provocada por um problema que nascera consigo, que já se tinha habituado a combater, ultrapassando-o com alguma mestria.

As suas fantasias, outrora misturadas com algumas visões iluminadas, passavam por ser uma pessoa com uma vida normal, se possível, completamente dedicadas as letras, e em especial a literatura.
Sonhara escrever um livro que fosse um best-seller e criava, dentro da sua cabeça, um mundo próprio.
Arranjara uns heterónimos para fluir as suas necessidades da escrita. Ele era o Litaipe numa escrita mais em contos, o Luspub na poesia e o Lokoisopot nas crónicas da vida real…

Escrevia sempre. Entre mundos, onde o seu se movia, criava personagens nas quais mandava, e onde fazia as suas justiças, organizava planos bem estruturados para exercitar a sua mente e assim vivia escondido no “bunker” da sua casa. Tudo era feito através da Internet. Movia-se muito bem nesse mundo, compensando assim as outras faltas…

Envolvido que estava na sua condição, por vezes, e de forma dissimulada, extrapolava a sua função e sentia-se um polícia da net, onde passeava dia e noite.

Numa dessas viagens, numa cidade distante, encontrou a casa de Tapeli. Visitava-o sempre que podia, para ler o que, quase diariamente, escrevia. Havia algo que o atrai-a. Também por ser um leitor compulsivo, viaja entre as cidades da net, tornando-o num passageiro do tempo.

Certo dia, na casa de Tapeli, deixou um presente envenenado. Não tinha gostado da cor das ameixas que Tapeli tinha pintado o seu quadro vanguardista. Sem que se identificasse, deixou a sua marca de revolta, não contra o quadro ou a escrita, mas contra o autor…

Voltava sempre aquela cidade, e em especial, àquela casa de gente de bem para relembrar a sua argúcia, infundamentada, mas que lhe dava um prazer absoluto comparado ao jogo em que apenas ele jogava e ganhava…

Foram meses nesta mestria! Sem que, do outro lado, houvesse reacção, até que, um dia, Tapeli reagiu, sem saber de quem se tratava. A paciência tinha-se acercado da fronteira dos limites…

Tapeli procurou a sensatez para que os seus passos não fossem em falso. Mais que tudo, queria entender o que levava alguém a agir daquela forma, aberrante e ilustrada… Queria pensar de igual forma…

Começara o verdadeiro jogo! Agora já não era um só jogador a fazer jogadas ao seu belo prazer. Havia ataques e contra-ataques estratégicos, cravadas por plenas manobras de diversão.

Jogava-se com total liberdade, excepto na demonstração da peça inicial, que, por alguma vez assumira a sua verdadeira identidade…

E o jogo foi longe demais! Foram usados todos os recursos para que o jogo finalizasse. Tapeli apostava tudo. Já era uma questão pessoal muito para além do jogo inicial.

Até que um dia a falha aconteceu.

Luspub, Litaipe e Lokoisopot foram descobertos num corpo só e muito exposto. Estava a caminho de outro país quando foi interceptado pela CIA (Camaradas Investigadores e Amigos) que, numa operação conjunta de longo tempo, vinham seguindo pistas.

Afinal, Litoskyps, seu verdadeiro nome de baptismo fora descoberto. Tinha em seu poder uma colecção de passaportes de vários países e várias identidades. Multifacetado. Era apanhado por causa de um jogo simples que insistia em prosseguir.

A sua detenção foi manchete internacional. Era a mesma pessoa que liderava uma enorme seita através da Internet. O Guru mais procurado de sempre!
Tinha, sobre sua alçada, imensos crentes espalhados pelo mundo. Estavam a premeditar um genocídio através da Internet para breve… seria dentro de dois dias…

A CIA foi premiada com a medalha de mérito pelos bons serviços prestados em prol da sociedade.

Krupslap, o mentor das investigações e amigo pessoal de Tapeli, foi também condecorado pelo estado.

Já decorria o julgamento quando outra bomba estoirou…

A verdadeira história de Litoskups, era difundida por toda a comunicação social internacional. Ainda recém-nascido tinha sido entregue a uma família de adopção com quem vivia actualmente. Nessas mesmas investigações, descobriram que os verdadeiros pais já haviam falecido, mas que, ainda vivo existia um irmão…

Litoskyps e Krupslap eram irmãos de sangue. Uma fuga de informação originara outra bomba…

Ouvido pela comunicação social, as únicas palavras de Krupslap, sobre essa mais recente bomba foram: “Se pudesse voltar atrás, teria trilhado o mesmo caminho!”

Krupslap reformou-se dois anos depois. E Litoskups, condenado a prisão perpétua, é hoje um colaborador especial da Polícia Federal para o crime organizado, em especial através da Internet.

segunda-feira, abril 07, 2008

Um Recado


(Foto de Chung Chan)

Só as estrelas me tocam
(escusas de tentar...)
Nas vagas do tempo que está para vir,
(ainda assim é preciso esperar...)
E na preciosidade das palavras secretas
(vejo o teu olhar escondido...)
Escondo-me e apago-me
(e também me escondo... fujo)
Sem mais gestos clandestinos
(nem desejos insurgidos)
E sem a avidez dos sentidos.
(desisto… de querer!)
O sal queima-me a pele
(de uma forma subtil)
E as letras a boca quente.
(alimentam-me o Ser.)
E lanço-me ao vazio vago da escuridão,
(na ânsia e na procura,)
Num sonho e num desejo,
(sem limitações do acessos)
Envoltos em liliáceas
(visto os pecados)
Com que me cubro
(e danço em fantasias)
E espero...
(melodias do acto)
Espero-te...
(achego…)

(Dueto com Vera Silva - numa brincadeira - "arranjada" pela Stone)

domingo, abril 06, 2008

por Xavier Zarco

Hoje venho divulgar as palavras de Xavier Zarco que em http://euxz.blogspot.com/ escreveu sobre a minha escrita.

Obrigado Camarada,
Um Abraço


“Escrevo-vos sobre Paulo Afonso. Conheci-o pessoalmente há escassos dias no Alvito como referi neste mesmo diário.

No entanto, já conhecia a sua escrita. Tal ocorreu quando me veio parar às mãos um original seu para que sobre este desse uma opinião.

Ler Paulo Afonso foi um desafio curioso, sobretudo porque nos confere a sensação de entrar num universo quase diria íntimo, próximo que está, para quem assim o ler nas entrelinhas, de um registro epistolográfico.

Textos curtos e serenos, verdadeiras missivas. Prosa poética bem urdida, com leveza de linguagem que nos transporta para os mais díspares cenários.

Assim, recolhi cada poema, como se estes repousassem no bojo de uma garrafa sobre o areal. Por eles, decifro a distância como se aí, em cada um desses quadros, de facto estivesse.

Em suma: a concisão aliada à capacidade de sugestão, farão deste escritor uma boa descoberta a quem dele desejar se acercar.”

sexta-feira, abril 04, 2008

sou palhaço assumido…


(Foto de: Vezon Thierry)

Querelas levaram-me ao paraíso… e lá senti-me efémero.
Então perguntei ao meu umbigo: - Que procuro eu?
Sem que conheça a resposta – sentíreis-me idiota – O Ser das ideias em prol dos ideais…

No passado fui um palhaço do circo da vida…

quarta-feira, abril 02, 2008

perdido no espaço


(Foto de Vladimir Lestrovoy)

Hoje nada tenho para partilhar - sobra-me um silêncio - dos olhares e das luzes solitárias das noites frias…
Hoje não quero alegrias nem tristezas… nem me quero a mim!
Se me virem por aqui - ou por aí - mandem-me para casa.
Mais tarde quando estiver em mim saberei agradecer-vos…