quinta-feira, janeiro 31, 2008

palavras e mais palavras
















(Foto de Steve Boyer)


palavras e mais palavras
que oiço pelas vozes do mundo
entre as ferozes ideias empurradas
vejo-as expostas no painel da vida
leio-as nas palmas das mãos
dos vagabundos solitários
são palavras e mais palavras
que me fazem sonhar…
com a mudança
para que cada palavra
traga… alegria
empreste…magia
ofereça…paz!
palavras e mais palavras
que podem matar
mas que as usamos
como dádiva do amor…
separando-as da dor.

palavras e mais palavras
por um mundo melhor

terça-feira, janeiro 29, 2008

O Tempo



o tempo é…
condão dos inocentes
dos verdadeiros inesperados

o tempo é a justiça
para mim
para ti
para…todos!

segunda-feira, janeiro 28, 2008

Estranha Alegria Que Dás...

Deixas a noite cair
para desceres do teu berço dourado
deixas a escuridão envolver-te em fragrâncias
e despertas o teu falir
nessas palavras feitas de ânsias
escondidas no âmago imoderado.
Estranha alegria
que fazes sair
recôndita na prosa e na poesia
eloquente sem mentir.
Voltas ao ataque
procuras um destaque
estranha alegria que fazes sorrir.
E no momento
em que escreves a palavra plágio
fazes-me ser o evento.
Fazes o vento fugir
e de mim um Ás
estranha alegria que dás…

domingo, janeiro 27, 2008

Djinn

Para ti Djinn


não há barreiras erguidas no tempo, que não sejam derrubadas…
não há amores perdidos, que não sejam encontrados
não há vitórias sem que não seja preciso lutar
não há uma pausa… que não seja para continuar…
não existem probabilidades, existem realidades!

absorve as cores do teu arco-íris
para que possas pintar a tua vida de alegrias

contra todas as probabilidades... só TU podes decidir!

sábado, janeiro 26, 2008

Peça… de Teatro e da Vida!

Hall do Hotel Garden. Juan de fato azul-escuro e gravata azul-bebé, gabardina num braço e computador portátil na outra mão, entra no hotel, passa pelas flores situadas na sala de espera e leitura, e dirige-se à recepção para confirmar a sua reserva para aquela noite.
O ambiente é sereno. São poucas pessoas que estão por ali. A Juan não lhe passa despercebido a mulher que está no cadeirão da sala, mesmo à frente da recepção.
Sentada. Parece ser alta e esguia, cabelo preto e um olhar penetrante. Linda sem qualquer dúvida…para Juan ou para qualquer homem!
Há uma troca, observadora, de olhares. Há um primeiro momento, disfarçado, de aproximação.
Juan é bem recebido pelo gerente do hotel. Depois de confirmados os seus dados e de saber que essa noite iria ficar no quarto 304, dirige-se para um dos elevadores e sobe para o seu quarto. Antes de a porta do elevador fechar, outra troca de olhar acontece… há um segundo momento, assumido, de proximidade…

Restaurante do Hotel. 20 Horas. Juan desce para jantar. Entra no restaurante que está cheio de pessoas de perfil empresarial e é recebido pelo Chefe de Sala que o acompanha a uma mesa mais discreta e colocada estrategicamente, (de onde se pode observar a sala com maior capacidade) que estava reservada para si.
Juan como homem de negócios de enorme sucesso, está habituado pensar de forma rápida e sem oscilações, pelo que dá um olhar fugidio pelo menu e rapidamente decide. Pede o costume… Uma entrada de “Gambas á Gilho” e um “Bife á Chefe”.
Enquanto espera, lê o jornal de negócios e controla a sala de uma forma despercebida.
Há um momento que a sua atenção é “puxada” para a entrada… sem que perceba porquê, mas nem tem tempo para pensar, porque vê uma mulher vistosa a entrar sozinha… era ela novamente. Toda sala, inconscientemente, repara naquela esbelta mulher, que lida com essa situação com agrado, demonstrando estar habituada a ser o centro das atenções, em especial dos homens.
Depois de uma pequena conversa com o Chefe de Sala, é acompanhada por este, para a mesa mais próxima de Juan.
Ela. Enquanto escolhe o menu, troca algumas vezes o olhar com Juan, quase num desafio… pelo qual Juan não se deixa intimidar e assume uma postura de “garanhão”.
Escolhe e o empregado afasta-se. Ela deixa-se ficar imóvel, com ar pensativo e abandonado… o que seduz e intriga Juan.
Passam o jantar separados, mas, ligados em olhares e pensamentos.
No fim da refeição, ela levanta-se e dirige-se a mesa de Juan. Acedendo ao convite de intenções de ambos…

Bar do Hotel. Continuam juntos e conversam bastante. Tomam uns digestivos. O espaço é agradável e muito acolhedor, a música é serena, romântica como aquele momento começa a ser, que os seduz e proporciona uma solvência entre ambos.
Três horas depois sobem para o quarto de Juan. Trocam um primeiro beijo arrojado ainda no elevador.

Quarto 304. Assim que entram, com o fechar da porta, enroscam-se em apetitosos gestos de ternura e sofreguidão. Trocam beijos inflamados. Quase se despem. Juan já quase todo despido, pede um pouco de tempo para tomar um duche rápido. Estava decidido a tornar aquela noite mágica e inesquecível.
Ela, com uma maturidade estranha e poderosa aceitou e deixou-o partir.
Passaram apenas alguns minutos. Juan regressa entusiasmado e é confrontado com um pedido inesperado.
Ela, queria leva-lo para sua suíte. Argumentou que na sua suite existia uma piscina interior pelo que a noite seria mais generosa, mais inesquecível…
Juan concordou de imediato. Já estava num ponto de concordância com tudo o que ela sugerisse…

Suite presidencial. Ao entrar, Juan percorreu com o olhar cada pequeno espaço daquela suíte. Estava maravilhado. Sentia-se um verdadeiro “macho” pela sua grande conquista e um ilustre contemplado pelas energias da vida prestigiada…
Depressa retomou as essências daquele corpo divinal. Sentiu-se Rei. Sentiu que estava muito próximo do paraíso.
Foi uma noite de intenso e inesgotável prazer. Juan não deixará o crédito latino por mãos alheias. Os seus trinta e dois anos e a sua performance física também ajudaram.
Já madrugada, adormeceram, corpos enleados por baixo daquele lençol branco de cetim.

Novo dia. Juan acorda lentamente. A cama está quase vazia, ocupada apenas pelo seu corpo. A mulher que conhecera na noite anterior desaparecera. Com o olhar, percorre a suíte e repara num DVD à sua frente, branco e com letras garrafais pretas de um marcador próprio: JUAN 26/01/08.
Levanta-se confuso. Vai a janela para sentir o sol e para enquadrar-se com a realidade matinal. Sente um cheiro incomodativo do tabaco. Segue o cheiro na busca daquele corpo fantasia que animara a sua noite de segredos…e encontra um homem vestido de preto, barba por fazer, e de aspecto intimidador.
Este entrega-lhe um papel sem dizer uma única palavra. Juan, quase sem reacção, pensa múltiplas coisas… e sente o primeiro aperto no coração.
Lê:

ORÇAMENTO – JUAN

SUÍTE:………... 1.500 €
SERVIÇOS:…... 2.500 €
DVD……………5.000 €
EXTRAS:………1.000 €

TOTAL:……….10.000 €

(PRAZO DE PAGAMENTO IMEDIATO)

Juan levanta o olhar em direcção ao desconhecido, que continuava a fumar impávido. Finalmente percebera que aquela noite de luxúria, tinha sido premeditada. Uma noite filmada para um jogo de chantagem em que ele era a única vítima…

sexta-feira, janeiro 25, 2008

Projecto PÃO & POESIA




O meu Poema IRAQUE EM GUERRA foi seleccionado para participar no Projecto PÃO & POESIA


Edições Árvore dos Poemas e Mixpan Indústria e Comércio Ltda, convidam a todos para participarem no Projecto PÃO & POESIA.

Em breve lançaremos o projecto PÃO & POESIA. Inicialmente, serão impressas 300.000 embalagens com poemas no verso das mesmas. Os clientes das padarias, participantes do projecto, além de levarem pães para o café da manhã, levarão de brinde - poemas. As pessoas, que desejarem participar do projecto, devem enviar seus poemas para pao.poesia@yahoo.com.br - um dos objectivos, é divulgar novos autores, que permutem connosco a liberação dos direitos de autor, pela divulgação de seus trabalhos. Aqueles gostam de incentivar a leitura, agradecemos desde já, se nos ajudarem na divulgação do projecto. Vamos literalmente tentar, uma injecção de poesia nas artérias da realidade. É isso aí...
Pão, para o corpo...
Poesia, para o espírito...
Pão, para o físico...
Poesia, para o invisível...
E o trem segue: alegre e apitando invencível...
Et´sceteramente...
E nóis na rabeira ou den´dEle - d´carona...
Vamo-Q-vamo... d´YAMAHA ou HONDA, no moto-perpétuo da vida
ou; não lamente nenhuma vez, não ter surfado nesta onda...
Neste: delicado-sincero-ofertório, dedicado à alma humana.



IRAQUE EM GUERRA

Inferno que ilude
Recebe e dá… a dor
Amanhecer cor de fogo
Querer… sem amor
Uma criança que foge
E brinca de soldado…

Embalados em miras
Miras em movimento

Gente que morre
Um vento sofrido
Ecos de almas a partirem
Rostos de pânico
Rituais de um mundo perdido
Amor atingido… que morre!

quarta-feira, janeiro 23, 2008

Alma Gémea

Aos poucos, o primeiro raio de sol, ilumina o quarto. Amanheceu e os raios de sol, ainda tímidos, entram pelas frechas da janela. Iluminam, timidamente o quarto.

Aquece-lhe os olhos ainda fechados, e ainda que sem abrir os olhos, ela sente-se iluminada, como se a sua alma acordasse feliz para a vida.

Mas não! Ainda dormem, corpos que parecem abandonados pela vida, estão algures, no mundo dos sonhos!

Abriu os olhos, olhou para o seu lado e lá estava ele…, num sono profundo, completamente indefeso, lindo…, e ela pensou…- acordei feliz! Obrigado meu Deus, por esta felicidade! É tão bom sentir o amor, sentir que somos queridos, desejados e protegidos! É a nossa alma gémea, aquele que nos completa, que nos deixa numa plena e completa paz, como se de uma alma apenas se tratasse!

Aos poucos ele começa a acordar e ela finge que ainda dorme…, então ele começa a acordá-la com beijos suaves, como se fossem um sussurro, um arrepio gostoso na pele... e ela move-se devagar, ele continua a beijá-la no pescoço, arrepios que lhe percorrem o corpo, mas continua sonolenta, ele começa a percorrer o corpo dela quase sem lhe tocar…, só a transmitir o calor das suas mãos…, ele move-se devagar como um acto de magia, move-se ao leve tocar das sua mãos, - mesmo a dormir… - Hum… ela está a ter prazer! Aos poucos ele chega-se mais para ela, que sente o seu cheiro, já impregnado de prazer…, começam a fazer amor num acto suave, sem pressas, até que as suas almas e os seus corpos explodem num géiser de prazer absoluto…!

Adormecem cansados, mas completos, felizes, como só os amantes apaixonados se sentem. Eles são amigos, casados, namorados, cúmplices um do outro.

Acordam com o sol quase a pôr-se… a noite próxima pintava o sol de uma cor laranja e o céu de um azul esplêndido, como se fosse um quadro.

Ele acorda-a e depressa se vestem, ela não sabia porquê… Porquê??

- Depressa! - Ele diz-lhe…, temos que ir a um sítio…, ela incrédula… – mas onde? Saem de carro, apressam-se…para um lugar qualquer.

Já na estrada, com algum tempo percorrido, ele pára e diz-lhe que tem que fechar os olhos…, mas porquê? Pergunta ela…

- Não confias em mim? Tens que fechar os olhos!
Ela fecha-os, confiando nele como sempre fez.

Ela sente o carro a parar … e ele diz-lhe… – já podes abrir os olhos!

Ela abre-os devagar e o que vê…, meu Deus…, as lágrimas caem-lhe pelo rosto, não de tristeza, mas de tanta beleza.


Á sua frente vê uma praia linda, um caminho por entre palmeiras, ao fundo archotes a iluminar um sitio à beira-mar, velas em redor, um manto sobre o qual havia um manjar digno de princesas… meu Deus, um mar lindo, um pôr-do-sol magnifico! Era um piquenique à beira-mar… um sitio paradisíaco…

Ela nem queria acreditar, uniram-se mais uma vez, num acto de amor como nunca tinham alcançado.

Felizes a olharem o mar, enquanto o sol se escondia, ela ainda pensou… murmurando para os seus desejos: - Estarei a sonhar? Será que tudo não passou de um sonho a dois?

Sonho ou realidade? Deixo à vossa imaginação!


(Será este o melhor presente para oferecer á nossa Alma Gémea?)

domingo, janeiro 20, 2008

Regresso

Estou cansado!
Farto das melancolias da vida. Das iras de quem me combate no labor dos meus dias…
Estou faminto!
Das musas dos sonhos perdidos e em que as recuperações são jogos eruditos. Dos jogos tradicionais que esvoaçam na memória. Das alegrias sentidas sem que percebesse a sua poderosa sensação e em que nunca imaginava o quanto iria sentir…
Estou neste lugar do Mundo, perdido, à espera de ser removido com a consciência de que outrora era desprovido.
Hoje! Quero voltar à minha infância e por lá permanecer por tempo interminável…

Estou cansado! Mas ainda encontro forças para viajar…

sábado, janeiro 19, 2008

Pasmos da Passagem…

Com quatro madeiros
fiz a minha jangada
atados com fitas de esperança
para atravessar o rio dos herdeiros
que na vida encontraram a herança
tão própria e desejada.
Fiz a viagem
entre os últimos e os primeiros
focado na miragem
de poder ser… talvez um dos pioneiros.
Lutei
perdi e ganhei
com rebeldes verdadeiros.
E da minha própria experiência
quis ousar beber o sumo
achado e conquistado por excelência.
Iludam-se os matreiros
neste meu corpo ansioso
ficaram as cicatrizes de um idoso.

quarta-feira, janeiro 16, 2008

Sentimento

Hirto é o desejo
como a flor
ou como a dor
que não tem fim.
Bela é a sensação
quando adorna o coração
de jeitos e de fantasias
sentidas assim
num mistério fosco
desse traje de pérola marfim.

E a lua sorri
nesse cúmplice movimento
pela noite escondido.
E o amor sente-se perdido
encolhe-se assustado
fica calado
na espera do acontecimento.
E o ensejo
do teu beijo
alteia o concreto sentimento.

terça-feira, janeiro 15, 2008

Revoltada

Revoltada. Ela estava revoltada e caminhava junto ao rio. Os seus movimentos eram internos e esboçados na personagem do maestro. Nem reparava em si. A verdade é que nem em si nem nos outros, de tão envolvida das razões da sua vida.

A distância que já percorrera era imensa, distraída, tinha andado muitos quilómetros sempre em frente. Envolvia-se entre os seus problemas e na busca das soluções.

Indecisa. Confusa. Numa luta ardilosa pelo seu estado equilibrado, deixava-se perder…fugia do mundo e de si!

O cansaço chegava lentamente, as suas forças diminuíam como se fossem uma tortura e dominavam o seu corpo inebriado de jovem mulher. Sentia o vento forte no seu rosto ainda que os seus olhos fossem ofuscados pelo sol.

Parou em lugar nenhum, perdida das realidades e das necessidades, perdida do espaço onde estava, o qual desconhecia. Sentiu a areia macia fazer de cama e extasiada, sentiu uma estranha transformação que associou à queda que deu, rápida e concisa.

Nem o tempo saberá dizer, quanto tempo passou. O corpo acordou atacado por uma onda mais rebelde. As mãos percorreram o rosto e detectaram uma tímida penugem, desceram ao peito, liso, sentido uma companhia peluda.

Acordou… homem!

Escondeu o passado e seguiu o seu caminho. Jamais voltaria a desperdiçar um minuto da sua nova vida.

domingo, janeiro 13, 2008

Porque é que nós existimos?

Se a ceara cresce em união
e o tempo sorri
pergunto-te a ti
porque é que nós existimos?
Seja qual for a resposta
aceito a aposta
que nunca tal saberás
porque por vezes mentimos
ávidos…
das respostas fugirmos.

Enganados do espaço
ritmados lunáticos
estamos famintos de viver.
Sem noção estamos a crescer
laicos
prosaicos
para que possamos provir.
Porque razão?
Existimos…magna ilusão
somos o verbo… destruir!

sábado, janeiro 12, 2008

A Palavra

Deixo as palavras. Assim sem mais… numa despedida inesperada e por isso talvez repentina.
Das palavras sobram os escudos com os quais me defendi. Outras vezes, das palavras se soltaram armas poderosas com as quais feri para não morrer…mas nunca quis matar!
Que resta agora? Não mais que um passado vivido e apagado.
Os castelos que construí estão habitados pela minha imagem segredada na minha ausência, as barreiras quebradas agora que não sou encontrada.
Os fundamentos são a terra que cobre o meu corpo, inerte, neste emblema escuro com que me escudo. Do silêncio solto energias invisíveis para os que amo, quero que nunca duvidem desse meu sabor. O sabor sentido com o corpo todo. A tempo inteiro. Mesmo que eu solte uma lágrima, de despedida, nada moverá a minha condição.
As palavras continuarão. Sem mim, mas continuarão.
Talvez o mundo tenha outro valor. Talvez a vida seja melhor. É no poder das palavras que gostava que encontrassem essa forma de amar.
Hoje fui de viagem à boleia do destino, fui em nome da mulher que ousei ser, para lá do Júpiter (que nem sei muito bem de qual parte, positiva – negativa) sem mais.
Ninguém saberá se voltarei, transformada de cavaleiro das touradas da vida ou de mero embaixador da paz apetecida e tão distante.
Se voltar, serei o expoente dos limites positivos ou o negrume dos incansáveis destabilizadores do universo. Se voltar, serei qualquer coisa que não consegui ser.
Resta-me a palavra. A mesma com a qual nasci, a que esteve juntinha a mim enquanto cresci e que agora se separa por quanto já não a precisar…
Deixo-a… como me deixo aqui, levada em prantos de não a ter explorado até aos confins do maior imaginário que existiu dentro de mim…
Parti!

Cassandra

sexta-feira, janeiro 11, 2008

La Palabra

Dejo las palabras. Así sin más… en una despedida inesperada y por ello quizás repentina.
De las palabras sobran los escudos con los cuales me defendí. Otras veces, de las palabras se soltaron armas poderosas con las cuales herí para no morir…pero nunca quiso matar!
¿Qué resta ahora? No más que un planchado vivido y borrado.
Los castillos que construí están habitados por mi imagen segredada en mi ausencia, las barreras rotas ahora que no soy encontrada.
Los fundamentos son la tierra que cubre mi cuerpo, inerte, en este emblema oscuro con que me escudo. Del silencio suelto energías invisibles para los que amo, quiero que nunca duden de ese mi sabor. El sabor sentido con el cuerpo todo. A tiempo entero. Mismo yo suelte una lágrima, de despedida, nada moverá mi condición.
Las palabras continuarán. Sin mí, pero continuarán.
Quizás el mundo tenga otro valor. Quizás la vida sea mejor. Es en el poder de las palabras que gustaba que encontrasen esa forma de amar.
Hoy fui de viaje a la boleia del destino, fui en nombre de la mujer que osé ser, para allá del Júpiter (que ni sé muy bien de cuál parte, positiva – negativa) sin más.
Nadie sabrá, se volveré, transformada de jinete de las corridas de toros de la vida o de mero embajador de la paz apetecida y tan distante.
volverse, seré el exponente de los límites positivos o el negrume de los incansáveis destabilizadores del universo. volverse, seré cualquier cosa que no conseguid ser.
Me resta la palabra. La misma con la cual nací, la que estuvo juntinha la mí mientras crecí y que ahora se separa por cuanto ya no a precisar…
Dejo-la… como me dejo aquí, llevada en llantos de no a tener explotado hasta a los confines del mayor imaginario que existió dentro de mí…
Partí!

Cassandra

quarta-feira, janeiro 09, 2008

Só Mais Esta Noite!

Sinto-te envolta na névoa dos sentidos. Sinto as cordas que amarram o teu desejo e que ferem o teu corpo emergente dessa tortura inacabada.
Vejo os teus sonhos, de esperança e de liberdade, a fugirem da tua cama no silêncio da noite escondida e fria. Vejo o teu corpo, ardente, que repousa, desgastado, das batalhas evocadas contra ao vento… um vento que sopra de todas direcções!
Sinto o teu acordar… vejo esse sorriso por acontecer. Uma palavra pensada que nunca vais dizer e no espaço de um passo, deixas cair um bom dia…
Revigorada! Avanças para esse novo dia.
Nunca saberás que a noite foi tumultuosa, nem sentirás o esforço empregue nessa missão enjeitada de laços de desejo… é segredo.
Só as paredes sabem, pintadas de um neutro sabor e nunca dirão as viagens que aconteceram… nunca, por outras cores que as pintes serão sempre mudas.
E o cansaço trai-te, empurra-te para mais uma noite longa. As paredes abrem-me um espaço para entrar em segredo. Fico só mais esta noite!

segunda-feira, janeiro 07, 2008

“Um Passeio De Amigos” - Conto

Verão! De um ano qualquer. Um ano que já vai longe. Em que quatro amigos combinaram dar um passeio naquele fim-de-semana prolongado.
Como grandes amigos que eram, não tiveram grande dificuldade em escolher o destino do seu necessário passeio, dado que, normalmente, estavam de acordo e como os gostos eram comuns quase tudo era fácil…
Uma boa janta, seguida de uma boa tertúlia sobre a escrita era, só por si, um forte e óbvio motivo para estarem juntos, quiçá, por vontade própria, para sempre!
Cada um tinha jeitos próprios para o seu tipo de escrita, Tico era o mestre dos contos, já a Teca, mulher madura pelas experiências da vida era mais vocacionada para a prosa poética.
Depois existia a Tesiana de quem saíam maravilhosos poemas de esperança, fruto da sua tenra idade.
A Tina, que pouco escrevia, era a leitora obrigatória de todos, a crítica e a que encorajava todos a não pararem de escrever, movida pela sua insaciável necessidade de ler e pelo seu grande apreço pelos bons amigos.
Aquela viagem já estava programada há muito, repetia-se sempre que o calendário abria a possibilidade de mais uma ponte. Porque todos trabalhavam, tinham que aproveitar estas benesses que, ao longo do ano, apareciam. Mudavam apenas o destino uma vez que gostavam de conhecer sítios novos, do Minho ao Algarve, porque para o estrangeiro nunca tinham ido em conjunto. Mas se juntassem as viagens de cada um, teriam um bom curriculum conjunto, Espanha – Itália – Suíça – Alemanha – Macau – Moçambique – Canadá – Polónia e Luxemburgo eram destinos já conhecidos.
Mas aquela viagem seria ao interior de Portugal, a uma terra desconhecida de nome Belmonte, uma vila portuguesa no Distrito de Castelo Branco, região Centro, com poucos habitantes. Tinham reservado uma casa de turismo rural.
Os dias eram preenchidos pelas visitas aos monumentos em redor, pela história de uma povoação escondida e com identidade própria. Intervalados apenas pelas grandes refeições degustadas entre palavras, e com o tempo escondido porque ali não havia pressas…
As noites eram mágicas. Apenas os quatro. Preenchidos de bens comestíveis, pois os petiscos não faltavam, devidamente acompanhados por magistrais bebidas escolhidas com todo o critério.
Houve uma noite que o desafio foi diferente. Decidiram fazer uma peça de teatro. Como eram apenas quatro, decidiram que cada um representaria sozinho tendo como plateia os outros três.
Foi uma primeira noite de risos constantes, as horas caíram tatuadas por gargalhadas sobrepostas e a magia aconteceu no meio de tanta alegria.
Naqueles momentos não tiveram noção de nada. Sabiam que eram felizes e que a vida lhes sorria. E era suficiente. Não perceberam que tinham sido os pioneiros de uma nova fonte de humor, de um teatro diferenciado. Ainda actuaram muitos anos para escolas, de uma forma gratuita, por mero amor à causa…
Hoje todos conhecem essa vertente. A Stand-up comedy é universal….

domingo, janeiro 06, 2008

Eternidade

Há uma música. Oiço-a de fundo.
Soa-me uma voz celestial
perpétua
longe do mundo
a voz… talvez tua
distingue-se do banal.
Nuvens que passam
num gesto profundo
verdades que deslassam
num pequeno segundo.
Não há vida
que não fique perdida
que não acabe no mundo.
Deixo-vos poemas
relíquias de um pobre
de diversos temas.
Deixo-vos o meu amor profundo
junto da minha verdade
...não existe a eternidade.

sábado, janeiro 05, 2008

Caminhos Sentidos

Declamei aos demónios
poemas de amor.
Ancorei em sinónimos
para que sentissem a minha dor.
Devassos riam…
ignorando o meu desejo
fugiam,
do nobre lampejo.
Sem que pudessem acreditar
nessa armada
das palavras que nunca sucumbem
e que me fazem sonhar
tentei o consentimento aliado.
Declamei versos e prosas
clemências da minha emoção
trouxe as mais belas rosas
do jardim do meu coração
nunca expostas
para agradecer a sua paixão.

sexta-feira, janeiro 04, 2008

Beijo Absoluto…

Campos verdes. Desenhados por uma arte imaculada, que por ser tão dedicada surte o efeito, eleito, quando olhada de ângulo genuíno…
Mensagem ligeira. Sem que se saiba o seu destinatário, abunda por entre os silvestres moribundos do sentido enigmático ali exposto sem qualquer resguardo as intempéries da vida.
Conexão tão próxima e tão distante. Tão nomeada e desconhecida…
Prospera a aura da felicidade, num campo que de invisível é ilimitado e que tem um aroma de chocolate, derretido, quente e frio, que nos atrai inconscientemente.
Cidade do nunca. Momento de ninguém. Flor que já nasceu nesse canteiro do mundo, onde o vento levanta o pólen nessa mega missão do além.
Que deserto! Onde ver alguém é um manifesto e prosaico acto de ilusão, nasce do chão que outrora foi pisado, a alegria de alguém… nasce para que possa simplesmente morrer!
Campos castanhos. Cansados de esperar… enfados dos nadas constantes, emergem no grito, tumultuário, de quem deixa a esperança cair dos braços enfraquecidos…
Se tivesses, acreditado… se deixasses o teu limo moldar a tua vontade, fortalecendo-a, com a vontade dos vencedores, dos bárbaros lutadores…se…

Nunca vieste!

Bastava acreditares que estaria aqui…
Bastava vires… ao meu encontro e sem medo de agir, esperava-te…um beijo absoluto!

Quem impede o beijo do chocolate derretido, quente e frio, nessa flor sonhadora?

Seria o nosso beijo absoluto… o início do nosso mundo em que sempre acreditaste, seria o povoar das terras pisadas pelo amor, a inocência das infâncias abundantes e um novo paraíso, estendido por essa planície brava!

Tudo seria diferente, com esse nosso beijo absoluto que ficou por acontecer…

Ficou perdido. De luto. O beijo absoluto!

quarta-feira, janeiro 02, 2008

Poemas Declamados

Poesia de Paulo Afonso Voz de Luís Gaspar

Grato, ao Luís Gaspar, pela amabilidade e pela generosidade de emprestar a sua magnífica voz para divulgar a minha poesia.
É assim, para mim, uma excelente forma de começar este ano de 2008. Quero partilhar este momento especial com todos os frequentadores deste blog, dedicando a todos este momento pelo grande apoio que sempre aqui recebi.
Obrigado a todos.
Um excelente ano de 2008.
Paulo Afonso

Link: (aqui ao lado direito em cima)
http://www.estudioraposa.com/
Lugar aos Outros 77

terça-feira, janeiro 01, 2008

Amor

Terna é a flor
que serena floresce
sorri e a dor
desconhece.
É Amor
e não parece
é uma chama
no meu jardim
é a imagem de quem ama
a crescer sem fim.


Terna é a flor de Amor… silenciada
vive sem ser anunciada!