quinta-feira, dezembro 31, 2009

Excelente ano novo para todos!

Obrigado por mais um ano.
Obrigado por passarem por aqui.
Obrigado por lerem.
Obrigado por existirem!

Um excelente ano novo de 2010 para todos!

Beijos para as meninas
e Abraços para os meninos

segunda-feira, dezembro 28, 2009

Se… se não houvesse um se!

Sedento, ergue-se na voz
estica os braços e tenta agarrar o presente
de desejos imaturos, de vácuos de memória
com a ânsia da angariação

se, esses gestos desarticulados, fossem um som
diria: - és passado! – e a rotina morreria ali.

quarta-feira, dezembro 23, 2009

Boas Festas!

Um Santo Natal para todos que por aqui passam!

segunda-feira, dezembro 21, 2009

Preconceito (Social)

Há uma luz que nos guia
tal clarividência que chega a ser visionária
guia-nos ao sabor da nossa imaginação
do desejo mais intrínseco

há nessa luz uma total liberdade
que, por vezes, nos faz escolher mal.

segunda-feira, dezembro 14, 2009

Poema psicossomático

O Pintor

Na agonia da dor
vive ou sobrevive o homem
rodeado dos impropérios
gritados pelos falhanços da vida

na tela, pintou, com cores envolventes
a vida que nunca teve.

domingo, dezembro 13, 2009

Apresentação do livro " Poesia Erótica"


Os autores, Isabel Fontes e Zé Albano, e a Temas Originais têm o prazer de o convidar a estar presente na sessão de apresentação do livro “Poesia Erótica” a ter lugar na Biblioteca Municipal Fernando Piteira Santos, Avenida Conde Castro Guimarães, 6, Reboleira, Amadora (Frente ao Colégio Militar da Amadora), no próximo dia 19 de Dezembro, pelas 19:00.

Obra e autores serão apresentados pelo escritor Joaquim Evónio e esta sessão contatá com leitura de poemas por JoaKim e Anabela Santos.

segunda-feira, dezembro 07, 2009

Eventos da Temas Originais para 11 e 12 de Dezembro de 09

Estimado Leitor,

11/12 pelas 19,30 Horas – Lisboa – Tertúlia

A Temas Originais tem o prazer de o convidar a estar presente na 2.ª Tertúlia “temas originais”, a ter lugar na Biblioteca Municipal Central de Lisboa, localizada no Palácio Galveias, Lisboa, no próximo dia 11 de Dezembro, pelas 19:30.

Dia 12

12/12 pelas 16 Horas – Lisboa – Poesia



O autor, António Castel-Branco, o pintor, Filipe Amaral, a Temas Originais e a First Gallery têm o prazer de o convidar a estar presente na sessão de lançamento do livro“Jardim de Palavras”, e na inauguração da exposição de pintura “Estruturas no Espaço e no Tempo”, a terem lugar na First Gallery, sita na Rua Conceição da Glória, 12, em Lisboa, no próximo dia 12 de Dezembro, pelas 16:00.
Obra e autor serão apresentados por Odete Caldeireiro.

12/12 pelas 18 Horas – Ílhavo – Poesia



A autora, Paula Pinto, e a Temas Originais têm o prazer de o convidar a estar presente na sessão de apresentação do livro “Marés de Poesia” a ter lugar na Biblioteca Municipal de Ílhavo, sita na Avenida Gen. Elmano Rocha, em Ilhavo, no próximo dia 12 de Dezembro, pelas 18:00. Obra e autora serão apresentadas pela poetisa Isabel Rosete e esta sessão contará com a leitura de poemas por Cláudia Stattmiller e pelo Grupo Poético de Aveiro.

12/12 pelas 19 Horas – Lisboa – Ensaio


A autora, Magda Luna Pais, e a Temas Originais têm o prazer de o convidar a estar presente na sessão de lançamento do livro "Vida na Internet", a ter lugar no Auditório do Campo Grande, 56, em Lisboa, no próximo dia 12 de Dezembro, pelas 19:00.
Obra e autora serão apresentadas pelo Dr. Ivo Dias Sousa.

12/12 pelas 21,30 Horas – Oliveira de Azeméis – Poesia


A autora, Renata Pereira Correia, e a Temas Originais têm o prazer de o convidar a estar presente na sessão de apresentação do livro “Ensaios de Ficção”, a ter lugar no Art Club Bar / Restaurante, sito na Rua Dr. Bento Carqueja, 136, em Oliveira de Azeméis, no próximo dia 12 de Dezembro, pelas 21:30.
Obra e autora serão apresentadas pelo pintor e ilustrador Ricardo Campos e esta sessão contará com a leitura de poemas por Ângelo Vaz e com um momento musical por Rui T. – The Man Without a Band.

Se puder, apareça!

Saiba mais em:
http://www.temas-originais.pt/
Obrigado.

sábado, dezembro 05, 2009

O périplo

Antes de avançar na leitura, pense na razão porque lê estas palavras, e depois, se achar que deva continuar, não se iniba, continue!

O que se segue é confidencial! Este confidencial é apenas no sentido de privado. E já agora, este privado é no sentido de individual…

Ainda mantêm a vontade e a certeza de que deve continuar esta leitura?

Ok! Já percebi que não desiste facilmente, ou melhor, que tem também alguma curiosidade. Afinal todos temos uma pontinha de curiosidade.

O que vai ler mais adiante, na sua generalidade, modificou a maneira de pensar de uma percentagem elevada dos leitores.
O texto reúne ideias simples e é constituído por apenas três (3) pontos.
Nada foi testado ou pensado com algum objectivo específico e o que acontece é considerado um fenómeno natural da sociedade actual.

Relembro que é confidencial, aquela confidencialidade que atrás lhe foi explicada, pelo que, depois de conhecer o seu conteúdo, não deve partilhar o conhecimento que adquiriu, pois por muita vontade que tenha ou mesmo que ache que determinada pessoa deva saber – não o faça – ser for esse o desígnio, deve esperar que o destino esboce o caminho e que tudo aconteça, ou seja, que a pessoa receba este texto pela via que deve receber, e que, certamente, não será através de si.

Continua com a vontade e a certeza de que deve continuar esta leitura?
Sente-se confiante?

Já percebi que nunca desiste de um objectivo e que vai querer chegar ao fim deste texto, aconteça o que acontecer.

Muito bem!

Seguimos estão o nosso périplo.

Vamos então debater o primeiro ponto. Mas antes verifique se está preparado para chegar aqui, se está disponível e confiante. Está?

Antes, deixe-me fazer uma referência ao tempo que este texto, que lê neste preciso momento, demorou a ser feito: Alguns dias. Entenderá porquê?

Se não notou nada de especial, deve começar a reler o texto, porque, certamente, ter-lhe-á escapado algo de muito importante. Talvez com a ânsia de chegar ao fim. Talvez. Mas o certo é que, de facto, se não entendeu a mensagem até aqui, de nada adiantará o seguimento desta leitura. Quanto mais se adiantar, se não perceber cada passo, mais a sua cabeça ficará confusa.

Também pode ler tudo e depois recomeçar com uma ideia do geral, mas garanto que não será a mesma coisa. Pode pensar que é, continue a sua leitura, mas nunca será a mesma coisa…

A decisão é sua. Só sua!

E como continua a sua leitura fica provado que a teimosia é algo de que não abdica, ou melhor, é uma teimosia aliada a uma curiosidade em compreender o que se passa. Mas, se invertermos a situação, não deixará de ser real, ou seja, há uma curiosidade alicerçada numa teimosia muito eficaz, que aliás, se comprova a continuação desta leitura!

Este texto não é seu, não lhe é devida a leitura e, no entanto, insiste em chegar ao fim! Gabo-lhe a resistência, até porque neste texto não existe nada que se salve, nenhuma ponta de interesse, nada de nada…

Fica assim provado que consegue, mesmo sem possuir algo interessante ou atractivo, reunir três condições essenciais para percorrer este périplo: Curiosidade + Teimosia + Resistência.

Parabéns por ter chegado ao fim!

quinta-feira, dezembro 03, 2009

Nunca esqueças!

Nunca te esqueças de amar com verdade e de acreditares que é assim que te amam também!

terça-feira, dezembro 01, 2009

Eventos da Temas Originais para este fim-de-semana

Estimado Leitor,

Dia 4/12 – Lisboa

O autor, Joaquim Evónio, e a Temas Originais têm o prazer de o convidar a estar presente na sessão de lançamento do livro “Sombra em Clave de Sol”, a ter lugar na Biblioteca Central Municipal de Lisboa – Palácio Galveias, em Lisboa, no próximo dia 4 de Dezembro, pelas 19:30.
Obra e autor serão apresentados pelo poeta José Félix e pelo próprio, respectivamente.

Dia 5/12 – Braga

A Direcção da ASAS - Associação de Solidariedade e Acção Social de Santo Tirso, a Organização do VI Encontro do Luso-Poemas, a antologiadora, Vóny Ferreira, os Autores e a Temas Originais têm o prazer de o convidar a estar presente na sessão de lançamento do livro “Trago-te um sonho nas mãos” a ter lugar nas antigas cavalariças do Mosteiro de Tibães, em Braga, no próximo dia 5 de Dezembro, pelas 15:30.
A obra será apresentada por Xavier Zarco.

Dia 5/12 – Lisboa

A autora, Antónia Serafim, e a Temas Originais têm o prazer de o convidar a estar presente na sessão de apresentação do livro “Sentimentos... Sonhos...” a ter lugar no Auditório do Campo Grande, 56, em Lisboa, no próximo dia 5 de Dezembro, pelas 16:00.
Obra e autora serão apresentadas pelo poeta Vítor Cintra.

E,

O autor, Jorge Vicente, e a Temas Originais têm o prazer de o convidar a estar presente na sessão de apresentação do livro “Hierofania dos Dedos” a ter lugar no Auditório do Campo Grande, 56, em Lisboa, no próximo dia 5 de Dezembro, pelas 19:00.
Obra e autor serão apresentados pelo poeta Rui Sousa e esta sessão contará com um momento musical por Patrícia Domingues.

E,

O autor, Henrique Mendes, e a Temas Originais têm o prazer de o convidar a estar presente na sessão de apresentação do livro “Quotidiano Subtil” a ter lugar no Palácio das Galveias, em Lisboa, no próximo dia 5 de Dezembro, pelas 19:30.
Obra e autor serão apresentados por Henrique Mendes.

Se puder, apareça!

Saiba mais em:
http://www.temas-originais.pt/
Obrigado.
Temas Originais
Torre Arnado
Rua João de Ruão, 12 - 1.º, Escr. 19
3000-229 Coimbra | Telef: 239 100 670
Site: www.temas-originais.com

quarta-feira, novembro 25, 2009

Olhei para trás…

Olhei para trás…

Hoje olhei para trás. Vi uma parte do caminho que fiz, e recordei assim as barreiras que saltei. Relembrei a dor que virou alegria, os gestos, as emoções e sorri…

De tantos episódios, e entre tantos desafios dimensionados que a idade nunca mediu, vi derrotas forradas a lágrimas que chamei de tristezas e vi também vitórias enfeitadas com sorrisos de grande júbilo.

Olhei para trás, para um tempo que chamam de passado, e vi amores que nunca compreendi e outros que se apagaram. Vi as minhas forças murcharem como um reflexo inconsciente do meu destino, e que, na época, oscilava entre o alto e o baixo.

Vi tanta coisa. Vi até um menino eterno que ainda hoje recuso abandonar e que quase não o reconhecia como sendo o meu outro eu. E entre tantos episódios, entre tantas coisas, encontrei na palavra a alma deste amor que nunca morreu, que sempre sobreviveu a tudo o que aconteceu neste caminho percorrido pelo meu corpo.

A mesma palavra que acompanhou o crescimento, que acompanhou qualquer sentimento e que, onde quer que fosse, lá estava para ser dita ou para ser escutada. E hoje, que olhei para trás, reencontrei-me com a palavra que agora é escrita!

A palavra, esta ou aquela, é a consciência. A palavra, esta ou aquela, é uma família que é de todos e de ninguém, perpetuada no tempo e que ficou gravada num caminho que fiz. A palavra, esta ou aquela, é a mesma que a família gerou como amor.

Hoje olhei para trás e percebi que cresci, percebi que este tempo não volta atrás, e que, todo o tempo que agora tenho é tão pouco para moldar o futuro, mas ainda assim, deve chegar para emendar o que errei…

domingo, novembro 22, 2009

Eventos da Temas Originais para 28 de Novembro de 2009

Estimados Leitores,

Em Lisboa:

Os autores, António MR Martins e Vera Sousa Silva, e a Temas Originais têm o prazer de o convidar a estar presente na sessão de lançamento dos livros “Quase do Feminino” e “Traços do Destino” a ter lugar no Auditório do Campo Grande, 56, Lisboa, no próximo dia 28 de Novembro, pelas 16:00.

Obras e autores serão apresentados por Catarina Boavida e Carlos Teixeira Luís, respectivamente.

No Porto:

O autor, Zeferino Lopes, e a Temas Originais têm o prazer de o convidar a estar presente na sessão de lançamento do livro “Professor à beira de um ataque” a ter lugar no Ateneu Comercial do Porto, sito na Rua Passos Manuel, 44, Porto, no próximo dia 28 de Novembro, pelas 16:00.

Obra e autor serão apresentados pelo Prof. Doutor José Miguel Stadler Dias Costa e Prof. José Lobo, ambos da Faculdade de Filosofia de Braga, da Universidade Católica Portuguesa.

Se puderem, apareçam!

Saiba mais em:
http://www.temas-originais.pt/
Obrigado.

sábado, novembro 21, 2009

Lançamento do livro de poesia "Varandas de Luar" de Dalila Moura Baião


Estimados Leitores,

A autora, Dalila Moura Baião, e a Temas Originais têm o prazer de o convidar a estar presente na sessão de lançamento do livro“Varandas de Luar”, a ter lugar no Palácio das Galveias, em Lisboa, no próximo dia 27 de Novembro, pelas 19:30.

Obra e autora serão apresentadas pelo poeta António MR Martins e por Maria Lina Faria, respectivamente.

Se puderem, apareçam!

Saiba mais em:
http://www.temas-originais.pt/
Obrigado.

segunda-feira, novembro 16, 2009

Nas lágrimas da despedida

Já não tenho palavras
as últimas morreram no verão passado
e num funeral cheio de sinais
sinais de uma pontuação por conseguir
as palavras, no silencio, encontraram o seu lugar
a terra, o chão, que tanto pisei com avidez
e num cemitério desconhecido, distante dos olhares
lá estava eu com um sofrimento imaculado
a fazer o destino numa despedida sofrida.

Tudo agora é memória
guardada no ventre da imaginação
faltam-me as palavras que escreviam a lucidez
faltam-me as outras que escreviam esperança
faltam-me, sem que perceba, essa sensação
com que vibrava ao ler os teus passos
as tuas tormentas ou as brincadeiras perdidas
falta-me quase tudo, que tudo é o meu fim
que enterrou a alma dessa magia em desassossego.

Já não tenho palavras
roupagem do meu caminhar
agora sou, provavelmente, memória
que no tempo, aos poucos, também morrerá!

quarta-feira, novembro 11, 2009

Eventos da Temas Originais para: 14 de Novembro de 2009



Em Setúbal:

A Presidente da Câmara Municipal de Setúbal, Maria das Dores Meira, a APPACDM - Associação Portuguesa de Pais e Amigos do Cidadão Deficiente Mental (Setúbal), e a Temas Originais têm o prazer de o convidar a estar presente na sessão de lançamento do livro “Aprender Contigo - Três Anos de Poesia (2006 - 2008)”, a ter lugar no Salão Nobre da Câmara Municipal de Setúbal, no próximo dia 14 de Novembro, pelas 15:00.

Nesta sessão ocorrerá a Cerimónia de Entrega de Prémios do XIV Concurso de Poesia e IV Concurso Comunidade Escolar e Exposição de pintura a cargo da Galeria/Oficina "Arte & Imaginação".

No Porto:



O autor, Bruno Miguel Resende e a Temas Originais têm o prazer de o convidar a estar presente na sessão de lançamento do livro “Khaos Poeticum” a ter lugar no Ateneu Comercial do Porto, sito na Rua Passos Manuel, 44, Porto, no próximo dia 14 de Novembro, pelas 16:00.

Obra e autor serão apresentados pelo poeta Xavier Zarco e esta sessão contará com a leitura de poemas por Anaas e Tarnaa.

domingo, novembro 08, 2009

Corpo de Corcel


Ontem, 07 de Novembro, no auditório da Junta de Freguesia de Vila Franca de Xira, decorreu o lançamento do livro de poesia “Corpo de Corcel”
Casa cheia e muita emoção ao rubro. Numa tarde para guardar na memória, catalogando-a como uma daquelas tardes de grande estima, onde houve oportunidade de reencontrar muitos dos poetas da nossa praça e escritores da Temas Originais.

Nas fotos podemos comprovar:

Mesa de Honra

Vera Sousa Silva (Apresentadora do livro)
Cristina Pinheiro Moita (Autora do livro “Corpo de Corcel”)
José Fidalgo (Presidente da Junta de Freguesia de Vila Franca de Xira)
Paulo Afonso Ramos (da Editora Temas Originais)

Em pé os poetas:

Lurdes Dias (Autora da Temas Originais)
José Manuel Frazão
Fernanda Esteves (Autora da Temas Originais)
António MR Martins (Autor da Temas Originais)
Mel de Carvalho
Vítor Cintra (Autor da Temas Originais)

Um grande agradecimento a todos que estiveram presentes, em especial, aos que apoiaram na realização deste evento, garantido assim, que tivesse o sucesso que teve.

segunda-feira, novembro 02, 2009

Homem socialmente enclausurado

Rasgo a emoção
com a mesma força que me defendo
rasgo, revoluciono e atiro contra o chão
esse mesmo chão testemunha dos meus dias.
É que esta emoção mexe comigo
solta-me as lágrimas e invade o meu estado amigo
com peripécias e ousadias.
Rasgo sem medos, mas também sem pensar
sem saber da razão!

E pelo meio da tremenda agitação
há um corpo que se perde
na loucura dos sentimentos
na brandura das imagens inopinadas
e numa aglutinante vergonha
que esconde os olhos amedrontados e molhados
desconfiados dessa vaga que invade o coração.
Ah! Vergonha de sentir
vergonha de ser o corpo da emoção.

Ajuda é preciso
para libertar o homem das correntes sociais
é preciso sentir, chorar e sorrir
ser um homem e nada mais!

domingo, novembro 01, 2009

O Novembro chegou!

Acordei entre um ténue vento e uma luminosidade tímida. Ainda era cedo, e olhava para o horizonte para descobrir, as cores e as intenções, com que vestias o Novembro. O Outono faz-me desejar certezas, faz-me auscultar a voz da natureza. Sinto-a parada, entre a tristeza e alegria, numa indecisão que nunca se sabe como acabará.
Este é mais um dia, como tantos outros, que não sabemos como terminará.

sexta-feira, outubro 23, 2009

domingo, outubro 18, 2009

O Músico Pedro Barroso apresenta o seu mais recente livro


Estimados Leitores,

A Sociedade Portuguesa de Autores, o autor, Pedro Barroso, e a Temas Originais têm o prazer de o convidar a estar presente na sessão de apresentação do livro “Contos Anarquistas”, a ter lugar no Auditório Maestro Frederico de Freitas da S.P.A., sito na Avenida Duque de Loulé, 31, Lisboa, no próximo dia 22 de Outubro, pelas 18:30.

Obra e autor serão apresentados por José Fanha.

Após esta sessão haverá um Porto de Honra.

Se puder, apareça!

Saiba mais em:
http://www.temas-originais.pt/
Obrigado.

quinta-feira, outubro 15, 2009

Amanhã na Póvoa do Varzim


Estimados Leitores,

A autora, Renata Pereira Correia, e a Temas Originais têm o prazer de o convidar a estar presente na sessão de apresentação do livro “Ensaios de Ficção”, a ter lugar na Galeria Filantrópica, sita na Rua 31 de Janeiro, na Póvoa do Varzim, no próximo dia 16 de Outubro, pelas 21:30.

Obra e autora serão apresentadas por Ângelo Vaz.

Esta sessão contará com o momento musical agraciado por Rui T.: "The man without a band", do álbum: "Wings of a butterfly" e pela recitação de poemas do livro "Ensaios de Ficção" por Ângelo Vaz e Maria Escritos.

terça-feira, outubro 13, 2009

Cento e onze palavras

Não sei contar as palavras, mas sei que são cento e onze
têm que ser cento e onze, não podem ter outro número
porque são apenas palavras, libertas, perdidas e magoadas
que sofrem de um silêncio transparente que ninguém vê
que ninguém lê, e são sempre palavras, as mesmas palavras
descobertas, fechadas, caídas ou abertas, são sempre as mesmas palavras
feitas do mesmo mistério, do mesmo riso e até da mesma histeria
que brindam cada olhar. Há sempre um novo olhar.
Mas as palavras continuam a ser as mesmas – cento e onze palavras!

Conta comigo as palavras, do princípio até ao fim
conta-as com cuidado, devagarinho, para que não te enganes
e quando as contas, as palavras, sempre as mesmas, estás pertinho de mim
mergulhada na minha secreta essência sem que te apercebas
é que em cada palavra há um bocado de alma e, com calma, talvez a sintas
talvez lhe toques ou oiças o murmúrio do avesso que se esconde assim
tão perto do longe. É que, na verdade, não há longe, mas apenas palavras.
Agarra este papel e guarda-o. Contem a mensagem para mais tarde decifrares
nele, o papel, estão mais que palavras estão os teus caminhos traçados.

Amanhã estarás de novo envolvida nesta mensagem, atordoada, mas não [convencida]
não saberás se contaste cento e onze palavras ou se leste a verdadeira [mensagem]
não te deites por perdida, que ambas encontrarás, nas palavras que têm vida
há muitas que nos enganam, mas só estas cento e onze palavras merecem [homenagem!]

segunda-feira, outubro 12, 2009

Evento da Temas Originais para: 16 de Outubro de 2009


Estimados Leitores,

O autor, Gleidston César, e a Temas Originais têm o prazer de o convidar a estar presente na sessão de lançamento do livro “Os sentimentos por detrás das palavras”, a ter lugar no Palácio das Galveias, Lisboa, no próximo dia 16 de Outubro, pelas 19:30.

Obra e autor serão apresentados por Isabel Fontes e esta sessão contará com a leitura de poemas por Alexa Wolf.

Saiba mais em:
http://www.temas-originais.pt/
Obrigado.

domingo, outubro 11, 2009

Eventos da Temas Originais para: 17 de Outubro de 2009


Estimados Leitores,

O autor, Paulo Themudo, e a Temas Originais têm o prazer de o convidar a estar presente na sessão de apresentação do livro "Um Punhado de Sombras" a ter lugar no Ateneu Comercial do Porto, sito na Rua Passos Manuel, 44, Porto, no próximo dia 17 de Outubro, pelas 16.00.

Obra e autor serão apresentados pelo escritor António M. Oliveira.

Esta sessão contará com leitura de poemas por Ângelo Vaz, com acompanhamento musical de Ana João.

e ainda,

Os autores e a Temas Originais têm o prazer de o convidar a estar presente na sessão de apresentação do livro antológico “Tu Cá, Tu Lá” a ter lugar na Manutenção Militar, Rua do Grilo, 111 (Entre a Xabregas e Convento do Beato, pela rua interior onde circulavam os eléctricos), em Lisboa, no próximo dia 17 de Outubro, pelas 16:00.

A obra será apresentada pela Dr.ª Carmo Miranda Machado.

Saiba mais em:
http://www.temas-originais.pt/
Obrigado.

segunda-feira, outubro 05, 2009

Eventos da Temas Originais para: 10 de Outubro de 2009




Estimados Leitores,

A Temas Originais tem o prazer de o convidar a estar presente na “1.ª Tertúlia “temas Originais”, a ter lugar no Auditório do Campo Grande, 56, em Lisboa, no próximo dia 10 de Outubro, pelas 15:00.

Este evento contará com a presença especial do poeta e declamador Roberto Durão.

e ainda,




Os autores, Vítor Cintra e Xavier Zarco, e a Temas Originais têm o prazer de o convidar a estar presente na sessão de lançamento dos livros “Entre o Longe e o Distante” e “Coimbra ao som da água”, a ter lugar no Auditório do Campo Grande, 56, Lisboa, no próximo dia 10 de Outubro, pelas 18:00.

Obras e autores serão apresentados pelos poetas Paulo Afonso Ramos e António MR Martins, respectivamente.

Apareça!

Saiba mais em:
http://www.temas-originais.pt/
Obrigado.

domingo, outubro 04, 2009

Poema ao Poeta Xavier Zarco

Há um poema
que chora de tanta beleza
que grita entre silêncios
que agita sentimentos
esse mesmo poema bandido
tenso e sofrido
que gira bem dentro de nós.
Oh! Quanta emoção
neste olhar o mar.

É que do poema
sai o olhar enternecido
saem os astros escondidos
as flores mais exóticas
os pensamentos mais exíguos
porque o poema é a outra vida
a outra condição
e a própria razão
que sai do poeta pela própria mão.

Mas antes do poema surgir
teve que existir o poeta Ser
para amar, sorrir e até fingir
fingir ser igual a outro qualquer!


04-10-2009

quarta-feira, setembro 30, 2009

Eventos para o dia 4 de Outubro de 2009


Estimados Leitores,

O autor, Paulo Alexandre Gil, e a Temas Originais têm o prazer de o convidar a estar presente na sessão de lançamento do livro “Quimeras Desconcertantes”, a ter lugar no Auditório do Campo Grande, 56, em Lisboa, no próximo dia 4 de Outubro, pelas 16:00.

Obra e autor serão apresentados por Nuno da Câmara Pereira.

e ainda,



O autor, Henrique Pedro, e a Temas Originais têm o prazer de o convidar a estar presente na sessão de apresentação do livro “Angústia, Razão e Nada” a ter lugar no Auditório do Campo Grande, 56, Lisboa, no próximo dia 4 de Outubro, pelas 18:30.

Obra e autor serão apresentados pelo poeta Paulo Afonso Ramos.

Saiba mais em:
http://www.temas-originais.pt/

Apareçam!

Obrigado.

quarta-feira, setembro 23, 2009

Escombros de poeta

Árido do seu caminhar
entre a dor de não chegar
e a nostalgia do partir
anda o poeta perdido
iludido, neste seu mundo, urdido.
E no cântico derrama a lágrima
por sentir-se emotivo
sofre, sorri e ergue o rosto
porque está vivo.

Descreve as ignomínias
de punho cerrado
e com o olhar dependurado
despede-se de cada palavra
que liberta
e nas mutações
alegremente recebidas
festeja com sabedoria
e descreve-o para todos.

Entre estados de alma
que alimentam o seu subsistir
é nas margens do infinito
que o poeta reside.

terça-feira, setembro 22, 2009

Lançamento do livro de poesia "Canteiros de Esperança" de Fernanda Esteves


A autora, Fernanda Esteves, e a Temas Originais têm o prazer de o convidar a estar presente na sessão de lançamento do livro “Canteiros de Esperança”, a ter lugar na Sociedade Filarmónica Humanitária, sita na Av. Doutor Godinho de Matos, em Palmela, no próximo dia 26 de Setembro, pelas 16:00.

Obra e autora serão apresentadas pela poetisa Alexandrina Pereira.

Saiba mais em:
http://www.temas-originais.pt/
Obrigado.

segunda-feira, setembro 21, 2009

Lançamento do livro de poesia "Momentos..." de Luís Ferreira


O autor, Luís Ferreira, e a Temas Originais têm o prazer de o convidar a estar presente na sessão de lançamento do livro “Momentos...” a ter lugar na sala Green Room do Freeport, Alcochete, no próximo dia 26 de Setembro, pelas 17:00.

Obra e autor serão apresentados pela Dr.ª Carmo Miranda Machado e esta sessão contará com a actuação do Trio Opus Misique e da SamariTuna – Tuna Feminina da Universidade Lusófona.

Saiba mais em:
http://www.temas-originais.pt/
Obrigado.

domingo, setembro 20, 2009

Lançamento do livro "Ensaios de Ficção" de Renata Pereira Correia


A autora, Renata Pereira Correia, e a Temas Originais têm o prazer de o convidar a estar presente na sessão de lançamento do livro “Ensaios de Ficção” a ter lugar no Ateneu Comercial do Porto, sito na Rua Passos Manuel, 44, Porto, no próximo dia 26 de Setembro, pelas 16:00.

Obra e autora serão apresentadas pela escritora Elsa Serra e pelo pintor e ilustrador Ricardo Campos.

Saiba mais em:
http://www.temas-originais.pt/
Obrigado.

sábado, setembro 19, 2009

Lançamento do Livro "Sercial & Malvasia" de Joaquim Evónio


O autor, Joaquim Evónio, e a Temas Originais têm o prazer de o convidar a estar presente na sessão de lançamento do livro “Sercial & Malvasia”, a ter lugar na Casa da Madeira, sita na Rua do Alto do Duque, 5, em Lisboa, no próximo dia 25 de Setembro, pelas 19:00.

Obra e autor serão apresentados pelo Dr. José Verdasca, Presidente da Ordem Nacional dos Escritores (Brasil) e pelo próprio, respectivamente. Nesta sessão intervirá Isabel Fontes e actuarão os músicos Mário Fonseca (Pavarotti) e Manuel Antunes.

No final da sessão será servido um Madeira de Honra e Estrelícias para todos os presentes.

Saiba mais em:
http://www.temas-originais.pt/
Obrigado.

terça-feira, setembro 15, 2009

Viana do Alentejo apoia a poesia


O Presidente da Câmara Municipal de Viana do Alentejo, Estêvão Machado Pereira, a Biblioteca do Agrupamento de Escolas de Viana do Alentejo, o autor, José - Augusto de Carvalho, e a Temas Originais têm o prazer de o convidar a estar presente na sessão de lançamento do livro “O Meu Cancioneiro” a ter lugar no Cine -Teatro Vianense, sito em Viana do Alentejo, no próximo dia 19 de Setembro, pelas 21:00.

Obra e autor serão apresentados pela poetisa Conceição Paulino e pelo professor António João Valério.

Saiba mais em:
http://www.temas-originais.pt/
Obrigado.

segunda-feira, setembro 14, 2009

O Poeta Henrique Pedro no Ateneu Comercial do Porto



O autor, Henrique Pedro, e a Temas Originais têm o prazer de o convidar a estar presente na sessão de lançamento do livro “Angústia, Razão e Nada” a ter lugar no Ateneu Comercial do Porto, sito na Rua Passos Manuel, 44, Porto, no próximo dia 19 de Setembro, pelas 16:00.

Obra e autor serão apresentados pelo poeta Xavier Zarco.

Saiba mais em:
http://www.temas-originais.pt/
Obrigado.

terça-feira, setembro 08, 2009

Lançamento do livro de poesia "Tanto tempo sem nós"


O autor, Samuel Costa Velho, e a Temas Originais têm o prazer de o convidar a estar presente na sessão de lançamento do livro “Tanto tempo sem nós”, a ter lugar na Casa do Alentejo, sita na Rua Portas de Santo Antão, 58, em Lisboa, no próximo dia 12 de Setembro, pelas 18:00.

Obra e autor serão apresentadas por João Lemos.

Saiba mais em:

http://www.temas-originais.pt/

segunda-feira, setembro 07, 2009

Mário Correia ganha prémio no concurso literário

Mário Correia, autor do livro “Contos de Longa e Semifusa” editado recentemente sob nossa chancela, acaba de ser agraciado na Modalidade de Revelação no prestigiado concurso literário Manuel Maria Barbosa Du Bocage 2009 com o original “A Insónia”.
A Temas Originais congratula-se pela excelente notícia e partilha convosco o link para que todos a possam ler:

http://www.lasa.pt/

Endereçamos os sinceros parabéns ao nosso jovem autor.

Saiba mais em:

http://www.temas-originais.pt/autores/mario_correia.htm


Obrigado.

Temas Originais
Torre Arnado
Rua João de Ruão, 12 - 1.º, Escr. 19
3000-229 Coimbra | Telef: 239 100 670
Site: www.temas-originais.com Blog: http://www.temasoriginais.blogspot.com/

domingo, setembro 06, 2009

Lançamento do livro "Série discreta para uma noite" na Maia


O autor, David Fernandes, e a Temas Originais têm o prazer de o convidar a estar presente na sessão de lançamento do livro “Série discreta para uma noite” a ter lugar na Tertúlia Castelense, sita na Rua Augusto Nogueira da Silva, 779, no Castêlo da Maia, Maia, no próximo dia 11 de Setembro, pelas 22:00.

Obra e autor serão apresentados pelo poeta Xavier Zarco. No decorrer da sessão, Aida Soares e Edviges Pinto lerão poemas de George Oppen, Robert Frost, Ruy Belo, Daniel Faria, José Tolentino Mendonça e Joaquim Pessoa.

sábado, setembro 05, 2009

Reminiscência

Dos passos dados no tempo
Sem olhar para trás, falta-me o tempo
De agarrar essa paixão
Dos bons momentos
Que na reminiscência se erguem
Quase como vultos, vultos sem fim.

Diz-me sapiência do meu segredo
Qual caminho errei ou onde me perdi
Quando desenhei o esboço para ser feliz!

sábado, agosto 29, 2009

O “Diário de Maria Cura” na FNAC de Braga



Estimados Leitores,

O autor, José Ilídio Torres, e a Temas Originais têm o prazer de o convidar a estar presente na sessão de apresentação do livro "Diário de Maria Cura " a ter lugar na Loja Fnac Braga, sita no Shopping Braga Parque, Loja 323, Quinta dos Congregadores – S. Vítor, em Braga, no próximo dia 6 de Setembro, pelas 17.00.

Em torno da obra, falarão o autor e o poeta Xavier Zarco.

Saiba sempre mais em:

http://www.temas-originais.pt/
Obrigado.
Temas Originais
Torre Arnado
Rua João de Ruão, 12 - 1.º, Escr. 19
3000-229 Coimbra | Telef: 239 100 670
Site: www.temas-originais.com Blog: http://www.temasoriginais.blogspot.com/

quinta-feira, agosto 27, 2009

Voltei

Não sei se são vozes que oiço dentro de mim, ou se são desejos desenhados na curva do meu silêncio. Sei apenas que os sinto, estes sons embrulhados em cadentes atmosferas, que inebriam o meu corpo.
Ah! Quanta loucura há neste invólucro que encadeia a minha alma. Quanta luxúria. Quanta sofreguidão e outros tantos pecados!
Há também uma brutal consciência da separação imperceptível que existe entre ambos – corpo e alma – mesmo que, entre ambos, exista um pacto de compatibilidade.
Não sei se são vozes ou desenhos. Não sei. E, talvez por isso, faça resultar, este meu regresso ao mesmo mar, em que, um dia desapareci.
Voltei. Voltei para me reencontrar e, assim, segurar na lucidez da minha essência, como uma candeia, e iluminar o caminho que devo seguir. Voltei entre as vozes que oiço dentro de mim, que quero descodificar e oferecer-tas como as mais bonitas flores que um dia viste.
Quero agraciar esse momento especial e dizer-te num sussurro de amor – sou teu!
Depois de beijar esse cândido amor, viverei ao teu lado, na paz da fusão dos nossos corpos que darão guarida ao silêncio, desenhado, que, nas nossas curvas, assumiram o nosso génio.
Tu e Eu, outra vez juntos e mais fortes. Foi para isso que voltei. Apagando o interregno que, insensivelmente, foi acontecendo, sem que nos apercebessemos, mas que quase fulminava o nosso mar. As areias, finas, percorrem os nossos corpos e o silêncio que desenha a nossa praia é de maresias exóticas, de algas abençoadas e de aromas salgados que embrulham o nosso amor. Juntos recomeçamos o mundo que temos que construir.

domingo, agosto 23, 2009

sábado, agosto 22, 2009

Berlengas

pelas legendas
em teu redor
leio a palavra família
e nunca estás só

alvitro a paz
na sapiência de resistir aos homens

sexta-feira, agosto 21, 2009

Fogacho

Arde o olhar
num fogo vivo
arde a alma
arde a dor

e em nada morro
e nas cinzas sobrevivo

quarta-feira, agosto 19, 2009

Graciosa

pelo olhar meigo
num corpo fértil
que se estende nas lágrimas
da natureza

ondas da história
cruzam teu tempo

segunda-feira, agosto 17, 2009

A dança dos vencidos

Balanceia esse corpo
no espaço do futuro
numa dança sem memória
e no rosto duro
escondido nas tranças
arfa – o silêncio do sopro
da tua história
dança no sorriso
desse olhar brilhante
reflectido no acreditar
que – nada está perdido.

sábado, agosto 15, 2009

Laços que perduram

Nada me ocorre dizer-te. Nada que não o sintas também. O tempo já fez o nosso escrínio, onde guardamos as nossas aventuras em segredo e coleccionamos as preciosidades da nossa relação. Enfim, coisas nossas, só nossas, muito nossas. Nada me ocorre dizer-te mais, porque sei que, no final do dia, quando nos reencontrarmos, os nossos olhos trocarão mensagens de amor e de plena consciência que nós somos indivisíveis.
Gasto o tempo da tua ausência com os meus pensamentos do nosso amor, e, ainda assim, sei que os anos passaram sem que nada mudasse. Nunca to disse. Nem ouvi da tua boca o mesmo, mas sei, não me perguntes como, sei que o mesmo acontece contigo. Simplificando as coisas, direi que sinto e que tu sabes, porque na nossa cumplicidade existem vários ramos que fortalecem a nossa árvore. Este é apenas um deles.
Não sei quanto tempo o tempo dará ao estar, nem importa, sabendo que todo o tempo não foi em vão.
Nestes laços que perduram, um eterno obrigado, é tudo o que preciso de acrescentar.

A tua Aurora

14 de Agosto de 2066

quinta-feira, agosto 13, 2009

Um quadro paralelo

Um caminho de terra batida, ente árvores gigantes, sem fim. A brisa, que empurrava o meu corpo, fazendo-me caminhar na direcção ao desconhecido. As árvores, que me cumprimentavam ao acenarem levemente. E eu, perdidamente esquecido do tempo, acumulava os passos por contar na busca do mistério desse caminho.
O sol, meu aliado, dava-me algum alento, recordo, que através da luz iluminava o meu trilho.
De nada mais recordo. Não sei como tudo começou nem de onde vim. Não sei do propósito com que iniciei, nem tão-pouco como aqui cheguei. Um caminho, é tudo o que tenho, de terra batida entre árvores gigantes, e por instantes, deixo-me cair no vazio da memória. Nada acontece. Nada. O caminho e as árvores permanecem imutáveis. E eu, um louco extravagante invento histórias para atrair a vida.

quarta-feira, agosto 12, 2009

Na essência da ideia

Imaginei um personagem perdido no tempo de ninguém e criei-lhe uma história. Ou imaginei uma história e precisei de uma personagem. Alguém revoltado com a vida, só porque, no amor, não encontrou ainda a sua cara-metade e, na revolta, desfere a sua ira aos quadrantes sociais que os seus olhos alcançam. Que se predispõe a mudar o mundo, através dos seus actos negativos e recriminatórios, mesmo que não repare que existem coisas imutáveis. Que importa se a revolta o cega e o acusa através dos actos maliciosos e nem dá por isso. Que o amor chegue depressa para que o mundo tenha as suas cores como respostas aos seus olhos.

Não pensei em ninguém, mas sei que pode haver alguém assim. E quis que tudo acontecesse num poema. Claro que cada poema pode ter inúmeras interpretações e que, normalmente, o autor não prefacia o que a seguir mostra, para não condicionar a leitura. Mas, ainda assim, não resisti. Escrevi primeiro o poema e depois senti a necessidade de escrever mais e mais até que, eis o que se vê, talvez em vez do poema devesse ter escrito uma prosa poética ou melhor, um pequeno conto. Talvez. Mas não! Escrevi um poema e reforcei-o com um prefácio para algemar o leitor à essência da ideia. Da minha ideia. É assim que, de uma forma desprendida, abro a escrita na essência desta ideia ou na essência deste poema ou deste personagem existente. Desde que seja na essência tanto me faz!
E então escrevi o seguinte poema:



Na essência da ideia

Se o céu é azul, queres pinta-lo de verde
se o mar é verde, queres tingi-lo de amarelo
se a dor é branca, queres desenha-la de preto

e nas cores escreves o teu nome
sem que saibas – desenhas o teu rosto
e pintas a tua mão

não que sejas inferior
nem que esse corpo seja óbice
apenas há uma essência,
na noção da tua ideia
apenas e só – queres amor
o amor de seres correspondido.

terça-feira, agosto 11, 2009

No âmago do pensamento

É na paz que adormeço o olhar
nesse manto de sentimentos silenciosos,
apetecidos, e sempre bem guardados

e no sonho, faço a viagem do querer
quero chegar longe – e chego
quero estar perto – e estou

e no olhar dessa paz
que esse corpo desnudo desperta
nasce cada dia,
e em cada dia renasce a noção
da verdadeira razão de ser
que é - saber dar e receber.

sábado, agosto 08, 2009

Adeus Raul Solnado

Romperam-se as vozes
no silêncio árduo
dessa despedida

Adeus!

Para memória futura
entre imagens e sons
imerge o riso
esse talismã
que os portugueses guardam

Adeus Raul Solnado

sexta-feira, agosto 07, 2009

Brunidos

Cadenciado o rosto
solta labaredas
de incensos

o desenho prosaico da alma
rodopia no tempero da emoção

corpo erudito que emerge do chão
para recomeçar cada gesto
em cada tempo

celso!

quinta-feira, agosto 06, 2009

Cerne

E de repente fez-se silêncio!
Era a consciência que gritava
na espuma desse olhar perdido
transladado de fantasmagorias

De repente a luz era intensa
e a sombra um corpo estendido.

terça-feira, agosto 04, 2009

Na dúvida de Ser!

Abre as asas
(se pensas em voar)
Abre esses braços musculados
(se pensas que a força domina)
Abre, abre as fronteiras do medo
(o mesmo medo de que foges)
Abre tudo o que pensas
(só assim será tu mesmo)
Abre, abre os olhos!


Fecha as asas
(nunca voarás sozinho)
Fecha os braços
(que na força também morres)
Fecha, fecha os medos
(que de ti te escondes)
Fecha tudo o que pensas
(que o segredo é a tua alma)
Fecha, fecha esses olhos molhados!


À sorte dirás – gosto de ti!
À vida, que não encontrarás
dirás que – entre o abre e fecha – nada
nada se resume e está diluído.

segunda-feira, agosto 03, 2009

A duas mãos

Tenho uma mão, irrequieta, que quer escrever! Ao seu lado, a outra, a que crítica, mas nada faz. Resta-me o pensamento que, sabe o que quer, mas vai perdendo o seu tempo, a cuidar de ambas mãos…

sábado, agosto 01, 2009

Entre o tempo e a razão

Com o tempo podemos ver melhor a razão, apesar de tudo, com a razão jamais recuperamos esse tempo.

segunda-feira, julho 20, 2009

Pastor de índoles

Em absinto puro
guardo o meu rebanho
de animais incontáveis
guardo as minhas loucuras
longe dos apogeus
dos segredos
e das fabulosas mestrias do destino
guardo tudo
escondo como escondo a tristeza

e na minha aldeia
de pastores da vida
dançamos aos tormentos
e nas vozes do tempo
espantamos os males desse caminho
que urge caminhar
entre arbustos e animais
entre dores e odes
onde o grito se abafa

antes do pastoreio
nasce o dia
e reza-se ao céu
na demanda do pleno.

domingo, julho 19, 2009

À procura dos dias

À procura dos dias perdidos
embaraçado e preocupado
anda Leonardo
vestido na pele de ocupado
outras vezes de um leopardo
nesses dias já esquecidos.
Leonardo rompe as noites
deste verão quente
que não há quem aguente.

À procura de um não sei quê
de uma trança de boneca
ou de um pingente
roça e roça na soneca
e enquanto dorme não vê
que o que procura é gente
ou um fardo
de sabores incontidos
espalhados nos dias iludidos

Leonardo – boneco de porcelana
homem mistério ou personagem
perde os dias à procura
da sua própria linhagem.

sábado, julho 18, 2009

Sonho de Menino

Em menino quis o sonho
construí-o em pedaços de papel
e em segredo imaginei o caminho
em que o cumpriria.
E em rapaz lutei
com ânsias de desejos ancorados
no rio da minha cidade
oh! Tejo meu companheiro
dos meus passos dados sozinho
e no rosto a mesma lágrima de menino
em sobressalto de um tempo
que a fugir se consome
e a vida – essa sentinela
sem pudor e sem nome
corre ao meu lado
e arruma o passado.
Em menino sonhei
ouvir a canção
com a letra que escrevi
na voz do trovador.
Ainda hoje trago o sonho escondido
ainda olho o Tejo
e num forte desejo
meio real meio perdido
abafo a dor
de ter crescido.
Os meus olhos são de menino
num corpo transformado
que nas noites adormece
viaja e brinca
no regaço do limiar
onde espero encontrar
o ansiado caminho
que cumprirá o destino
do sonho de menino.

sexta-feira, julho 17, 2009

A morte do guerreiro

Hoje quis ser guerreiro
marchar contra o vento
e de armas em punho
cerrar os dentes
e combater, combater.
Mas o meu émulo
de tão transparente ser
tornou-se invisível
desaparecido e misterioso.

E a força cresceu em mim
o meu corpo musculou-se
alimentado do torpe desejo
de sangue e dor
cegando o meu redor
em marcha quis ser guerreiro
a tempo inteiro
sem pavor nem misericórdia
nesta guerra sem igual.

Hoje quis desbravar o meu íntimo
e na pele de guerreiro – sem armas
entendi o pensamento
esse émulo distante e invisível
e a guerra acabou com o guerreiro.

quinta-feira, julho 16, 2009

Convite "Continuando assim..." Teresa Queiroz - Lisboa



A autora, Teresa Queiroz, e a Temas Originais têm o prazer de o convidar a estar presente na sessão de lançamento do livro “Continuando assim...”, a ter lugar no Auditório do Campo Grande, 56, Lisboa, no próximo dia 18 de Julho, pelas 19:00.

Obra e autora serão apresentadas pela Dr.ª Isabel Basto.

Entrada Livre

quarta-feira, julho 15, 2009

Crónica de escárnio e maldizer

A contar até 10 (dez) depressa aprendi mesmo antes de entrar para a escola. Já a ler, o caso mudou de figura, até porque era mesmo das figuras que procurava, porque elas tinham o condão de me entreter. Já se vê que ler, a bem dizer, as letras soltinhas e a sós, nunca foi a minha primeira escolha. Mas a vida continuou.

Depois vieram os desenhos animados, a minha grade paixão da época, lembro-me do Tim-Tim e da sua inseparável cadela de nome Milú. Quando o faro (da Milú) lhe estimulava era sinal de petisco. Ou quando o Tim-Tim andava na calçada lá aparecia a dita a abanar o rabo e a lamber toda gente (ou a que mais interessava, a tal gente do petisco) e claro, nada a fazer, já que estas coisas são da génese do animal.

Hoje, sob o disfarce de desenho animado, há por aí adultos que os imitam (as técnicas bem se vê) com uma naturalidade estonteante.

Mais tarde, porque não era muito bom a ler e a interpretar o que lia, continuei agarrado a televisão, a ver sapos (sem os engolir) naquele palco mágico dos Marretas. Gostava particularmente dos velhos que, sempre atentos a tudo e a todos, apareciam, na altura das fogueiras inusitadas, sempre pouco brandas, para aludir os seus fervorosos comentários, feitios ou maus feitios desculpados pela idade avançada e pelas marcas da vida.

Hoje, sem pretensões a qualquer disfarce, é vê-los por aí e acolá sempre colados a uma boa polémica actual como se a moda nunca mudasse.

Coisas iluminadas ou uma espécie de escárnio e maldizer. Dizem.

segunda-feira, julho 13, 2009

Claridade da Lua

A Lua é enfeitada pelo vestido de noiva que, em segredo, veste. De branco, com o significado da candura, a Lua passeia pela magia dos sonhos. Aconchega-se, timidamente, na mais bela noite e emerge na esperança de dar vida, e alguma realidade, aos sonhos dos peregrinos que desfrutam a paisagem.

A claridade da Lua é um caminho etéreo e simbolicamente, um destino onde o auge da felicidade reside.

Essa mesma luz que ilumina caminhos é feita de esperanças enraizadas nos suculentos desejos dos mais nobres mortais.

De beleza feminina, a Lua, envolve-nos num espectáculo mundano e a sua claridade é o retorno, dessa ímpar comunicação, eterna e silenciosa, como a que, entre dois namorados decorre, com uma simplicidade única.

A claridade da Lua é para ser apreciada, desfrutada e partilhada nos bons momentos da vida. É o alimento de que as nossas almas carecem e a luz da paixão.

quinta-feira, julho 09, 2009

9 Minutos

Tenho nove minutos para fazer tudo o que me falta. E ainda me falta tudo. Olho para trás e vejo que quase nada fiz. Ou melhor, que tudo o quanto fiz foi tão pouco para o que poderia, e deveria, ter feito, que agora, que restam nove minutos, tentarei redimir-me, um pouquinho, de tudo o que ignorei quando pensava que teria todo o tempo do mundo para, a belo prazer, fazer as coisas que mais gostaria de fazer. Puro egoísmo.

Quero redimir-me. Quero mas não consigo. Quero que as palavras possam correr pelos corações, que possam saciar as sedes dos que precisam de água e que possam alimentar as barrigas esfomeadas que, por este mundo, se escondem ou que aparecem no nítido pedido de ajuda. Que as palavras, tudo o que ainda tenho, possam trazer a paz.

9 Minutos. Que não pararam, que fugiram de mim como na vida tudo fugiu e em que nada mudou. Lamento que as mentes, como a minha, só acordem para a vida quando já é tarde demais, quando já nada podem fazer e depois, em parcos minutos, querem fazer tudo o que, numa vida inteira, ignoraram. Lamento e penitencio-me por ser igual a todos, por olhar para o outro lado, para não sentir a dor dos que sofrem ao meu lado. Lamento profundamente embora de nada adiante. E agora, que os meus minutos findam, espera-me a justiça do caminho que escolhi. E não foi por falta de avisos, de conselhos e de vontades que o escolhi. Foi porque só pensei em mim e no momento que vivia quando escolhi cada passo, quando tomei cada decisão e nada mais.

E nos meus últimos segundos, se escolher pudesse, gostaria de usar as seguintes palavras, sabendo de que, com elas, me afasto:

Perdoem. Amem. Uni-vos. Libertem-se. Olhem em redor.

Esgotou-se-me o tempo e nada fiz.

quarta-feira, julho 08, 2009

Cores

Em segredo pinto as paredes do meu imaginário de cores quentes, construindo, assim, um mundo interior de paz e alegria.
Mesmo que o meu corpo transporte uma imagem desconcertante, será apenas um exterior, adaptado às conjunturas reflectidas, que ocorrem por onde o corpo passeia e, nunca, um estado prostrado ou em mutação da humana condição. Há essa consciencialização.
Há na empatia das cores um jogo de sedução que envolve e acalma.
Nas cores há imagens que emergem e fomentam a meditação. Transportam-nos para esse oculto mistério onde nos sentimos bem.
E, por vezes, basta um sorriso, simples que seja, para nos encaminhar para esse apetecido mundo das cores, onde estaremos envoltos nas mais sumptuosas alegrias.

terça-feira, julho 07, 2009

CR9 ou Cristiano Ronaldo

Ontem Madrid parou. Para ver um menino de rosto brando. Parou Madrid e toda a Espanha. Parou a Europa, com especial incidência em Portugal, mas também o resto do Mundo que esteve atento através das televisões.
O melhor e mais bem pago jogador do Mundo mostrou-se de equipamento branco, com a camisola 9, do Real Madrid. Cumpriu o sonho. Jogar no Real Madrid era o seu objectivo desde pequenino e conseguiu-o. Certamente nunca tinha imaginado que, com ele, estariam mais de 80.000 pessoas, o que é, de facto, um marco histórico no futebol mundial.
Um português, da Madeira, criado em Lisboa e no Sporting Clube de Portugal, continua a fazer o seu caminho de sucessos. Mas, o mais importante, é que Cristiano Ronaldo está feliz. Tão importante como deveria ser esta oportunidade, que é mais uma, de percebermos uma mensagem intrínseca que sobressai deste episódio todo – o sonho – é possível, ou – o trabalho – mais tarde ou mais cedo, dará os seus frutos.
É assim Cristiano Ronaldo. Acredita, luta e nunca desiste até conseguir os seus objectivos. É também português, o que contraria o velho bloqueio de que, o que é nacional não tem valor. Infelizmente, é necessário ir para o estrangeiro para ganhar dinheiro e estatuto social, ou poderia dizer, respeito. Porque não temos essa capacidade de, primeiro, criarmos condições propícias a todos de ganharem dinheiro cá dentro, depois porque, quase como um descrédito ou rivalidade mesquinha, não conseguimos encontrar uma plataforma de consciência que nos dê, a nós, alguma luz e, a quem tem valor, algum prazer de ser reconhecido na sua terra natal.
E há por aí, espalhados pelo mundo, alguns CR9 nas mais diversas áreas profissionais à espera do seu tempo de reconhecimento nacional.
Enquanto isso, vamos perdendo uns e outros, ou porque preferiram ir viver para Lanzarote ou porque optaram pela nacionalidade brasileira e, como se nada fosse, continuamos lerdos, em silêncio e a pensar na crise em que vivemos, sem pensarmos muito nas razões porque tudo aconteceu e, principalmente, na forma de mudar os rumos de tudo o que vai acontecendo e que está, de facto, muito mal.
E como um dia vem depois de outro, esperamos hoje alguma novidade futebolística para o nosso clube, porque, se ontem foi impressionante o que vimos em Madrid, hoje também o vamos querer, para o nosso clube, seja ele qual for. Mas por amor da santa, não nos peçam nada, não nos peçam para fazer alguma coisa porque nós heróis dos pagamentos de impostos e outras aventuras sociais só queremos ver na nossa terrinha as mesma festas que em outros locais acontecem, ainda para mais, com produtos da nossa terra. Vá lá, sejam cordatos e sensíveis, dêem-nos o que queremos e a malta continuará de sorriso aberto a votar em que souber falar melhor e, um dia depois do outro lá iremos trabalhar na esperança de mais uma grande novidade.
Até lá, falaremos do menino que, um dia, disse que iria jogar naquele clube e cumpriu, e como sempre, ignoremos o trabalho que teve e os sacrifícios, para ficarmos retidos no dinheiro que ganha, que bom seria para nós, ou na cor do equipamento que, desta vez, até nem lhe fica tão bem.
Enfim, se alguém o vir, dêem-lhe os parabéns por mim e não sejam egoístas que o miúdo bem merece todo o carinho e reconhecimento que lhe é prestado.
Tenho pensado e agora fica dito.

segunda-feira, julho 06, 2009

Uma brincadeira de caracteres

O meu vizinho lembrou-se de colocar uma folha, nos elevadores do prédio, em jeito de comunicado da Administração, que rezava assim:

Estimados Condóminos,

Temos recebido imensas queixas anónimas por causa dos cagalhões, que, diariamente, aparecem perdidos no chão do hall do prédio e em alguns patamares. Espalhados que ficam, provocam um mal-estar a quem visita o prédio, obrigando os moradores a andarem de olhos pregados ao chão para que não tenham que pisar esses meritórios abjectos naturais.

Há uma particularidade de que ninguém se queixou – o odor – o que significa que essa parte, não sendo visual não merece qualquer referência ou, melhor ainda, é algo em que o hábito se sobrepôs. Seja como for, há uma necessidade premente de convocar uma reunião extraordinária – regida pela boa educação – em que serão expostos os argumentos dos queixosos, já aqui adiantados, bem como estes darão a cara contra os responsáveis. Por sua vez, entre os responsáveis, terá que haver um consenso sobre o/os causador/es desta anomalia e que, em paralelo, devem trazer argumentos para corrigir este problema.

Fica assim a reunião marcada para o próximo sábado pelas 21 horas.

Atentamente,

A Administração

Certo é que, no dia, houve condições para realizar a maior assembleia jamais imaginada, dado que os curiosos eram em maioria. Queiram saber tudo, quem eram os queixosos, os culpados e, provavelmente, as medidas ou represálias a tomar. No entanto a assembleia não se realizou, porque não se sabia quem a tinha colocado aquele papel com caracteres de malandrinho no elevador. Houve apenas uma grande cavaqueira, em que vizinhos que mal se conheciam puderam conversar

Depois os cães deixaram de vir a rua, pelo menos nos horários habituais, porque nunca mais foram avistados animais pelos elevadores ou pelas escadas.

O meu vizinho ainda hoje se ri, quando nos cruzamos e trocamos olhares, certo de que nunca mencionarei o seu nome.

Um dia, quem sabe, se não farei também a minha brincadeira de caracteres.

sábado, julho 04, 2009

Contos de Longa e Semifusa - no Porto



O autor, Mário Correia, e a Temas Originais têm o prazer de o convidar a estar presente na sessão de lançamento do livro “Contos de Longa e Semifusa”, a ter lugar no Museu Soares dos Reis, Porto, no próximo dia 10 de Julho, pelas 18:30.

Obra e autor serão apresentados pelo poeta Ivo Machado e pela Doutora Virgínia Martins Pinheiro.

quinta-feira, julho 02, 2009

Cria – dor

Entre os cinzentos
das esquizofrenias
dos rituais medonhos
da astúcia sociedade
onde passar,
é um mero acontecimento
lavram rasgados oponentes.
Há uma linha ténue
trajada de azulão.

Escapam risos
memórias sustidas
e um olhar melancólico
meio aspergido
curvado ao tempo
assumindo um corpo
perdido pelo chão
dessa tua passada incolor.
Entre cinzas caminharei.

Nas águas da liberdade
beberei as riquezas
profanadas
e no tédio azulão verdade
me deitarei resignado.

quarta-feira, julho 01, 2009

Novidades

Eis que encontro uma palavra ambiciosa e bastante nutritiva. É que adoro, e quem me conhece ou lida comigo diariamente sabe-o bem, dizia eu então, que adoro pronunciar esta palavra porque ela leva-nos, melhor, leva aos mais longínquos cenários.
Vejamos o seguinte: Então e novidades?
Não sabendo, em concreto, o que procuro, o meu interlocutor poderá vaguear (no pensamento, claro!) por estes campos:
Será que ele quis dizer – Inovações? O que demonstra ser um indivíduo atento e em pleno crescimento, consciencializado. Quem procura saber de inovações é certamente alguém interessado em aumentar o seu poder de desenvolvimento.
E se quis dizer – Originalidades? É uma pessoa diferente, provavelmente preocupada com coisas diferentes do comum.
Mas se quis dizer – Notícias: Bem, quer ser actualizado, demonstra interesse por tudo ou pelo Mundo.
E há também – Novas: Busca algo que seja uma lufada de ar fresco na sua vida, por exemplo.
Já em relação – Informações: Aqui entra tudo, sustento a vertente profissional, onde é fundamental que a informação circule e, se não circular, há que a procurar.
Mas ainda há – Bisbilhotices: Lembro-me que pode estar implícito a malandrice ou alguma curiosidade natural e importante para a boa vivência social.
E para terminar – Indiscrições: Que gostava de induzir ao campo mais íntimo da confidencialidade ou quanto muito, ao aspecto táctico de subtracção de informações específicas.
Enfim, há um amontoado plano teórico que poderá sugerir um vasto e diversificado caminho. Claro que, o que penso ao fazer a clássica pergunta – Novidades? Não direi.
Agora, depois desta abordagem, estou certo que, sempre que fizer a minha querida pergunta vou provocar, no mínimo, um espaço aberto na comunicação de poucos segundos…
Que ficará o meu interlocutor a pensar?

terça-feira, junho 30, 2009

O poema jazz

jazz na bitola do ouvido
em que o desejo se eleva
num misterioso contentamento
e o pobre enternecido
se deixa cair nas profundezas
desse luar
ora cintilante
ora transparente
como Zeus o pensaria.

jazz é um carnudo
código de comunicações
outros dizem, entre composições,
que são melodias celestes
e o tal pobre constrangido
no silêncio a vapor
fecha os olhos da dor
e sente cada andamento
como seu, mesmo que seja teu.

jazz é um poema perpétuo
balada etérea sem condição
de um corpo fátuo
seja pobre ou não!

domingo, junho 28, 2009

O poema que invento

nasce a palavra
na lucidez do momento
uma a uma alinham
no diapasão
e correm de mãos dadas
dando cor ao pensamento
e formam a mensagem
na construção
do poema!

e se ao expor
num perverso dilema
há quem o leia
como um actual tema
ou encontre no verso
a razão da teia
há quem o veja como arte
ou encontre alguma dor
mas, de verdade, é apenas um poema.

e como está escrito
com palavras de vento
fica aqui descrito
vale o que vale, a cada momento.

sábado, junho 27, 2009

Criatividade

A Criatividade é uma longa família. O pai – Criativo – foi pai e mãe do então embrião. Depressa se multiplicou e que, assim, deu origem a variadas mas interligadas extensões. Já volto a esta questão.
Dizia eu que o crescimento da família foi tão sustentado e por isso forte, que deu azo a existência de muitos membros com os mais diversos nomes. Hoje há nomes que todos conhecemos e facilmente associamos:
O Criador, entre outros, o Fecundante, Fecundo, Inventivo, Inventor, Gerador, Originador ou o Autor, não passam de esmerados primos, que, numa outra linguagem paralela, são baptizados por sinónimos.
Até aqui, nada de novo, a questão da família está exposta, bem enraizada e recomenda-se.
Agora importa voltar, como o prometido, às várias extensões interligadas e é aqui que, por vezes, existe alguma dúvida, ou pouca preparação, para se efectuar uma abordagem dinâmica e espontânea.
É que os membros desta família são, por natureza, exímios talentosos para com o que se designa por arte. Se abordarmos apenas uma, a escrita, podemos verificar a causa – efeito, sabendo que, por princípio, as bases se aplicam a todas as frentes da outra família que é a Arte. Diria que ambas as famílias – Criatividade e Arte – fazem um casamento perfeito.
Assim, ao conceber algo de novo, tudo, e todas as temáticas, podem ser abordadas. No entanto, para isso, é necessária muita perícia. É preciso que a causa seja sentida e o efeito consiga fazer toda diferença e que acrescente algo de novo, quer a quem, no caso, escreve e, principalmente, a quem lê. Tem que haver uma mensagem. Tem que introduzir interesse e prazer.
E quando isso acontece, na liberdade de criar, qualquer tema é superiormente abordado, resultando, daí, uma mais-valia para todos.
Foi assim, e ainda assim é, que o mundo literário evoluiu, obviamente com reflexos positivos para a sociedade.
O resto, o resto são dogmas embebidos em preconceitos inconscientes e enraizados, contra os quais urge apurar, instigando uma aprendizagem evolutiva e salutar.
Todos ganham e as famílias – Criatividade e Arte – agradecem.

quinta-feira, junho 25, 2009

Na foto de Zarco


(foto tirada da Internet)


Qual navegador fidalgo
De Zarco como nome estreito
Padecendo de algo
Enclausurado no peito.

No silêncio do olhar
Secreto. Elege a faceta
Concreto. Não se deixa resignar
Nesta posse de atleta.

Há uma cara camuflada
Pela barba das tempestades
Onde o pensamento passeia.

Há desígnio de camarada
Na ternura das idades
Mas é a voz que se alteia.

quarta-feira, junho 24, 2009

Cavalo Branco

tinha um cavalo branco
esbelto e inteligente
que a galope artístico
desenhava no chão
as letras da sua intenção
mas Eu discretamente
dava-lhe a mão
para a rédea curta…
pois então!

e de tempos em tempos
vinha mais um pinote
exacerbando a liberdade
que não tinha
mas Eu bem o controlava
vendo e cortando, tudo o que
não concordava
até que um dia
o meu cavalo fugiu

em branco ficou a minha quinta
no branco da ausência e da tristeza
tinha um cavalo branco
que em tanto branco deixou um vazio.

segunda-feira, junho 22, 2009

Convite "Do Mar e de Nós" - Poesia de José-Augusto de Carvalho



O autor, José-Augusto de Carvalho, e a Temas Originais têm o prazer de o convidar a estar presente na sessão de lançamento do livro “Do Mar e de Nós”, a ter lugar na Casa do Alentejo, Rua Portas de Santo Antão, 58, Lisboa, no próximo dia 27 de Junho, pelas 16:00.

Obra e autor serão apresentados por Xavier Zarco.

domingo, junho 21, 2009

Convite “Canção do Exílio” - Poesia de Gonçalo B. de Sousa


O autor, Gonçalo B. de Sousa, e a Temas Originais têm o prazer de o convidar a estar presente na sessão de lançamento do livro “Canção do Exílio”, a ter lugar na Casa do Alentejo, Rua Portas de Santo Antão, 58, Lisboa, no próximo dia 27 de Junho, pelas 19:00.

Obra e autor serão apresentados por José Félix.

sexta-feira, junho 19, 2009

Convite - "Pastoreio" em Lisboa


O autor, José Ribeiro Marto, e a Temas Originais têm o prazer de o convidar a estar presente na sessão de lançamento do livro “Pastoreio”, que recebeu o Prémio Litterarius do Clube Racal de Silves (Poesia), em 2007, a ter lugar no Palácio Galveias, Lisboa, no próximo dia 20 de Junho, pelas 19:30.


Obra e autor serão apresentados por Celeste Lima de Freitas e esta sessão contará com a leitura de poemas por Graça Vasconcelos e Melim Teixeira.


Se puder, divulgue e apareça.

Obrigado

segunda-feira, junho 15, 2009

Crónica sobre o livro "Amor dos Babuínos"

Amor dos Babuínos – de Miguel Cardoso Pereira

Quando recebi este livro, reaprendi aquela velha lição de vida - não devemos ligar aos preconceitos. É que ao ler o título do primeiro capítulo achei que o livro jamais seria editado, porque ninguém escolhe “Hoje acordei morto”. Obviamente que, com a continuação da leitura, ficou mais uma vez provado que os preconceitos são desajustados e, muitas vezes, errados.
Com uma leitura atenta e sentida, porque neste livro não há alternativa, fui descobrindo a inteligência da escrita do Miguel Cardoso Pereira. Disse-o na apresentação, mas posso agora reafirmar, indo até mais longe, dizendo que, se entenderam que queria dizer que o escritor é uma pessoa inteligente, aceito-o e subscrevo. Já agora, justiça seja feita, que escreve muito bem. Fica esse reforço, agora que estamos na altura futebolística de aparecerem aos molhos.
Também concordo com o que disse o Vítor Serpa na apresentação do livro «Para mim é um livro. É isso que os escritores fazem. Não escrevem romances, escrevem livros.» Embora a sociedade não abdique de rótulos e este “Amor dos Babuínos” possa ser rotulado de Romance.
Hoje, dois dias após o lançamento, é-me grato ler no jornal “A Bola” o destaque merecido e, com alegria, o meu pensamento empurra-me para todo o trabalho dedicado do Miguel, para o apoio dos seus amigos que, julgo nunca lhe recusaram e para os pormenores que passam ao lado de quem compra este livro e, nesse aspecto, recordo, como exemplo, a forma engraçada e empenhada como foi conseguida a foto da capa pelo próprio Miguel e pelo nosso amigo Gonçalo Lobo Pinheiro, um fotojornalista de grande craveira que também tem o dom da escrita, no caso, na poesia.
Enfim, recordações e apostas, que, um dia, me trarão um sorriso gigante de satisfação e de o dever cumprido.
Hoje o tempo é de alegria e de trabalho, amanhã quando o Miguel Cardoso Pereira for mundialmente conhecido espero poder afirmar – Ele é meu amigo. E para os amigos queremos o melhor, independentemente se estiverem connosco ou mais distantes. Certo, certo é que este rapaz vai longe neste caminho que, pela frente, o desafia. E disso tenho a certeza, não engana, porque o moço é mesmo bom.
Agora vamos lá a trocar essa notinha de dez euros por um punhado de palavras mágicas entre o amor e a morte que o “Amor dos Babuínos” nos entrega com uma dedicação única.
Boas leituras.

Informações em http://www.temas-originais.pt

(a página 38 do Jornal "A Bola" de 15/06/2009)

domingo, junho 14, 2009

Resquícios

Escorre
o pensamento fugaz
num vácuo de memória.

Nasce a ideia
do homem que ainda sobrevive.

sexta-feira, junho 12, 2009

As palavras sucumbem

As palavras transformam-se
Na magia do nosso querer
As palavras são rostos
Animais, ou flores campestres
Vivem na nossa alma
E brilham na íris de uma criança.
As palavras,
Adormecem na loucura da noite
E ficam presas no sentido
Desse moribundo efeito
As palavras vivem
Amam
E também sucumbem.

domingo, junho 07, 2009

Escola EB1 Heróis do Ultramar – Em Évora

No passado dia 5 de Junho regressei, pela terceira vez, a esta escola de Évora. Já tenho, nos professores, bons amigos e dos meninos os olhares sorridentes de quem sabe receber, partilhar e dar a verdadeira essência de cada um.

Sempre que sou convidado, aceito com alegria, e os momentos que passo junto destas pessoas marcam-me sempre de uma forma especial.

Eles dizem-me que aprendem comigo, e eu, confesso que aprendo muito mais com eles do que alguma vez possam imaginar, porque estar junto de tantas crianças tem uma magia única.

E hoje escrevo, neste meu sítio, uma pequena história que, orgulhosamente, faço questão de partilhar:

Como sempre, quer os alunos quer os professores, receberam-me com um carinho encantador e, como se tanto não bastasse, ainda fazem alguns trabalhos que me dedicam e/ou oferecem.

Desta vez, entre outras coisas, ofereceram-me um dossier recheado de poemas feitos pelos alunos. Ao receber este prémio, prometi-lhes que escolheria um para partilhar no meu espaço na Internet.

Não foi uma escolha fácil, até porque vos falo de crianças de tenra idade, que escrevem com o coração, com as palavras cheias de verdade e emoção, e que são, todas, merecedoras de um destaque justíssimo.

Ainda assim, escolhi um poema, quer pelo poema em si, mas especialmente pela história escondida que existe por detrás desse escrito e que faz toda a diferença. Conto-vos rapidamente:

Quando fiz minha primeira visita, alunos e professores, elaboram um excelente trabalho sobre a poesia, e em especial, sobre o meu primeiro livro “Vinte e Cinco Minutos de Fantasia” e o Gonçalo confidenciou à sua professora qualquer coisa assim: - “a poesia é tão difícil que eu nunca conseguirei escrever um poema”.

Nada mais quero acrescentar, apenas um gosto especial de poder partilhar este poema, escrito na escola e de uma forma bastante rápida (faz-me lembrar alguém):


Criança

Ser criança é ser amor
É brincar com os amigos
E não sentir dor
É fazer parte de um Mundo à parte do Mundo

Ser criança é morrer e ressuscitar nos momentos difíceis
É saber crescer com uma mão amiga
É saber viver nos momentos mais emocionantes
É saber ter vida

Ser criança é viver para sempre
Ser criança é ter esperança
Ser criança é ser amada
Ser criança é pura e simplesmente ser criança.

Gonçalo (9 anos)
3.º Ano