quarta-feira, outubro 31, 2007

31 De Outubro de um ano qualquer…

É hoje que mais um ano passa… e já foram tantos que desisti de os contar. Estou cansado, abatido pelo tempo das controvérsias, pelas vicissitudes de uma vida vivida no limite da aventura e da ilusão…
Estou farto de viver suprimido do meu mundo, de viver escondido ou de fazer parte das noites desertas em que todos se ausentam nas viagens dos sonhos explorados.
Monólogos de tristeza, de alegrias fingidas ou de reflexões ponderadas mas que carecem de uma sustentação real e imparcial.
Não existe ninguém que possa ajudar-me! Estou farto de gritar… com os meus pedidos de ajuda, estou cansado de gemer de dor por não conseguir chegar a lado algum… se é que de dor posso falar.
Já não tenho o prazer de entrar nos corpos e assumir as suas identidades, de tantas vezes o ter feito… nada, mas nada mesmo me dá o alimento que possa sustentar a minha loucura neste mundo estéril… mesmo que troque os sentidos, nada, sustenta a carência estéril neste mundo louco e nem tão pouco, o posso dizer.
31 De Outubro de um ano qualquer perdido no século passado… morri! (Acho que morri ou então nasci, já nem sei de tão confuso estar.)
Sei que me tornei no fantasma esquecido, órfão de sucessos e de magias das noites longas ou dos dias apetecidos…
Tenho saudades! Se é que posso dize-lo, se é que um fantasma nutre qualquer espécie de sentimento…
Recordo as brincadeiras, os amigos que visito sem que eles saibam (embora poucos, muito poucos o sintam e não o assumam), recordo os amores, as viagens ao universo das fábulas do Ser ou os tempos que a memória guarda fixamente…
Ainda hoje, anos depois, sinto a vontade de voltar ao mundo real, mesmo que impedido do meu Eu, da minha Alma.
Mesmo que a memória apague o ano quero voltar para lembrar o dia que fechou a minha passagem pela terra, mesmo que recorra a outro corpo para escrever, pois só assim consigo mostrar-me num todo ou parte de mim, ponderado nesta mensagem sem destino predefinido.
Perdoem-me os incautos e os incrédulos por esta manifestação, para eles anuncio-me na data de 31 de Outubro de 1929, data da minha morte… podeis ver-me como o 6.º Presidente da República de Portugal cujo nome como sabeis é de António José de Almeida.
Mas se no ano me enganei, se na morte confiei por erro e ou por troca o fiz, (insisto, já não sei de tão confuso estar) vos direi que se neste dia nasci, então fugirei para o ano de 1902 e assumirei o perfil de Carlos Drummond de Andrade nascido em (Itabira) Minas Gerais no Brasil, Poeta por opção, e assim justifico a minha presença e desejo numa escrita feita de conto…
Seja como for, mais um ano passa e estou exausto, das histórias polémicas inventadas e das oportunidades por acontecer, para que seja reposta toda a verdade, a verdade roubada que não tive em vida e que por falta dela paguei e a verdade ludibriada depois da minha morte!
Voltei para vos dizer que agora já nada me interessa, já nada interfere porque agora sou apenas mais uma estátua algures despercebida.
Perdoem-me! Voltar aqui e assim…


Lisboa, 31 De Outubro de 2007

segunda-feira, outubro 29, 2007

Voltei…

Já percorri o caminho da solidão, todo, numa maratona sofrida. Já adormeci os meus ímpetos mais vorazes e acalmei a imaturidade do meu Ser…
Curei-me das doenças sociais, obriguei-me a olhar-me, a viver e a conviver com os meus defeitos!

Senti saudades do calor das amizades e das esperanças dos poemas feitos pela emoção da criança que existe dentro de nós, senti na ausência a distância deste mundo…

E no tempo de solidão restou-me um tempo escondido para viajar incógnito na fantasia de um marinheiro corajoso ou na pele de outro mensageiro eficaz na busca das palavras e dos sentimentos que elas nos trazem, pois são elas que nos fazem sorrir ou chorar, são elas que nos matam a esperança ou nos adormecem o desejo…

Voltei… á procura do meu prazer! Um beijo teu, um poema meu, ou um espaço por preencher… pela necessidade do ego solitário, ou da razão na paixão da vida transmitida pelas vibrações num elo do nosso desejo…

Acordei e quero que acordes comigo (se algum dia adormeceste…). Trouxe a noite de um Outono triste e só, que na mudança da hora parecia uma solução, parecia que encurtava os dias que nos separavam…

O meu sorriso (que não vês, mas imaginas) é construído por desejos deste pequeno momento em que volto á vida, em que o meu corpo se exprime em movimentos alegres… é agora que volto a ser completo, entre as palavras e os sentimentos…

Voltei! Em cada palavra estarei a olhar-te, em cada frase estarei submissamente escondido á espera que entendas o seu propósito e numa poesia qualquer irei mostrar-me mais ou numa disfarçada prosa poética gritarei as sensações da minha tímida alma. Voltei para ser simplesmente teu! Teu… e de todos!

domingo, outubro 28, 2007

Dono do Mundo

Procurei o dono do mundo
queria saber quem manda
na alegria
na emoção contida
na razão
na ilusão de cada dia…
Queria conhecer
tão poderoso
que comanda a vida
que decide entre o sim e o não…
E os caminhos que percorri
levaram-me
(a pergunta)
trouxeram-me
(a resposta)
na simplicidade das coisas
descobri…
O dono do mundo
é o coração
mas quem manda aqui
é o pensamento
que compõe o querer
de cada um…

Em cada coração
em cada pensamento
entre muitos, corpos
há um dono do mundo…

(do seu mundo…)

sexta-feira, outubro 26, 2007

Procura

Dá-me a tua mão
voa comigo
deixemo-nos planar
por baixo do céu estrelado
por cima da prata do mar
dá-me a tua mão
e encontra comigo
a palavra que procuras

os sentimentos profundos
na eleição de cada momento
mão amiga…
corpo faminto…
no gesto que invento
no rosto dos nossos mundos!

Procura…

Que a vida está dentro de ti!




Dueto com a minha amiga Vanda Paz em 23/10/2007

Obrigado Vanda, um beijo para ti.

quinta-feira, outubro 25, 2007

Noite de Lua Cheia!

Hoje vesti-me de Lua!
E de intensa luz no topo do mundo olhei para o planeta, na procura do meu lugar junto de ti! A noite escura escondeu-me algumas estradas de outras aventuras, mas a minha determinação era encontrar-te onde quer que estivesses a dormir num sono tranquilo. Percorri os infinitos lugares, passei por terras ainda por descobrir, cidades de betão, por montanhas, vales e rios de maresias.
A noite sedutora teve-me nos seus braços de capim, embalando-me a carência do meu querer em movimentos de emoção. Congratulando-se de sensações existenciais e no silêncio cúmplice trocamos desejos por realizar, numa parceria de uma dimensão universal. Em conjunto, enamoramos a vida até ao infinito. Não demos tempo ao tempo que passou, que nos fugiu entre a tua solidão de noite e a minha luz de lua. A noite em consciência afastou-se lentamente numa despedida suave, num até depois… a lua, veste minha, foi perdendo as roupas com que me vestia, perdendo assim a candura e a clarividência do meu momento. Na intimidade do silêncio fui-me transformando num corpo adormecido que acordou ao teu lado naquele quarto fechado.
Vou guardar-te segredo! Farpela de lua e abrigo da noite…

quarta-feira, outubro 24, 2007

Uma Palavra!

Uma mente sã e aberta procura na sua essência a sua própria razão de viver em cada minuto a magia mais escondida e bela, que de tão bela ser consegue iludir a sua presença.


É na afinidade do intelecto que me chamas em gritos de vácuo, num conceito da procura ou do querer. Estás só. Em teu redor existe uma imensidão de movimentos tumultuosos que te abraçam e despedaçam a liberdade de dares o teu perfume sabático…
As folhas da tua alma murmuram a palavra Outono quando se despem deixando a tua imaginação nua. Buscas o conforto num abrigo afoito na cadência do teu ego e assim, só assim és tu!


Buscas a palavra mágica que adorna o teu simples estar, apenas porque existes… sapiente, guardas a palavra que queres, entendes o seu significado em cada fragmento em cada vertente intelectual ou sentimental.


Podes reunir as energias de um todo e numa chama branda deixares-te estar nessa cabana de jejum inexequível que nada acontecerá sem queres… pensa em ti!


No âmago do teu Ser, sente a fluidez… respira e solta a palavra, apenas uma palavra!

segunda-feira, outubro 22, 2007

Pirata do Mundo

Estou ancorado ao porto
de abrigo demente
sou um barco pirata
de créditos efémeros
em que trago
tripulantes da espada
perdida…
Pompeio bandeiras do nunca
em esmeradas lacunas
sou um sonho perseguido
sou um acto por cumprir…
Envolvo-me nas marés
percorrendo um mundo imaginário
de lés a lés
entre as mazelas do sempre
e as apatias da solidão negada
sou um pirata
discordante
disfarçado…
Aguardo o assalto ao tempo
o momento oportuno
de resgatar ao mundo…

Meu tesouro profundo!

Sou o abrigo pirata
o barco demente
vestido de pomposa
anormalidade…

Sou o pirata do mundo!

domingo, outubro 21, 2007

Paulo Afonso & Manuela Fonseca


















Olho em redor,
vejo melodias…
Vejo histórias
sinto a dor!
Vejo nos teus dias
o mar…
A ânsia do querer
vejo o teu lutar
o interior do teu Ser
perdoa-me! Vejo o teu amor.

Essência da tua pessoa
da tua amizade
por seres como és… Assim!

A voz que soa…
A melodia da verdade
uma amiga para mim!

20/10/07 por Paulo Afonso


Encontros outonais
São como histórias de fiar
Olhares cúmplices
Arredondam
As árvores de ficar
Que sombreadas
Oferecem o bem-estar
Com o destino traçado

Quatro corpos
Identidades opostas
Reúnem troncos centenários
Encostados ao azul
De um Tejo
Que te observa
Que nos abençoa
E que nunca nos separa
No maior mundo
De todos os mundos

- A Amizade!



20/10/07 por Manuela Fonseca

quinta-feira, outubro 18, 2007

Libertino

Vejo estrelas…
num pequeno horizonte
vejo os gestos,
as malícias
e os desejos…
serão elas…
estrelas do monte
fingidas de carícias
em busca do teu prazer?

Beijos…
Sorrisos…

Crenças que não existem
na epopeia do sentido
do segredo em que vivem
no passo perdido…

E existem assim,
numa montra artificial
num consumismo banal
Perdão! Mas, não são para mim.

Beijos envoltos na brisa
da solidão…
provocam sorrisos
de ilusão!

Vejo estrelas…

Afeiçoada imaginação!

(Fazem viver a alucinação…
fazem crescer a profissão!)

domingo, outubro 14, 2007

Parente pobre

Sou o parente pobre da sociedade e isso basta-me!
Não tenho bens que façam emergir desconfianças
ou que provoquem disputas
não tenho nada que ultrapasse a simplicidade
de um pobre da sociedade!
Ergo-me de essências
e de pequenos desejos invisíveis
apagados pelas ganâncias do Ser.

Circundado por um mítico fingir
na aparência das coisas…
das cidades de aventura
dos sabedores da razão
e das realidades escondidas
em que me deixo
aos sabores das malícias indeferidas.
Sou o parente pobre
das extemporâneas razões sociais
e das guerras silenciosas.

Vou passando…
meio esfarrapado
meio contundido
de sorriso esboçado
meio perdido
e ainda assim vou amando…

Resta-me pouco!

Aos que me olham
resta-me ser pobre e louco…

(Sendo vosso parente)

não conseguem perceber
a pobreza das suas próprias almas…

sexta-feira, outubro 12, 2007

Trilhos

Sozinho…
Caminho pela estrada da busca
do conhecimento
na procura da razão
da razão do momento
de existir…
da pobreza…
da doença…
da fome…
da guerra…
que não consigo aceitar
não consigo compreender.
E os caminhos cruzam-se
baralham-me…
endoidecem-me…
escondem-me a força
o poder de mudar.
Sozinho…
Sou um nada
por aqui
ou por qualquer caminho!

quarta-feira, outubro 10, 2007

Pura Loucura

Peguei nas chaves do carro sem pensar no meu destino. Tinha a ávida necessidade de guiar, por ser algo que realmente me dava prazer e por ter um efeito calmante em mim.
O dia tinha sido delicado. Há dias assim, em que tudo é o que não queremos, em que tudo acontece em cascata… afundando-nos também.
Já no carro e ao som da música erudita deixei o meu pensamento vaguear em desejos banais e por projectos simplesmente normais, tal não era o meu estado de espírito. Pobre coitado! A minha esperança erguia-se com a noite, o luar seria um bom conselheiro e uma praia deserta talvez me devolvesse a sensatez de começar um novo dia, pronto para as intempéries da vida e predisposto a começar tudo com a energia de um novato aprendiz de feiticeiro.
Percorri a distancia que me separava entre a realidade e a loucura, entrei sem pedir, sem ser visto e acomodei-me no primeiro lugar fantasia que encontrei vago.
A loucura é um lugar comum para muitos, mas para mim, incipiente nestas andanças era uma experiência tímida e fugaz, sem malícia e sem pudor…
Finalmente sentia-me livre, totalmente livre, só possível em plena loucura. Depressa apagará o recente passado e imaginava-me no paraíso, construído assim á pressa e sem os detalhes que a vida real exige, coisas só possíveis em activa recuperação da mente e do corpo. Afastará a agonia, primeira medida após entrar na loucura e depressa tinha passado para a segunda fase, a da idealização do nosso espaço inconsciente e benévolo, que nos arrasta para a realização moral e nos recupera para e da realidade diária. Mente e corpo. Na loucura as coisas corriam-me bem… ufa em algum lugar e a qualquer momento tinha que ser, bolas!
O pior foi no dia seguinte, as pessoas quando me viam tentavam adivinhar a minha noite, pelas olheiras, disparavam hipóteses redondas de curiosidade, uns apostavam numa noite de discoteca e uns copos valentes, outros numa noite dormida á pressa e os mais incrédulos numa noite nas urgências de um hospital qualquer.
O meu sorriso saído da minha alegria natural baralhava-os, por ser um contraste com esse aspecto cansado de quem sofre as incongruências da vida.
Todos ansiavam por uma resposta. E eu, não podia falar-lhes daquele sítio chamado loucura, ninguém iria acreditar, passaria por louco…
Recuperado de mau dia, prontamente a minha imaginação engendrou um cenário… uma longa noite de lua cheia, numa praia quase deserta, eu e a minha sereia, com as ondas a marcarem o compasso de uma historia de amor…
Grande maluco! Grande loucura!
Foi o que consegui arrecadar desses inusitados curiosos que comigo labutam diariamente. Pois é! Pois é… Grande e pura loucura!

segunda-feira, outubro 08, 2007

Traição

O pensamento foi tenaz…
o olhar fugaz
procurou uma vitima vulnerável
uma química de outro sentimento…

um atroz chamamento…

nessa linguagem corporal
de anuncio de jornal
de salto alto da rua…
de qualquer coisa que não fosse tua!

Um dia na tua vida…
não faz mal… tens essa mulher nua
tens esse momento de prazer
nessa colecção
tens a tua traição…

já não és igual.

sábado, outubro 06, 2007

A Velhice

Parei á porta do destino, por tantas ruas que andei e com tantas pessoas me cruzei em gestos impensados e com palavras agridoces, que nem dei pelo tempo passar…
Sempre acreditei que um dia, longínquo dia, eu te encontraria. Sempre te vi como um destino para lá de Marte e nem sequer questionei a minha loucura…
Oh! Louco de emoção, por estar á tua porta, por estar contigo, num tempo quase parado e em que me sobra quase tudo… apenas falta-me a agilidade do meu corpo torneado de outros tempos…
Nem sei se foi o destino que se cruzou com a minha velhice ou se foi ao contrário, nem sei se posso almejar o futuro.
Hoje interiorizei a tua imagem de sapiência e de cautela disfarçada, agarrei o teu silêncio na bravura desse espaço suave… hoje comecei um novo ciclo.
Agora, deixa-me desfrutar os momentos. Deixa-me mesmo que não queiras…

sexta-feira, outubro 05, 2007

Apresento-me…



Sou um conjunto de letras
com que escrevo a minha emoção
sou um sorriso constante
numa alegria que ofereço
sou o rapaz brincalhão
e o homem instante
sou forte
e fraco…
sou a lágrima que foge
na solidão
sou a verdade
a mentira
a liberdade
e a ira
sou o amigo
o actor
e a dor de não estar contigo.
Sou tudo
o que me resta
sou o teu abrigo
feito de escombros…

Encolhe os teus ombros
e aceita-me
entre ilusões e defeitos
que o amanhã
ninguém saberá…

Apresento-me,
sou o momento
o pirata
o conde
o palhaço
o mistério
o jogador
sou um dia
ou uma noite
sou a mente vadia…

Apresento-me… aqui e assim!

quinta-feira, outubro 04, 2007

Escrevo-te...

Escrevo-te,
a palavra sorriso
descrevo-te,
os lábios carnudos
e os dentes que espreitam…
Escrevo-te,
a palavra riso
descrevo-te,
uns lábios carnudos
e uns dentes corajosos
que se mostram escancarados
Escrevo-te
a palavra alegria
descrevo-te
uns olhos brilhantes
num rosto jovial
onde sobressaem…
as palavras sorriso,
riso…
Escrevo-te,
a palavra mundo
descrevo-te…

segunda-feira, outubro 01, 2007

Tertúlia do Eu!



É rodeado de pessoas que gosto de estar, numa oratória temática influente em que cada oponente pode ser o seu verdadeiro Eu!
Num espaço que avalia, emitindo uma opinião por vezes silenciosa, tão silenciosa que se aconchega no meu ego negativo e produz verdadeiras barreiras de luz, em que me obrigo a entrar…
E em contrapartida, vão aparecendo as outras opiniões, visíveis que batem no reflexo do meu desejo e em que provocam uma embriaguez temporária ao meu ego positivo. Deixo o tempo passar, pois só ele pode trazer-me de volta á realidade!
De qualquer modo, gosto do que me rodeia. Adoro ultrapassar os horizontes e quebrar as barreiras dos medos, gosto de coleccionar segredos e ainda me sobra o desejo em que fujo para o espaço de ninguém para poder inventar. Invento o escritor que finge o sentimento de cada tema, de cada palavra, invento a sedutora que faz de cada momento um teste a si própria, invento o actor que tenta representar o texto que o escritor imaginou… invento sem qualquer sintoma de fadiga, sem qualquer dor de sacrifício.
Amo cada tertúlia, como quem ama as pessoas que o rodeiam mesmo que sejam apenas e só meros personagens de uma pequena história ainda em construção.
Amo o prazer que tenho no gozo que me dá em ser simplesmente Eu!
Obrigo-me a confessar, nas muitas tertúlias que faço com os meus personagens imaginários do meu querer… como um sedento louco, numa verdadeira assembleia em que antecipadamente vejo o seu final.
Só assim consigo iludir as minhas sequelas sociais entrando pela porta dos sonhos e percorrendo os caminhos da alegria, e tudo isto, pode estar por detrás de um conjunto de palavras, soltas da razão e agregadas a um simples sorriso. Que hei-de fazer de mim?
Se o meu dom é sorrir e a minha sorte é ser feliz…