quarta-feira, julho 31, 2013

quinta-feira, julho 25, 2013

Rádio Sesimbra FM - Entrevista


24 de Julho de 2013 - Feira do Livro de Sesimbra - Entrevista de Miguel Silva

Sobre a Lua de Marfim Editora

sexta-feira, julho 19, 2013

Boa noite


Hoje não tenho palavras para dar. Tinha tantas palavras e com o vento acabei por fazer um abrigo sem janelas. Hoje não tenho frio. Tenho um abrigo. Hoje tenho as mãos cheias de nada. Nada, para mim, é mais que um mundo da palavra. Nada é um tempo que nunca termina. Nada é sempre o que ofereço em cada noite que aqui adormeço. Por vezes, tenho frio e o vento dança nos olhos da noite, outras vezes, tenho tantas palavras que fogem desse olhar que mora longe.

Hoje não tenho tristeza. A tristeza é uma prisão que castiga as horas. Hoje não tenho tempo para esbanjar castigos. Nem as palavras voam nos ventos da noite se não tiverem asas brancas. Hoje tenho asas brancas e todo o tempo do mundo. Sem a prisão, sem os castigos.

Hoje, em boa verdade, tenho mais que muitas palavras. Tenho um trevo de quatro folhas que olha por mim. Tenho beijos de açúcar e abraços de mel. Tenho luz. Hoje não tenho palavras para dar, mas tenho amor, o amor de querer viver dentro das palavras, sem ventos, sem frio e de mãos cheias de nadas... Hoje não! Não tenho palavras para dar. Perdão! Perdão, deixo cair devagarinho as duas palavras do costume. Apenas duas. Só duas. Hoje não! Não tenho mais, mais que um tímido boa noite.

domingo, julho 14, 2013

Entrevista em Alverca

http://www.youtube.com/watch?v=1DpZiWvFn2Y&feature=share


13 de Julho de 2013 no Núcleo Museológico de Alverca
antes da apresentação do livro de poesia "Desigual" de Ricardo Bragança Silveira
Entrevista feita por Adriano Brás Carvalho Pires

quinta-feira, julho 11, 2013

VOZES DA NOITE em novo horário


Partilhe connosco as suas descobertas, as preocupações, coisas positivas que descobriu e que podem ajudar outras pessoas.

Diga-nos, por favor, o que pensa do que vê pelo mundo.

Escolha o tema e fale do que sabe! Do que viu! Do que sentiu, porque este programa “Vozes da Noite” na sua rádio RQCVD é feito de emoções, experiências e de partilha.

http://www.radioqc.com/

quinta-feira, julho 04, 2013

Quero ser LIVRO


Quando for grande, muito grande, quero ser livro. Mas nunca serei um livro qualquer!
A capa será simples, muito simples, e só com uma ou duas cores. As letras serão mínimas. Tão mínimas como eu sou por dentro das minhas mãos.
E por dentro, deste meu livro, existirá o mundo. O meu mundo. Não um mundo qualquer, nem o mundo que todos conhecem. Haverá histórias de encantar e receitas para todos serem felizes. Terá muito amor para dar e muitos jogos de palavras. Um livro feito vida e nunca uma vida feita livro e será tão infinito como eu sou por dentro dos olhos que moram nos corpos em meu redor. E acabará na página 80. Nela estará escrita a palavra fim. Fim. Um fim depois da frase; “e já exausto, abandonou o dia. Todos os dias saudaram-no com uma vénia. Um sinal de respeito e admiração pelas palavras que fez vida. Seguiu o seu caminho num outro patamar, meio escuro e invisível, deixando um aceno de despedida e proferindo as suas últimas palavras – Boa noite. – E nunca mais foi visto...”
E isolada e bem centrada estará firme a palavra FIM.

segunda-feira, julho 01, 2013

"Alma em Fogo" de Paulo Nogueira



BOM DIA
 
Bom dia amor
obriguei-me a ver o rio
tentei vislumbrar se o mar chegava ali
quis crer que sim
que abraçava o que outrora abraçámos
os quatro cantos
os sete mares
Hoje
sem retorno
sós
voltámos ao ponto de Partida
com saudade
com mágoa
Venceram os imitadores
sem glória
perdida a esperança,
 
às vezes chove.
Sabes,
já te vi vencido
e venceste tu
já te vi triste
e o nosso calor era o teu
e esqueceste
a dor
d’alma
Subimos ao topo da montanha
dormimos sobre as rochas
edificámos uma torre
não para chegar ao céu
ou admirar os astros
que o tempo não tinha chegado
mas para guiar os nossos e os outros
Não nos agradeceram
não nos deram água a beber
perdida a esperança,
às vezes chove.
 
Já sabes porque sorris,
 
às vezes chove.



Vídeo de Luís Pereira
Poema e Voz de Paulo Nogueira

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