sábado, junho 30, 2007

DEVOLUÇÃO




Devolve-me o mar
O azul salgado
A espuma, o rosto molhado
Do silêncio ausente.
Devolve-me o sentido
Algures perdido
Vagabundo do teu imaginário
Um presente
Que julgavas teu
“Filho” da tua mente.

Devolve-me a água
Devolve-me o horizonte
Devolve-me a ideia.
Brinca na areia
De rosto transparente
Recebo carente
Tudo o que devolves.
Tenho a noção, tenho o mar
Tenho a expressão desse olhar
Do grito onde me envolves!

segunda-feira, junho 25, 2007

Existência



Uma flor
Uma noite de calor
Uma lua presente
Que vê o que um homem sente…

Uma mulher
Um sorriso de prazer
Um cúmplice olhar
E um momento para dar…

A vida não tem limites!

O pensamento que conduz
O peito que imite um som
O gesto que seduz
Não é o que parece...

Murmúrios de palha
Rimas de odor
A fonte que espalha
E a vida acontece…

25/06/07 – Paulo Afonso

sábado, junho 23, 2007

Nota de Rodapé

Quem me conhece, sabe que escrever é para mim um prazer, pois é um momento de inspiração e de criação sublime em que o desafio interior é mais forte e emocionante do que possa transparecer nas linhas que deixo preenchidas.

Quem conhece o que escrevo, sabe que gosto de escrever quando a noite acalma, gosto da companhia de uma música de qualidade e de harmonia (neste momento em que escrevo oiço os Monges Budistas), pois escrever é esta a forma que há muitos anos encontrei para relaxar e “carregar baterias”.

Quem quiser ler o que escrevo, poderá perceber com facilidade que é uma escrita acessível e sucinta, que aborda os temas escolhidos sem qualquer critério específico, de uma forma suave, em que deixa espaço ou um convite para o desenvolvimento, porque o objectivo é apenas abordar um tema e em simultâneo deixar uma pequena marca pessoal, vulgarmente conhecida como opinião.

Quem, já leu ou que comece neste instante a ler pela primeira vez o que escrevo, saiba que não é dado qualquer conceito político, religioso ou científico e é apenas uma opinião pessoal derivada pela forma de ver o tema em questão. Não quero influenciar, prejudicar ou beneficiar e é somente na qualidade de cidadão livre que o faço.

Quem não concordar ou não gostar, saiba que merece todo o meu respeito, porque a sociedade é feita de diferenças.

Quero agradecer-vos por existirem e perderem o vosso precioso tempo a lerem estas simples linhas.

Obrigado

ESTRANHA FORMA...

21 de Março comemora-se o dia mundial da Poesia, para que fique esse registo personalizado, deixo a minha marca…num poema sobre a Poesia ou como alguns olhos a vêem…



ESTRANHA FORMA...

Procuro nas letras, coloridas
A amplitude do desejo
Estranha forma que protejo
Em forma de razão.
Defendo, o meu sentido
Até me sentir perdido
Estranha forma, estranha...
Que foge da ilusão
Procurando outra qualquer forma
Nesta estranha, estranha sensação.

As cores, entristecem
E os desejos fogem
Quando a luz se apaga.
Se a vida é a minha mágoa
Estranha forma, de viver
De sorriso estampado ao amanhecer
É um fogo posto.
As alegrias distantes e perdidas
Procuram quase esquecidas
Sem encontrarem o meu rosto.

sexta-feira, junho 22, 2007

Eu me denuncio!

Escrever é difícil! Escrever sobre nós consegue ser ainda mais difícil e problemático.

Deixamos alguma imparcialidade esquecida, voamos sobre a imaginação, misturando realidades com desejos, trocamos fantasias e sem noção vamos mais além. Vou tentar escrever sobre mim, pela primeira vez, sem promessas de que conseguirei fugir do que descrevi…

Escrevo, porque a minha mente pede. Respeito. Porque o respeito é um estado de alma temporário. Confesso que por egoísmo consigo respeitar os desejos de uma mente sedenta, como sedenta está a alma, que de lucidez tem a noção do meu próprio egoísmo.

Sou um egoísta assumido e pronto! Em cada acto, desperto a educação ou a falta dela…porque tudo se resume ao elo que nos liga a nós!

Quem sou eu? Se não mais que um espelho do desejo encoberto que assim esconde a oportunidade de mostrar o verdadeiro Eu!

Porque sê-lo? Descortês, pertence ao elo da paixão e do egoísmo, da discórdia e da timidez de sê-lo. Porquê sê-lo?

Não contemplo os meus bens, nem os desejo porque os tenho. No entanto considero os bens alheios e os desejos sem os precisar, por pura malícia como se um jogo fosse!

A frontalidade poderia ser um bem em meu poder e no entanto nem isso sei usar, para que me serve algo se não sei usar?

Sou uma panóplia de defeitos! Sou um segredo, por tudo o que mencionei e nunca quis que fosse revelado.

Sou um composto sem significado, com um prazo de validade ocultado, que ignoro. Não consigo saber, nem quero.

Sou alegre, não por sorrir, mas por poder jogar e sou triste, não por chorar mas por jogar e perder. Tenho esse capricho na vida, trato-a com simplicidade como com simplicidade escrevo de mim!

É tudo tão simples, que até tu podes desconfiar de mim…

Paulo Afonso

18 de Dezembro de 2006

quarta-feira, junho 20, 2007

Noctâmbulo

Acordei
De uma noite de luar
De uma noite sem lei
Sem receios de amar.
De nada sei
Do ventre do sonho
Nada direi
Nada…suponho


Olhos de luz
Sabor que seduz
Se o paraíso é o cais
O meu corpo, não sei…
Se é barco, mar ou o Rei
Se é tudo ou nada demais.


E o vento foge
E o ontem é hoje
E a noite acabada
Brota murmúrios roucos
E todos somos poucos
Nesta vida malfadada.


Oiço uma voz
Que faz a chamada
Que grita por nós
De uma forma fechada.


A noite fugiu
O meu corpo morreu
O momento ruiu
E o dia agora é teu…

segunda-feira, junho 18, 2007

Sonho Vazio

Outrora sinfonia…
Em deliro ouvia
Em delírio…ouvia

O maestro encantador
Engenheiro ou doutor
Maravilha da sétima arte
Ser de Marte…

E desenhei um castelo,

Com muralhas de feitiço
Portão de cetim
Escadas de desperdiço
Tudo por ti!
Tudo…por ti!

E o mundo moveu-se
E o castelo abarcaria
E a história perdeu-se
E tudo perdi!



Paulo Afonso 18/06/2007

domingo, junho 17, 2007

Queria Acordar e Voar!

Queria acordar
E ver neve nas ruas
Ver belas paisagens
Sentir alegrias tuas
Sem serem, meras miragens.
Queria acordar
Queria voar
Para ver o mundo crescer
A amizade…
O sentimento da verdade
O amor…
O oculto do culto.
Queria acordar
Sair debaixo desse pano
E ler nos teus olhos
A felicidade.
Queria voar
Imune
Queria acordar.

Um dia você aprende que...

Este texto nunca foi de Shakespeare. É um poema da autora norte americana Verónica A. Shoffstall e Judith B. Evans.




(Some credit Shakespeare; however, authorship is disputed between Veronica A. Shoffstall and Judith B. Evans.)

sábado, junho 16, 2007

Como escrever um livro!

Aprenda a escrever com estas dicas de técnicas e estilo dadas por um autor de cinco livros e centenas de crónicas e artigos.



RENDAS DE BILROS

RENDAS DE BILROS


Alegrias dos olhos
São as vistosas rendas
Que marcam uma tradição
Um povo…
São mãos de mulheres
Fabricando carinhos
Tecidas com historia
Ex-Libris da cidade (Peniche)
São rendas de Bilros.
Através dos séculos
Foram sustento
Arte,
Abrigo do vento
Criação e paixão
Razão ou vaga.
Dos olhos,
Alegrias
Que o tempo
Não apaga.

sexta-feira, junho 15, 2007

A Minha Lisboa

A MINHA LISBOA

Do Chiado, desço a rua do alecrim
Caminhando pelo meu próprio pé
Onde me cruzo com tantos outros
Que apressados seguem o seu caminho
Quase sem olharem para ninguém.
Lá em baixo espreita-nos o Tejo
Que com o seu sorriso de prata
Deixa os cacilheiros trocarem de margens
Emprestando toda s sua serenidade,
A esta Lisboa.
Paro no meio daquela rua de contrastes
Estranhamente emocionado e até confuso,
Em cima, o Chiado movimentado
Em baixo, o Cais do Sodré impaciente.
Sinto-me atado
E preso de contente
Por pertencer,
Por poder ser…desta cidade do Fado.

Na confusão daquela zona
Aprecio, num acto de solidão
Admiro, como os opostos emergem
Agarram-me e empurram-me
Atraem-me…
Como me stressam e acalmam,
Como se de estranho nada houvesse.

(A minha Lisboa…)

In “Vinte e Cinco Minutos de Fantasia” Paulo Afonso

terça-feira, junho 12, 2007

Sociedade Presente (Séc. XXI)

SOCIEDADE PRESENTE

Trocamos ideias
Descobrimos novas situações
Rimos,
Como é justo aprender
Como é singular ensinar.
Troco o sangue que corre nas veias
Para alimentar todos corações
E fugimos…
Deixamos a fogueira acender
Criamos, desenhamos o ambiente
E não estamos sós
É este o mundo em que vivemos
Que se aproxima,
Do que queremos.
Óbvia razão
Para que lutemos por vós…
Que nunca ousais reclamar
Vivemos na exaustão
No limiar.
Perdoem-nos,
Por não sermos iguais.

sexta-feira, junho 08, 2007

A carta que nunca mostrei…

A carta que nunca mostrei…


Se eu pudesse dizer-te o que penso e o que sinto…se ao menos tivesse um segundo de coragem, quando os meus olhos se cruzassem com os teus, ai se eu pudesse ir ao limite do meu sonho, enfeitar a tua imagem luzidia e espontânea com pétalas de inocência e perfume de paixão, que guardo com carinho no tesouro do meu memorial, ai se ao menos pudesse seguir os meus instintos mais desmedidos sem o receio de perder-te definitivamente, antes de ter-te… soltaria o meu maior segredo que guardo com a esperança de realiza-lo, oh segredo tímido ou tímido sentimento, oh movimento intelectual constante enrolado no meu consciente com uma ternura presa, que provoca aguçados apetites, cora e suspende qualquer atitude irreflectida mas desejada, ladeada com o pensamento mais atroz, o de simplesmente não acreditar, que poderei ser feliz.
Ai se pudesse…libertar-me do sonho por realizar e concretiza-lo, libertar-me do pesadelo escondido e reprimido de não poder exercer o sentimento puro e simples de um ser humano natural.
Ai se pudesse, mudar o mundo para chegar até ti, sonhar indeterminadamente que é possível estar ao teu lado permanentemente, apenas com um som altivo e assumido de uma palavra-chave – AMO-TE – o meu mundo mudaria, a felicidade seria a minha maior amiga.
Ai se pudesse dar aquele passo, dizer-te aquela palavra, soltar-te o meu charme para entrelaça-lo com o teu.
Ai se pudesse soltar a imaginação em conjunto, mover os desejos em simultâneo e descansar nos teus braços acolhedores, a vida começava agora, se pudesse…se tu quisesses…

2005-07-02

sábado, junho 02, 2007

ESTILOS DO ESTILO

ESTILOS DO ESTILO

Estilo ao que vieste, pensador
Ao teu semelhante, irónico
Tratas-me por palavras raras
Loucas e obscenas
Sem tão pouco impedi-lo.

Dote não pode ser sorte
Inventário moribundo
Escolheste-me ao acaso
Cujo teu nome perdido, fugaz
Interrompe o meu pensamento
E incomoda a minha alma.

Não sou estilo, nem o proponho
Não procurei qualquer estrada
Caminho ou encruzilhada
Nem tão pouco sei se é sonho...

Deixai-me aqui, olisiponense
Deixai-me ser fiel, a vossa gente
Sem estilo próprio, tolerante
Acomodado e incomodado
Apaixonado e intrigado
Crente, medito o presente
Na busca dos valores do amanhã.

Não vos quero sem origem
Quero vosso estilo
Enquadrado com a esperança
Não tenho forma...
Não tenho herança.