Escrever é difícil! Escrever sobre nós consegue ser ainda mais difícil e problemático.
Deixamos alguma imparcialidade esquecida, voamos sobre a imaginação, misturando realidades com desejos, trocamos fantasias e sem noção vamos mais além. Vou tentar escrever sobre mim, pela primeira vez, sem promessas de que conseguirei fugir do que descrevi…
Escrevo, porque a minha mente pede. Respeito. Porque o respeito é um estado de alma temporário. Confesso que por egoísmo consigo respeitar os desejos de uma mente sedenta, como sedenta está a alma, que de lucidez tem a noção do meu próprio egoísmo.
Sou um egoísta assumido e pronto! Em cada acto, desperto a educação ou a falta dela…porque tudo se resume ao elo que nos liga a nós!
Quem sou eu? Se não mais que um espelho do desejo encoberto que assim esconde a oportunidade de mostrar o verdadeiro Eu!
Porque sê-lo? Descortês, pertence ao elo da paixão e do egoísmo, da discórdia e da timidez de sê-lo. Porquê sê-lo?
Não contemplo os meus bens, nem os desejo porque os tenho. No entanto considero os bens alheios e os desejos sem os precisar, por pura malícia como se um jogo fosse!
A frontalidade poderia ser um bem em meu poder e no entanto nem isso sei usar, para que me serve algo se não sei usar?
Sou uma panóplia de defeitos! Sou um segredo, por tudo o que mencionei e nunca quis que fosse revelado.
Sou um composto sem significado, com um prazo de validade ocultado, que ignoro. Não consigo saber, nem quero.
Sou alegre, não por sorrir, mas por poder jogar e sou triste, não por chorar mas por jogar e perder. Tenho esse capricho na vida, trato-a com simplicidade como com simplicidade escrevo de mim!
É tudo tão simples, que até tu podes desconfiar de mim…
Paulo Afonso
18 de Dezembro de 2006
1 comentário:
Na verdade, todos se denunciam...
A escrita revela-nos de alguma forma, querendo ou não... E isso é mágico!
Parabéns pela coragem. Acho que não é fácil escrever sobre si mesmo.
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