segunda-feira, maio 25, 2009

É já no próximo sábado - 30 de Maio



Olá a todos.
No próximo Sábado, dia 30, a editora Temas Originais apresenta mais dois livros de poesia.


O autor, José Félix e a Temas Originais, têm o prazer de o convidar a estar presente na sessão de lançamento do livro: "Teoria do Esquecimento", a ter lugar no Auditório sito ao Campo Grande, 56, Lisboa, no próximo dia 30 de Maio, pelas 16:00.

Obra e autor serão apresentados pelo poeta Rui Sousa


e,


O autor, Paulo Afonso Ramos e a Temas Originais têm o prazer de o convidar a estar presente na sessão de apresentação do livro “Caminho da Vontade”, a ter lugar no auditório sito a Campo Grande n.º 56, Lisboa, no próximo dia 30 de Maio pelas 19.00 horas.

Obra e autor serão apresentados pela Dr.ª Conceição Matos.

A sessão contará com a presença de Inês Ramos, que declamará alguns poemas deste tomo.



Depois dos lançamentos haverá um jantar. Há também a possibilidade de, quem quiser, almoçar no mesmo local. (Restaurante junto ao auditório, no mesmo edifício, que fica no Campo Grande 56 em Lisboa).



Se puder, apareça.


sábado, maio 23, 2009

despedida

ainda tenho a música
no ouvido
e as imagens fantasiadas
plantadas na íris

das palavras
escritas com emoção
retiradas de uma alma
exposta
e a nu o coração desfeito

chegou o momento
doce tormento
desta saudosa

despedida

quinta-feira, maio 21, 2009

Texto de Apresentação - "Caminho da Vontade" - por Xavier Zarco

Conheço o Paulo Afonso Ramos há cerca de um ano. Foi na bela vila alentejana do Alvito, aquando da apresentação de um livro meu: “O livro do regresso” e de um outro do excelente poeta José-Augusto de Carvalho.

Começámos a conversar, a trocar ideias sobre a forma de estar nestas coisas da escrita. Acabei, por sugestão dele, por entrar no grupo Luso-Poemas e tive o prazer de prefaciar e apresentar o seu volume: “Mínimos instantes”.

Não satisfeitos com os meros almoços e jantares que estas coisas propiciam, um bom tempo mais tarde entendemos que era a hora, a tal hora pessoana, de se fazer qualquer coisa de diferente.

Pois bem... armámo-nos em empresários, melhor: em editores. E cá andamos, felizes e contentes, porque mesmo que tenhamos sérias divergências sobre alguns pormenores, estamos safos. Ele para as bandas de Lisboa e eu na minha bela Santa Clara, em Coimbra.

Como escritor, Paulo Afonso Ramos tem, na minha opinião, o mérito de prender o leitor e ade a essa característica o mérito do saber organizar um livro. Torná-lo, não numa compilação de textos, mas num corpo arquitectónico solidamente urdido.

Tal como Antonio Machado, que dizia não existir caminho, mas caminhar, Paulo Afonso Ramos, neste seu: “Caminho da vontade”, preconiza esse princípio.

Mostra-nos portanto um conceito de necessidade de alcançar algo para o valorar. Qualquer coisa, material ou imaterial, só se torna de facto algo para nós a partir do instante em que dela temos noção. Daí a necessidade de aprimorar o conhecimento das coisas do mundo.

Talvez por isso, e digo talvez porque só o autor poderá dizer se essa era ou não a intenção, logo nas páginas iniciais se encontre uma citação de Allan Poe e que é a seguinte:

“Quem sonha de dia tem consciência de muitas coisas que escapam a quem sonha só de noite”

Urge portanto depurar a máscara para a revelação do rosto. A máscara que nos auxilia a enfrentar o dia deve ser qual pedra sob o olhar do escultor. Há que retirar o excesso, criando condições para meditar sobre o que nos rodeia para desta forma se traçarem objectivos, mas sobretudo para que se faça o caminho, aquele que fazemos caminhando, e assim cumprir os desígnios da vontade.

Mas o poeta é um fingidor, escreve Pessoa, portanto tem de haver precaução no que se lê, ou, como diz o povo, saber que nem tudo o que reluz é ouro.

E o poeta inicia o seu caminhar exactamente com essa citação, servindo esta de epígrafe a “O poema enganador”. Mas não é, na minha leitura, um mero aviso ao leitor do que se segue seja ou não fingimento, antes nos recorda de que a poesia é arte e, como tal, criação do Homem, exercício intelectual edificado para fruição do outro.

Paulo Afonso Ramos lega-nos possíveis pistas para esse exercício como, por exemplo, e passo a citar:

“Escrevo com o sangue ainda quente” ou “Escrevo a ideia” ou “E a gente lê o que escreve / sonha” para concluir que “há um poeta que luta (...) / que inventa um novo mundo que nunca teve”.

Nestes quatro excertos de “O poema enganador” há um movimento implícito. Repare-se em “o sangue ainda quente”, como se nos dissesse que recolheu agora, neste momento, sensações da sua vida, digamos assim, normal porque desperto para o espanto, o tal sonhar de dia.

Mas essas sensações têm de ser transformadas, há que torná-las ideia (“escrevo a ideia”) e posteriormente a metamorfose através do sonho (“a gente lê o que escreve / sonha). Recordo estes versos de António Gedeão: “quando o homem sonha / o mundo pula e avança”.

Finalmente, após este processo de depuração, a invenção do mundo, através da acção, o poeta que luta.

Este é o fazer-se caminho pela vontade porque, como refere José Félix no prefácio a esta obra: “a vida é falsa, logo é função da poesia corrigi-la; a vida é vil, cumpre à poesia torná-la sublime; a vida é imperfeita, cumpre à poesia torná-la perfeita poeticamente”.

E cada passo adicionado ao caminho tem um ensejo que se revela no poema “Transmutação” em que o poeta afirma, e passo a citar: “Um dia morrerá o personagem / para que nasça o homem”.

A poesia, embora mundo outro, tem, não direi a obrigação, mas a possibilidade de mudar o mundo. E este é o caminho que só a vontade pode desenhar.

Xavier Zarco

quarta-feira, maio 20, 2009

amor

não quero escrever sobre o amor
aquele amor interminável
que se confunde com o sonho
e nos faz ansiar

não quero
ter uma alma
encostada ao desnorteio
e a permeio
um coração em sobressalto

e assim
não vou escrever
o que se confunde com a dor

amor

terça-feira, maio 19, 2009

ócio (respostas)

e há um homem que pensa
num pensamento de seda
e na sua sede
abre o seu abalo

e no aroma de incenso
quase dançando
enfeita o histerismo que é seu

há o Tejo cuja fonte
é o arado que chamaram esperança.

segunda-feira, maio 18, 2009

Ócio do Negócio

nas margens do Tejo
descanso,
desse cruel lirismo

é esse o trato
entre cada passo.

quarta-feira, maio 13, 2009

(do meu ventre nascerão rosas)

flores
de diversas cores
nascerão
do meu ventre.

entre poesias
rosas aromatizadas
nascerão do mesmo ventre
de um poente
deslumbrado.

rosas flores ou poemas
de um ventre exposto
num parto tónico
entre espadas e pensamentos
nascerão.

do meu ventre,
nascerão acácias
lírios
cravos
nascerão então
as flores de um tempo.

serão rosas?
de um ventre meu?

(nascerão epopeias em flor
do meu ventre rosa-choque
da dor,
de nunca existir).

terça-feira, maio 12, 2009

O incerto pelo certo…

Há cada coisa, que de incerto se faz e se teme, que logo corre e a correr se veste da argúcia do certo… pura ironia do contraste dos estados.

Há uma avidez mórbida de ser e/ou ter um passo cada vez mais constante e certeiro, que chega até a parecer um disparo, quiçá, de morteiro, que, na rebeldia do atirador, se mistura com a vontade e a ganância de ser primeiro e/ou de ser exacto…

Há por magia, nas margens do dia, um iníquo pacto, que reza na voz um poder intranquilo que rouba a noção de quem se diz pupilo da razão.

Há tanta coisa, todas elas amedrontadas pelo incerto, que fogem, sem a devida noção e mergulham num marasmo impopular, que se confundem com o “in” – certo.

Enfim, há cada coisa mais estranha que casa com o perfil mais rebelde desta caminhada de surpresas. Que interessa? Nada. – Digo eu.

São as ganâncias, as invejas do homem, que moldam a passada ajustada a cada corpo que passam nesta curta vida transformada em caminho.

Que interessa? Nada. – Repito eu.

O incerto, que é o momento mágico da vida, é trocado pelo certo e tudo se perde, perdendo-se assim a luminosidade do bom senso para dar lugar ao certo, quiçá, aquilo que passamos uma vida a fugir e de repente percebemos que, ao fugirmos, inconscientemente, passamos uma vida a aproximar-nos.

Não adianta depois, trocar as voltas da vida, para baralharmos o incerto e o certo, para ficarmos com um deles, mesmo que, de pura verdade, nem nós saibamos qual é o que se adapte mais a nós, na medida certa da vida em que nos encontramos.

Que interessa? Nada. – Penso eu.

sábado, maio 09, 2009

Crónica do tempo novo

Há por aí, espalhado no espaço invisível, um tempo novo. Um tempo que nos foge e em que as crianças já não usam as brincadeiras do meu tempo de meninice.

Já ninguém joga às escondidas, à apanhada, ao jogo do lenço ou ao peão e ao berlinde. Já não há crianças que sintam esse tempo nas emoções das horas bem usadas e de boas companhias. Já nada resta desse tempo de memórias bem absorvido pelo tempo novo de comunicações imediatas e sem limites de distâncias.

Há um tempo novo que urge usar no seio da sua própria solidão porque as companhias são distantes e, mesmo que conhecidas, são, maioritariamente, desfrutadas no plano virtual.

Há portanto, neste tempo novo, um telemóvel colado ao corpo e um computador por companhia quase constante e até nem importa a idade de cada um, porque é importante estar actualizado com as realidades vizinhas.

Sem que déssemos conta, num passeio vagaroso e simultaneamente apressado, este tempo novo foi-se instalando definitivamente.

Hoje, só as memórias sabem do que falo e os meninos de outrora, agora homens e mulheres, podem explicar o que sinto, neste tempo novo roubado ao passado de uma época.

Que outro tempo derrubará este tempo novo?

sexta-feira, maio 08, 2009

Sorrio

Na loucura dos dias
passeio a minha alegria
dos momentos.
A olhar o céu
vejo a estrela que foge
e a esperança que abraça
uma nuvem passageira
vejo e revejo o mesmo rosto
que nas manhãs sorri
ao meu acordar.
Há uma noite,
que surpreende quando aparece
de sorriso no peito
de coração na boca
na ânsia de se fazer mulher.
São noites de luz
e dias de loucura
que na alegria
do olhar
fazem os momentos sorrir.
E sem desistir
sem mentir
há um poder
oculto
que emerge como um vulto
para nos dizer
o que faz bem
e que sorrir
é a melhor forma de viver.

domingo, maio 03, 2009

Sessão de apresentação do livro "Caminho da Vontade"


O autor, Paulo Afonso Ramos e a Temas Originais, têm o prazer de o convidar a estar presente na sessão de apresentação do livro “Caminho da Vontade”, a ter lugar na Escola EB 2,3 Aristides de Sousa Mendes, sita na Avenida Dom Vicente Afonso Valente, Póvoa de Santa Iria, no próximo dia 16 de Maio, pelas 15:30.

Obra e autor serão apresentados pelo poeta Xavier Zarco.

Esta sessão contará com a actuação musical de antigos e actuais alunos da escola e com a declamação de poemas deste tomo pelo professor Luís Nunes.