Quando for
grande, muito grande, quero ser livro. Mas nunca serei um livro qualquer!
A capa será
simples, muito simples, e só com uma ou duas cores. As letras serão mínimas.
Tão mínimas como eu sou por dentro das minhas mãos.
E por dentro,
deste meu livro, existirá o mundo. O meu mundo. Não um mundo qualquer, nem o
mundo que todos conhecem. Haverá histórias de encantar e receitas para todos
serem felizes. Terá muito amor para dar e muitos jogos de palavras. Um livro
feito vida e nunca uma vida feita livro e será tão infinito como eu sou por
dentro dos olhos que moram nos corpos em meu redor. E acabará na página 80. Nela
estará escrita a palavra fim. Fim. Um fim depois da frase; “e já exausto,
abandonou o dia. Todos os dias saudaram-no com uma vénia. Um sinal de respeito
e admiração pelas palavras que fez vida. Seguiu o seu caminho num outro
patamar, meio escuro e invisível, deixando um aceno de despedida e proferindo
as suas últimas palavras – Boa noite. – E nunca mais foi visto...”
E isolada e bem
centrada estará firme a palavra FIM.
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