segunda-feira, maio 27, 2013

Boa noite!


Aviso: Em tudo o que ler, neste texto, pense duas vezes. Pode parecer e não ser!

 

Vejo-me homem crescido a caminhar na solidão. Uma solidão mentira. Um caminho ilusão. Vejo-me num bosque verde. Cheio de árvores, arbustos e flores de cheiro intenso. E na terra batida, meio húmida meio verdade, sinto o caminho. Sinto a despedida da solidão num abraço dos tempos. Memórias que o mundo guardava enquanto esperava pela minha passagem. São mil imagens que cada cheiro traz. São mil momentos que cada vento semeia, e eu, egoísta, a chamar a solidão. A desrespeitar a natureza. A rima da beleza. A noção do passado e a vontade do tempo. As esperas. Vejo-me homem a crescer. A aprender. A tocar nos objectos para entender o seu corpo. E a solidão é uma ilha que vem dos meus pés ao meu olhar. Sei que sou os ramos da árvore que mora no caminho do espaço que vejo, que sinto e morro na mentira. Morro na ilusão e fujo para o bosque. Abraço flores e roubo-lhes os cheiros.

Esta é a minha terra. A minha essência. A minha paixão. O meu caminho. E compreendo que caminhar é viver aprendendo a morrer na esperança que consiga chegar. Chegar ao interior das coisas.

Esses olhos que lêem ficam perdidos no coração das palavras, sentem o palpitar e choram de emoção. Vivem no meu caminho. Sentem o mesmo cheiro. A mesma mentira e ilusão e julgam que não!

 

Boa noite!

1 comentário:

No name disse...

Há vírgulas incendiadas pelo meio do texto.
Há sol, luz e lua.
Cheiros.
A essência (a tua)?

Há...pedaços de ti e de todos.

Parabéns Paulo, uma vez mais um texto que nos corre por dentro, como rio.