quinta-feira, setembro 06, 2007

BAÚ

Com nostalgia
E olhos molhados
Recordo os tempos de felicidade.
Tempos...sem qualquer preocupação
Que quando olhava para o mundo adulto
E faltava-me a sua compreensão
Era o querer esticar os dias
Porque a brincadeira
Nunca devia acabar
Era o aproveitar cada minuto
Esbanjando todos os segundos.
Hoje, são as saudades que apertam
É a impotência de voltar
Ao tempo, que gostava.
É aprisionar,
A criança que vive dentro de mim
É a luta constante, em vigia-la
Queria ser uma criança grande
Soltar-me de dentro do adulto
E brincar todo o tempo
Mas, apenas posso compreender
A palavra nostalgia
E o seu efeito
Esconder os olhos molhados
E dar algumas fugidas
Ao baú da minha memória
Que se chama, Infância.


Lisboa, 02 de Julho de 2002

In “Vinte e Cinco Minutos de Fantasia” Paulo Afonso

1 comentário:

Anónimo disse...

Quantas vezes olhamos para a nossa infância que vai longe em tempo, e no entanto parece tão próxima como se o presente em que vivemos, fosse o futuro dos nossos olhos de criança...