quinta-feira, setembro 13, 2007

A Porta do Rio!


No ímpeto do rio descontrolo-me e afundo. Entro num outro mundo, de silêncio, de acalmia que tanto seduz, pela magia do inesperado…
O corpo molhado não pede calor, limita-se a deslizar pela corrente sem fim. Os olhos, bem abertos, apreciam a vida que os outros seres têm.
Braços e pernas não exercem qualquer movimento, nem de luta, nem de fuga. Inertes deixam-se ir…
Um dia voltarei ao paraíso para acabar o sonho do meu desejo. Para concluir as pequenas coisas que deixei inacabadas e para poder amar a vida que inconscientemente deixei fugir sem um pleno desfrutar.
Passei a porta que nos divide e assim separa, encontro-me do outro lado onde tudo é novidade. Não consegui iludir esse destino tragicamente marcado.
Por ora, limito-me a assumir que tragicamente morri…

1 comentário:

Vanda Paz disse...

Não morras... atravessa as portas que tens de atravessar... mas não morras...

Beijo