domingo, agosto 17, 2008

Palavras


(Foto de: Gundega Dege)


Se ao menos,
fossem precisas palavras
palavras ébrias ou talvez
carregadas de simbolismo
do orvalho da manhã
de Inverno, em que o som
pudesse produzir vibrações
transformadas em ondas de calor
que aquecessem o teu ego
o teu corpo desenhado
de ansiedade e ternura
e assim musculassem
o sentido nobre
com que toda a vida sonhara!
Oh! Beleza estéril
máscara de ilusão
e de uma imensidão de coisas
que as palavras constroem
com a mesma facilidade
que destroem…
Se ao menos,
existissem solitárias
sem contratempos
acomodadas ao escasso… servir
incomodadas ao escasso…
Talvez?
As palavras por palavras
tu não as queiras
e eu não as pronuncie
mas, o sentido existe
e o teu ego, flutua
e o teu corpo, ardente
adormece nos meus braços
e, …
a tua cara fala-me
do sentido que tudo tem
e o meu corpo reage perdido
onde o silêncio impera.
Oh! Se ao menos,
fossem precisas palavras
seriam obviamente minhas
para ensinar ao mundo
num grito de esperança
o sentimento…
que me fortalece
a razão…
que me faz viver
e a noção…
do que acontece
nesse corpo de Mulher.

2 comentários:

Anónimo disse...

Simplesmente belo. Adorei!!!

Beijos

Marta Vasil (pseud.de Rita Carrapato) disse...

"Palavras", um poema que me encheu a alma.
Com as palavras rimos, choramos, amamos, odiamos, brincamos, fazemos de pequenas coisas, grandes coisas...

MV